Sinto a necessidade de ter calor humano, Por puro conforto, De sentir o meu corpo absorto. Necessidade tão intensa e imensa Longe do que se pensa, Longe de qualquer dano.
O vento ouve-me, benevolente, O que vai na alma. Das palavras que correm na mente, Traz a minha outra metade na sua palma Para a alegria tomar conta da calma.
Reparo no meu cabelo a voar, Nos meus dedos a moldar As linhas do horizonte. E tento retratar, magicar e afeiçoar A imagem que tenho de ti na fonte.
Aproximo-me em passo na calada E os meus olhos aborvem cada camada Que no meu ver emerge. Tudo diverge Pois apareceste tu.
O meu coração acelera Calmo noutra era. Num ápice lento Num rápido murmúrio Olho-te com um muito atento.
Procuro fugir do teu olhar, Com o sangue a ferver, Com a cara a escaldar Cansada desta fuga por resolver: É aqui que vou ficar.