Oh grandes símbolos misteriosos Outrora por vós fascinado fui Mas a dúvida por minhas veias ainda flui como águas correntes de rios fervorosos
Queria respostas evidentes e claras Banhem-nos, rogo, em frias águas Pois as humanas mentes ignaras São perdidas na ilusão que as afaga
O que somos é pura hipnose Quero ver com meus próprios olhos a gnose Daquilo que a ciência não provou Imploro, então, por saber quem de fato sou!
Provei do doce, o ácido veneno que meu corpo em febre rejeitou Meus olhos relutam em ver o que é pleno E já não sei o que de mim restou
Acorde-me deste pesadelo de ilusão Quero sentido, e lógica, e verdade Mas rezo também por libertação Há um fantasma que nos rouba a sanidade
Não posso crer que diante de todas as possibilidades da matéria Possa existir algo tão patético quanto o homem Grandes e sábios são os vermes e bactérias Que sem questionar, nossas putrefatas entranhas consomem Não sofrem, não se rendem, nem se gabam, ou se vendem
De onde nasce nossa vontade? O despertar da hipnose é não crer, Não sentir, observe o que se vê Ações são previsíveis e morta está a liberdade
Somos símbolos, e a tudo simbolizamos Despersonalizado nos desvendo Livres de pecados realizamos O fim da roda de tormentos
Rouba-me um beijo e eu lhe mostrarei algo que só posso me recordar Não mais sinto, eu sei mas me resta saborear As lembranças do doce-amargo que do meu corpo já se foi