Ainda sou ontem um espasmo em flores abundantes Sou voz em noite no silêncio limite Sou ser em curvas para o infinito de vermelhas luxúrias Sou visão balbuciante & gritos Fugas Devaneios Ainda sou sempre no espaço presente Sou micro-vácuo buscando a partida precipitada do fim Sou andarilho descalço nos jardins do horizonte Sou emanação do abscôndito mítico mistério Sou longe Limite Extremo Ainda sou hoje febre poética do fogo Sou raiz aquém do líquen ardoso Sou litígio pecado & asas sem ar Sou brilho abstrato & ser viagem às sombras platônicas Símbolo Signo Mito Ainda sou ontem um vôo futuro Sou vício perdido em tormentos astrais Sou real transcendência entregue à musa Sou consciência da angústia do (eterno) re-torno Re-nascimento Trans-lúcido “...& em tudo há profecia se sou eterno”