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Por gracia de la noche desolada
yace ahora el espíritu en reposo.

Como es en balde, no desea nada:
definitiva, definitivamente desdeñoso.

Por gracia de la noche, que reviste
(y, así, nunca), ropajes de negrura, 1
sin esperanza ensueña el alma triste
que de nada se cura.

En la paz del vacío
como por el espacio en siglos milenarios
divaga el corazón a su albedrío
solitario.

Por gracia de la noche desolada
vestida de negror y de tristicia,
la soberbia ambición no quiere nada,
y esa es su delicia.

Yace ahora el espíritu en reposo,
que navegó al capricho de los vientos.
Definitiva, definitivamente desdeñoso
decapitó a cercén los pensamientos.

Abur! tiempo de antaño, que traía
furia de fiebre, azogue de impaciencia,
vaharadas de estólida alegría,
velocidades de inconsciencia.

Yazgo ahora en reposo. Es mi mutismo 2
sola razón suprema: indiferente
Hamlet; avieso Yago de mí mismo; 3
por gracia de la noche: eterna, eternamente.
Rui Serra Sep 2015
exilado em mim
busco a luz,
um sinal.
sob a incessante chuva
vou mais além
abro os portões

oh misteriosa dama
faz-me voar pela noite fria

vamos eu e tu
vamos vaguear por entre os relâmpagos
vamos juntos
libertar as almas atormentadas
nesta noite que não mais tem fim.
Othon Dec 2024
Canta, esplêndida sonata,
O desvario do universo adverso.
E rima, e da alma desata
Meu único e exilado verso.

Tremi nas aras da tristeza,
Nos véus de mil entardeceres...
Despi-me, nu, na profundeza
Dos abismos entre os seres.

Sou rei, e sou mendigo,
Nada sou sem meu ser.
Não sei mais o que eu digo:
Sou o infinito a se desfazer.

Flores do nada, no tudo brotando,
Como verdades que não se dizem.
Sou a soledade, sempre chorando,
Nos delírios que me desdizem.

Sou forma ambígua e inexata,
Sou negação da afirmação.
Em mim, tudo morre e se desata —
Coroa de espinhos da desilusão.

Esplendor ***** dos desonrados,
Na sombra de vasos quebrados.
Shevirat ha-kelim sangra em mim —
Pinto o mundo de carmesim.

Eis a eterna confabulação:
Minha alma, estranha e partida,
Pisoteia com indignação
As uvas ilusórias da vida!

— The End —