Escrevo numa língua frágil As mágoas que me vão cá dentro: As que me assombram as noites E atormentam os dias Reaproveito essas mágoas e Transformo-as em desejos puros De felicidade inalcançável
Poemas inúteis Que não correspondem à realidade Procuro infinitamente algo que substitua A felicidade inencontrável E ingrata que não se deixa encontrar Retiro as vendas fingidas e tingidas de lágrimas Os meus olhos bem abertos com nada se deparam.
Fala-me como bonito é o amor Sem nada esconder, Mostra até os defeitos Que toda a gente deixa esconder Não ignores qualquer pedaço ingrato Consequência dramática Ou até episódio trágico.
Não deixes que sorriem disto Sofrimento não é piada Nem medo ou nervosismo É número de circo Tudo o que eu sinto é um puro espetáculo De sentimentos e emoções E é inassistível, proibido ao público
Não quero ver destruída Esta louca paixão descomedida Que tenho pela descoberta do contentamento Remata-me com as tuas inequívocas De como te pertenço Dessa verdade que vem do coração E que rompe a tua alma