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Marco Raimondi Jan 2018
Idália:
Deixas que a escuridão para si atraia louvores
E os primórdios tempos de harmonia vês morrendo?
Pois presenta-nos com tão quanto as negras flores
Que nos claros campais permite-as crescendo
Pendem-se clarões, fervem-se suspiros em dores
Doura a natureza, vem fortuna de clamores
Sobre o abismo de minha desgraça voarei
Ser livre para odiar tudo me fez rei
Eu sou o bacanal eterno do infinito
Onde meu diabo rima salmos com meu mudo grito

Os miolos fervem na minha crença
Mas do inferno ao céu eu sou descrença
Alheio à verdade de toda a humanidade
Resvalando aos trancos o coração da minha imortalidade!

Eu dançarei como um demônio risonho
Na ideia inefável de meu sonho
Nebuloso, dissoluto e absoluto, entre o óbolo e a nobreza
Saltitando por entre os píncaros de minha avareza!

Epífase de todo meu destino
Absorve minha alma torta
No íntimo da minha egrégia exorta
A exegese infindável do meu atino!

— The End —