vento
primavera,
ao longe uma música estranha
sinto a vida escorrer
sinto a sombra das almas passar
com uma sede louca pelo néctar da vida
agrilhoadas pela putrefacção da sua demência
percorrem os caminhos efémeros
rumo ao salão dos mortos
a lua respira
num último adeus à eternidade
numa interminável noite sem estrelas
no trono
o herdeiro da morte
dança
no fogo do inferno
sou prisioneiro dentro de mim
no ventre de satanás
pobre homem empalado
banha-se no sangue
dos amanhãs do mundo
estou pronto para abandonar
esta vida mundana
e entregar-me à magnificência
do seu SER
e o diabo cospe na divindade