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hi da s Oct 2017
tremi de falar já o que te esconde embaixo da saia.
tecido pesado esse que te faz caminhar um tanto mais lento.
e se só a gente tivesse asas e mais ninguém?
que injusto pinguins se amarem durante a vida inteira e a gente não.
arranquei mechas de cabelo e fiz de cada fio uma história pra contar.
mas eu nem tenho coragem de colar na parede...
fica palpitando. é normal. errei várias vezes.
a cara já começa a enrugar e escurecer.
primeiros sinais do infinito dos teus olhos.
plante. ou não também. escreva uma coisa absurda depois ponha fogo. ou não também.
corte as pontas dos dedos, mas não jogue fora. use como fones de ouvido.
não dá pra escapar da tristeza.
capturei uma coisa pra ti, olha só.
mais uma linha de algo escrito que não era pra ser escrito assim.
mais uma noite antes de dormir
hi da s Jul 2019
como é bom quando ser não necessariamente é sair de si pra fora da calçada e das ruas habitadas. e se um dia tu ousa fugir da regra e ser consumida por mulheres capazes de te atingir?

é como se respirar fossem facas atravessadas em pulmões de madeira e a cada contorção uma delas se transforma num pássaro que voa pra bem longe daqui.

tudo que se conhece não é verdadeiramente real, pois tu mesma me dissestes que cada tecla de palavras comentadas são números em uma eterna composição fetal.

ato falho e insincero, tivesses todo tempo do mundo e arcasses apenas com o que te conveio entre folhas de orvalhos e manguezais poluídos pela saliva humana.

já calcei outros pés em tempos tardios e te digo: nunca mais fui a mesma; trouxe somente cinco malas cheias de meias pra cobrir teus pés e de teus queridos amados.

houve um dia em que ouvi de longe alguém sussurrar que te ama e que te abraçaria com facilidade. mediria tuas costas e te colocaria numa camisa branca com listras amarelas.

odiaria te ver chorar pedrinhas de malaquita, mas não te apavores quando um dia isso acontecer. e mais: segure essa caneta e escreva em meus braços coisas que só tu poderia saber - teus desejos não são uma ordem.

não me culpo pela tua falta de existência - eu sei, um dia também te quis aqui comigo, mas só de ouvir o som da tua mentirosa voz já me faz bem.

queria ao menos tocar um dos meus dedos em ti e te fazer realidade.

e se um dia as páginas daquele livro virarem sozinhas, podem ser eu indicando aquela horrenda frase:

"belo dia pra viver tão triste"

— The End —