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El hijo que la esclava ha concebido,
dice el derecho que le pertenece
al legítimo dueño que obedece
la esclava madre, de quien es nacido.

El que retorna el campo agradecido,
opimo fruto, que obediente ofrece,
es del señor, pues si fecundo crece,
se lo debe al cultivo recibido.

Así, Lysi divina, estos borrones
que hijos del alma son, partos del pecho,
será razón que a ti te restituya;

y no lo impidan sus imperfecciones,
pues vienen a ser tuyos de derecho
los conceptos de una alma que es tan tuya.
D A Do Fleming Nov 2010
O choque congestiona o fluxo sanguíneo.
A cabeça erguida entra em declínio.
As pernas tremem de não aguentar o peso.
O mundo desaba todo e o deixa preso.

Nos olhos já se observa o desatino.
A face rubra paralisa sem destino.
A boca seca torna-o surpreso
e o ombro, de pronto, deixa de ser teso.

Escorre pela cara lágrima salgada
com o gosto do destrato da mulher amada
que desce ríspida à travada glote.

Como um antídoto à honra humilhada,
retorna do estômago feito cusparada
e o faz erguer em busca do que o esgote
Igual, la flor retorna
a limitarnos el instante azul,
a dar una hermandad gustosa a nuestro cuerpo,
a decirnos, oliendo inmensamente,
que lo breve nos basta.

Lo breve al sol de oro, al aire de oro,
a la tierra de oro, al áureo mar;
lo breve contra el cielo de los dioses,
lo breve enmedio del oscuro no,
lo breve en suficiente dinamismo,
conforme entre armonía y entre luz.

Y se mece la flor, con el olor
más rico de la carne,
olor que se entra por el ser y llega al fin
de su sinfín, y allí se pierde,
haciéndonos jardín.

La flor se mece viva fuera, dentro,
con peso exacto a su placer.
Y el pájaro la ama y la estasía,
y la ama, redonda, la mujer,
y la ama y la besa enmedio el hombre.

¡Florecer y vivir, instante
de central chispa detenida,
abierta en una forma tentadora;
instante sin pasado,
en que los cuatro puntos cardinales
son de igual atracción dulce y profunda:
instante del amor abierto
como la flor!
Amor y flor en perfección de forma,
en mutuo sí frenético de olvido,
en compensación loca,
olor, sabor y olor,
color, olor y tacto, olor, amor, olor.

El viento rojo la convence
y se la lleva, rapto delicioso,
con un vivo caer que es un morir
de dulzor, de ternura, de frescor;
caer de flor en su total belleza,
volar, pasar, morir de flor y amor
en el día mayor de la hermosura,
sin dar pena en su irse ardiente al mundo,
ablandando la tierra sol y sombra,
perdiéndose en los ojos azules de la luz!
Amor, deliciosa mentira,
áspero amor, retorna, ven!
Es de ceniza vuestro azur,
amor, deliciosa mentira...!

                          Por vos el poeta delira
                          en Brujas, Tokio y Nischapur...

Amor, deliciosa mentira,
áspero amor, abur...! abur...!
Mi madre sola, en su vejez hundida,
sin dolor y sin lástima,
herida de tu muerte y de tu vida.

Esto dejaste. Su pasión enhiesta,
su celo firme, su labor sombría.
Árbol frutal a un paso de la leña,
su curvo sueño que te resucita.
Esto dejaste. Esto dejaste y no querías.

Pasó el viento. Quedaron de la casa
el pozo abierto y la raíz en ruinas.
Y es en vano llorar. Y si golpeas
las paredes de Dios, y si te arrancas
el pelo o la camisa,
nadie te oye jamás, nadie te mira.
No vuelve nadie, nada. No retorna
el polvo de oro de la vida.
Fortes Jun 2018
eu costumava sonhar em me tornar o mar
imenso e vasto como tal,
com a mesma selvageria caótica
que é viva e dissemina a calmaria

e se eu puder ser mar
receber-te-ei como um dos meus
que banham-se em meu colo
enquanto se libertam das âncoras mundanas

às pressas de escapar desse não-lugar onde me esconderam
me vi na areia, em mutação
preto no branco gritando e a natureza fundindo
eu me vi fruto da miscigenação

eu me tornei mar
e agora tenho um amante
que queima em meu horizonte
mas se esconde ao anoitecer

na manhã ele retorna
e logo põe-se a iluminar
todas as almas pretas
que ainda procuram um lar

escapei do esconderijo
que era um tipo de prisão
pra que ninguém mais seja preso
longe da escuridão

por isso enquanto eu for mar
te deixarei livre, na leveza de existir
te emprestarei meu amante
pois sei da tua vontade

vai ter calor no teu corpo em todo amanhecer

felizmente hoje eu sou mar
então recebo-te como um dos meus
e lhe convido a nadar
Con menta y con llantén llega el Otoño,
nuestro Otoño del Sur: verdes limones,
gravidez del naranjo, Abril bisoño,
últimas uvas dándose encontrones

con las primeras, agrias mandarinas.
La chaqueta de tweed cobra derecho
de maternal auxilio, en las esquinas
donde el picante viento está en acecho,

y retorna la cálida dulzura
de la casa abrigada, la ternura
del fuego, de la manta bien tejida,

el amor de los seres que guardamos,
y la vigencia de los duendes, amos
de las menudas gracias de la vida.
Mistico Mar 4
Sozinho em meu canto, sem nada esperar,
Fecho os olhos, deixo a mente vagar.
As palavras fluem, tentam me salvar,
Mas se as prendo, podem me sufocar.

Mudar? Talvez não seja a solução,
Pois não se molda a essência do coração.
Ou luto para ser quem desejo ser,
Ou morro tentando, sem me render.

Minhas palavras, fiéis companheiras,
Expressam a dor e a alegria verdadeira.
Em meio à multidão, sou só solidão,
Ruídos me cercam, mas vazio é o chão.

Uma cabana em meio à floresta,
Um sofá macio, escuridão modesta.
Filmes e séries, lágrimas e gritos,
Sustos e risos, prazeres restritos.

Então, um sopro, o vento lá fora,
Ela retorna, vestida de aurora.
A dama de vermelho, presença tão forte,
Faz-me esquecer do que chamo de sorte.

Venha sempre, acalme meu ser,
Roube meus pensamentos sem eu perceber.
Use e abuse de minha alma e meu corpo,
Pois só em teus braços esqueço o desconforto.
Mistico Mar 4
É válido dizer, sem medo ou receio,
que quem cresce ao seu lado, muitas vezes,
será o primeiro a lhe deixar para trás.
O poder sobe à cabeça como um veneno lento,
e, de repente, quem precisava de você
já não se lembra de gastar sequer dez segundos
onde antes passava horas.

No fim, a solidão se torna uma escolha imposta,
e recomeçar parece a única saída.
Mas sempre há alguém que chega
para fazer pior do que já fizeram,
e aquilo que custou tanto a esquecer
retorna com ainda mais força.

Assim é a vida: um ciclo de promessas vazias,
de emoções que se perdem nas mãos erradas,
de amizades que juram eternidade
mas se esvaem ao primeiro sinal de oportunidade.

E quando não restam mais opções,
quando todas as chances já foram desperdiçadas,
o que sobra além do cansaço?
Por que insistir em oferecer oportunidades
a quem vê apenas o que pode tomar?

A ironia amarga da vida é que
tiramos alguém do fundo do poço
e, no instante seguinte,
somos nós os afogados,
empurrados por quem ajudamos a salvar.

Se ao menos as pessoas viessem com um trailer de cinco minutos,
seria tão mais fácil evitar esse roteiro repetido...
Mas a vida não dá prévias,
apenas cenas cortadas de um filme
que sempre insiste em se repetir.

— The End —