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hi da s Oct 2017
as mãos mal suportam o silêncio.
se movem a cada dois segundos.
e o mesmo timbre de voz fala e fala e fala.
pausas de incertezas
parece buscar palavras.
é um homem que julga ser sábio mas vai negar se o perguntarem.
ninguém liga. deixam uma das mãos no queixo só pra mostrarem-se interessados.
o que pensam nesse agora? claro que estão longe, mas seus corpos se encontram aqui.
os olhos parecem viver numa agonia que queima devido as paredes brancas.
o ar é pesado.
o clima sempre muda, mas nunca aqui dentro.
precisa-se de ações pra não enlouquecer ao encarar e ouvir a voz do mesmo timbre.
nenhum de nós gostaríamos de estar aqui se pudéssemos escolher.
o timbre constante é atravessado por outro e dura pouco. fundamentos.
já não há mais o que sugar.
o que costumava ser bom, perdeu-se com o tempo. nós mesmos causamos tudo isso e culpamos uns aos outros sem assumir a culpa.
agora seria bom ser amigo do mar e visitá-lo prum café envolto numa colcha macia com os pés na areia.
se pudéssemos escolher é pra lá que iríamos.
notas sobre se sentir preso numa sala de aula.
Mistico 7d
Muitos pensam que entrar na vida de alguém
é tão simples quanto permanecer,
mas esquecem que corações não são portas abertas,
são laços que se tecem sem perceber.

A proximidade cresce com gestos sutis,
o apego se infiltra sem permissão.
Talvez eu tenha me entregado sem querer,
ou talvez, no fundo, tenha querido sem saber.

O olhar se transforma, o medo desperta,
o desejo de estar, de sentir, de pertencer.
Mas e se tudo for apenas um jogo?
Se eu for só um brinquedo, e o erro for meu?

A própria ilusão me embriaga,
me vicia como droga sutil.
No momento, é êxtase, é luz, é vida,
mas quando o efeito se esvai,
a dor sufoca, a depressão afoga,
e o mar que me carrega não me deixa sequer boiar.

E assim, o ciclo se repete,
um querer que ao mesmo tempo nega,
um desejo que nunca se cumpre,
um vício que finge ser amor.

Mas a questão não é viver nessa escuridão,
é encontrar frestas de luz para respirar.
Nem que seja um segundo, um instante,
onde a mente se desvia, e o coração repousa.

Pois esse único segundo pode ser tudo,
o instante que reconstrói, que resgata, que liberta.
E então, o mar evapora,
a ilusão se desfaz,
e resta apenas você,
aprendendo, enfim, a nadar.

— The End —