No abismo imenso da alma, vou subir,
Com asas negras, rindo da tormenta.
Minha desgraça é livre, e me sustenta
O ódio imenso que me faz sorrir.
Sou carnaval do caos a retinir,
A dança insana que jamais se ausenta.
Meu pensamento é chama que atormenta
A própria luz que insiste em me seguir.
Do céu ao inferno, sou contradição,
Um deus bufão, herético e profundo,
Que busca em si sua revelação.
Em cada verso, um rito moribundo,
Desvendo o fim da eterna exegese:
Meu ser, meu caos, meu riso moribundo.