Submit your work, meet writers and drop the ads. Become a member
Mistico Mar 3
Uma visão cintilou em meu olhar,
A dama de vermelho, em fulgor e encanto,
Roubou-me o fôlego com seu esplendor,
E fez-me cativo de sua essência.

Seus cabelos, rubros como fogo ardente,
Seu olhar, lâmina que estrangula a razão,
E em cada gesto, uma promessa de ternura,
No brilho de seus olhos, a paz e a perdição.

Seu vestido longo, vermelho como desejo,
Seu batom, rubra tentação que percorre caminhos,
E, embora todos a admirem em seu caminhar,
Somente meu olhar deseja conquistar.

No ar, um perfume inebria os sentidos,
Notas de rosas que me enlaçam sem forma,
Cego pelo aroma antes mesmo da visão,
Apaixonado antes mesmo do toque.

Então ela foge, rindo, seduzindo,
Segura minhas mãos e me faz levitar,
Sobre as águas, entre os ventos,
Em um êxtase que me faz voar.

No vazio do instante, seu vestido se desfaz,
E nua ela surge, chama azul em brasa,
E quanto mais a contemplo, mais me consumo,
No fogo insaciável da paixão que me devora.
Othon Jun 15
No gineceu ******* da ânsia,
Sondo o céu no vazio do nada.
Vejo a vida — sua arrogância —
Seduzindo a morte alada.

Na noite escura da alma, eu bato
As portas de mil apriorismos,
Que fluem em mim — caos exato —
Como ecos de antigos abismos.

Encéfalo aceso! — dualidade:
Treva e luz em feitiços dispersos.
A vida, com sua ingratidão e vaidade,
Me reduz aos pensamentos mais perversos.

Quero correr, ir para o inferno,
Parir um deus do meu espelho.
Açoitar o meu diabo eterno
E perdoá-lo no mesmo joelho.

Eternas ruínas do pensamento
Ecoam entre cruz e alvorada.
Sou fuga, início e esquecimento,
Sou a última e a primeira jornada.

Morrer na cruz da realidade,
Beber a tristeza que não se destrói —
Sentir cravada, na eternidade,
A saudade... de algo que nunca foi.

— The End —