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Marco Raimondi Sep 2017
Ó morte! O silêncio de tua voz me é tortura,
Pois suspiraste em chama tão cedo
Colhendo de desesperança, o medo
E secando fontes de virtude em tua bravura

Ó morte! Por que recolhe tua graça obscura
Quando nutre interna, minh'alma em segredo?
Por que fazes-me ardilosa, teu lume enredo,
Quando aviva-me o desejo de unção tão pura?

De eras tortuosas, tece-me piedoso dilema
Neste espírito breve, de impetuosa e extrema
Flor desatada e imprudente

E eriçam minhas razões para que a tema
Mas bem sei que és gentil! Pois, da paz amena
És tu quem guardas os tesouros eminentes
Aeiou Dec 2024
Mil eclipses de sandice, no meu sonho eu trago
Mais três, quatro, cem mil sóbrios infinitos
Arrebatando o véu do demiurgo aziago
Despindo deuses e derribando mitos!

Crê em mim, no assombro que está por vir
Às mancebias do reino de meu ser
Eu faço o Deus do Todo desvanecer
E dentro de mim o nada vêm à rir!

Meu nada é o solilóquio que tudo vence!
E antes de ser homem eu fui verme
Agora transcendo a matéria inerme
Com a consciência que a ninguém pertence!

Sou a lâmpada no meu ignoto caminho
No tropismo ancestral de meu universo
O arlequim que tece o credo em desalinho
Vistindo-me da epifania anônima deste supremo verso!

— The End —