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Rui Serra Mar 2014
Na escarpa do monte
O piar da loucura
Deslize suave
Sobre os pântanos
O cavaleiro impõe regras
Com a ponta da sua adaga
E a batalha começa
Ao longe
Murmúrios de crianças
Nas ameias do castelo
Rui Serra May 2014
Entras-te hoje nos meus domínios,
deusa de esmeralda, profanadora do oculto
Que ganhas-te? Que perdes-te?
Um mundo; a felicidade
Para lá do muro de coral
A sereia deusa do prazer
Tu mulher
sim,
tu mulher
Que me abafas o espírito
Que me atrocidas o coração
Juntos velejamos ao sabor de uma maresia húmida
Ideias
imagens de desvario
Antes
pôr do sol em teus olhos
Alegria
Amizade
Amor
Futuro
Othon Dec 2024
Canta, esplêndida sonata,
O desvario do universo adverso.
E rima, e da alma desata
Meu único e exilado verso.

Tremi nas aras da tristeza,
Nos véus de mil entardeceres...
Despi-me, nu, na profundeza
Dos abismos entre os seres.

Sou rei, e sou mendigo,
Nada sou sem meu ser.
Não sei mais o que eu digo:
Sou o infinito a se desfazer.

Flores do nada, no tudo brotando,
Como verdades que não se dizem.
Sou a soledade, sempre chorando,
Nos delírios que me desdizem.

Sou forma ambígua e inexata,
Sou negação da afirmação.
Em mim, tudo morre e se desata —
Coroa de espinhos da desilusão.

Esplendor ***** dos desonrados,
Na sombra de vasos quebrados.
Shevirat ha-kelim sangra em mim —
Pinto o mundo de carmesim.

Eis a eterna confabulação:
Minha alma, estranha e partida,
Pisoteia com indignação
As uvas ilusórias da vida!

— The End —