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Victor Marques Dec 2010
Falo com Deus em Sentimento,
Rogo a Nossa Senhora do Rosário.
Perdeu-se o Sonho, meu lamento,
Tiveste teu calvário.


Douro e Tua sem altiva voz,
Descendente de meus avós.
Videiras sem uvas amadurecidas,
Paisagens queridas.


Sonolentos dias que amanhecem,
Flores que florescem.
Vida que sofre com quem tanto labutou,
Vinha que seu filho amou.


O sangue nas veias doridas,
Noites esquecidas.
O amor do Pai que nos assola,
Violaõ com toque de viola.

Cordiais Cumprimentos.
Victor Marques
amor ,pai
Aeiou Dec 2024
Canta, esplêndida sonata,
O desvario eterno do universo
E rima, e da alma desata
O meu único e exilado verso.

Tremi nas aras da tristeza,
Nos incógnitos anoiteceres
Entre mil e um seres,
Despi-me sombrio na profundeza.

Sou rei e sou mendigo,
Nada sou sem meu ser,
Não sei mais o que eu digo
Sou o infinito zero a esmorecer.

Flores do nada, amanhecem no tudo
Seres que não existem, dizem uma verdade,
Eu sou a sempiterna soledade,
Do meu ser louco e desnudo.

Sou a forma distinta, inexata, ambígua
De tudo que se afirma, em mim se míngua
Como a negação de minha negação,
Carretéis de espinhos coroam meu coração.

Esplendor ***** dos desonrados,
Sombra de vasos quebrados
De Shevirat ha-kelim
Pintando com meu sangue carmesim

A pútrida árvore da vida
Eis minh'alma desconhecida,
Por toda a eternidade,
Pisoteando nas uvas ilusórias da verdade!

— The End —