sao os olhos que me partem
envoltados em prazer
desprazer,
que delicadamente
me deixam à mercê;
você
faz-se silenciosa
enquanto arde,
arte
enquanto me invades
em partes
que já não lembram
e não esquecem
você
seja dos olhos
ou das mãos
cortonando as sombrancelhas
acalmava o coração
nuca, costas, quadril
ainda me lembro do calafrio;
quando nossas almas colidiram
levou-me mais de um suspiro
no escuro, um certeiro tiro
deixou-me à beira do umbigo
para percorrer o labirinto
de nossos encontros meio aos seus vícios
e gentilmente me envolver
em êxtase
aos incontestáveis
problemáticos
olhos de morrer