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Mistico Mar 25
Quando meu paladar provar tua boca,
e o tato, em chamas, teu corpo evocar,
serás brasa viva, febril, intensa,
a suar desejos a me incendiar.

E nesse calor, meus beijos profundos
serão mais que beijos, serão tentação,
sentindo teu corpo em doce vertigem,
despertando em mim nova sensação.

E assim, no delírio de teu suor,
saborearei, com insaciável prazer,
o gosto que dança entre fogo e frescor,
um raro sorvete a se derreter.
Mistico Mar 25
Aquele espelho, marcado pelo tempo,
bordado de digitais, repleto de memórias...
Já viu de tudo, já guardou histórias,
mas um dia, límpido como o orvalho,
refletiu a beleza de sua dona,
e como um sol, ela brilhou.

Tão intenso foi seu fulgor,
que as portas se abriram, os olhos se ergueram,
e todos saíram para admirar
o calor daquela presença divina.

Esse espelho, fiel confidente,
revela não apenas o semblante,
mas a essência de quem nele se reflete.
E todos que a veem, a amam ainda mais.

Mas nada se compara ao encanto
quando sua doce voz ecoa,
quando seu sorriso ilumina,
e a simples proximidade
faz o coração ansiar por mais.

Hoje, sairei de casa de olhos fechados,
deixando o calor do sol me beijar,
imaginando que é ela,
a mesma que brilha no espelho,
tocando meu rosto
com a suavidade de sua alma.
Mistico Mar 23
A oportunidade é brisa sutil,
Que passa ligeira, sem repetir,
Se não a seguras com gesto gentil,
Como saber se irias sorrir?

O medo esconde o que o tempo revela,
Um passo hesitante, um sonho a ruir,
Aquela alma que te espera e zela,
Pode ser quem te fará florir.

Mas a cada dia, distante ela vai,
Como estrela que some no imenso céu,
E quando percebe, já não há mais,
Outro olhar tomou-lhe o véu.

O destino não dá segundas certezas,
Ele segue em frente, sem hesitar,
Se não valorizas o que a vida te entrega,
Outros braços irão lhe guardar.
Mistico Mar 16
Frio tornou-se aos próprios sentimentos,
Se antes almejava um amor, hoje se refugia em seu mundo.
Lá, ninguém entra, fortaleza impenetrável,
Santuário erguido contra a dor e a decepção.

Ao seu lado, a mulher que acalma sua alma,
Que o eleva, que o impulsiona a ser mais.
Ali, não há angústia, não há temor,
A depressão é sombra dissipada,
A ansiedade, um eco já distante.

Lembranças tristes dissolvem-se em névoa,
Chovem como gotas de uísque sobre a eternidade.
Naquele universo, ele se perde para se reencontrar,
Onde a felicidade é firme, imutável,
Intocável por mãos que apenas desejam usá-lo.

A distância? Apenas um sopro para onde deseja ir.
A cada dia, mais uma muralha se ergue,
Não como prisão, mas como escudo,
E nele, jamais haverá queda.
Mistico Mar 16
De tanto cair, aprendeu a se erguer sem ajuda,
De tanto doer, fez-se pedra, fez-se bruma.
No teatro dos falsos, veste a máscara do mundo,
Deixa que o subestimem, pois sabe o final do jogo.

Julgam-se astutos, senhores da própria sorte,
Mas quão tolo é aquele que se crê intocável!
Ensinado ao frio, agora lhe pedem calor,
Mas onde estavam quando a tempestade o assolava?

Hoje caminha só, intocável, inatingível,
Não por orgulho, mas por cicatrizes invisíveis.
E aquela que um dia teve sua essência em mãos,
Ao perdê-lo, perdeu mais que um homem: perdeu a si mesma.
Mistico Mar 15
Mantenha firme a tua razão,
Não te iludas com vãs palavras,
Que sem ação se desfazem ao vento,
E ocultam verdades amargas.

Alma explorada, dor renascida,
Já foste presa de um jogo cruel,
Mas mãos divinas te resgataram,
Erguendo-te além do fel.

Quem te perdeu, agora implora,
Mas não por amor, não por bondade,
Apenas anseia um coração aos pés,
Para inflar sua vaidade.

Deixe que prove do próprio vazio,
Que colha da dor que semeou,
Pois quem não soube te valorizar,
No próprio desprezo se afogou.
Mistico Mar 15
Oh, consciência, implacável juíza,
Que fere mais que qualquer algoz,
Trazes lembranças de amor desfeito,
E um eco amargo de nossa voz.

O peito anseia reviver a chama,
Que outrora ardia em doce fulgor,
Mas logo a sombra do arrependimento,
Apaga os rastros do que foi amor.

Diz-se apaixonado, anseia o reencontro,
Mas trata-me frio, como um forasteiro,
Sou eu quem vaga por sonhos desfeitos,
Na vã esperança de um amor inteiro.

E então, cruel consciência alerta,
Diz-me que corro sem direção,
Alimento esperanças já esquecidas,
Num tempo que jaz na escuridão.
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