Submit your work, meet writers and drop the ads. Become a member
Wörziech May 2013
Sentado. Busco o fluir dos sentimentos através de um instantâneo tempo imensurável, criador de uma eterna percepção momentânea. Advertindo-me algo novo estão as sombras, grandes companheiras. Tento me conectar, simultaneamente, à variação de frequências das vozes, das almas; tão amigáveis, expansivas, comunicativas e sempre voluntariosas, dispostas a compartilhar sua essência, preparadas para compor – nunca me deixam só. Apesar disso, algumas vezes me sinto distante, sinto que há falta de minha plena ternura. Lindo o desnecessário. Antiquado moderno. Anacrônicos argumentos favoráveis. Torpes e confusas palavras desconhecidas não lineares se desfazem nos meus olhos e os ofuscam em uma explosão surreal no vaco do universo mental. A transmissão se modifica, a mensagem não. Funesta lógica perdida e procurada. Caricias de uma estrela distante e já morta. Compreensão do que já não existe. É a busca do que sempre esteve morto, sentado.
Mistico 4h
sono se impõe, mais vigoroso que a ânsia de escrever,
Fecho os olhos e, sem esforço, as palavras emergem,
Tão naturais quanto a vontade que delas se desprende,
Até que, inesperado, o sono se anuncia.

Anjos admiráveis adornam o etéreo sonhar,
Mas eis que o desejo de um devaneio sublime
Dissolve-se na neblina do nada,
E o sonho se faz ausência.

Por que então dormir, se não é o sonho que nos move?
Não repousamos pelo anseio de visões encantadas,
Mas pela exigência do corpo,
Que anseia pelo renascer dos sentidos,
Para que, ao despertar, sejamos inteiros.

E quando, por fim, o sono nos envolve,
Toda inquietação silencia,
As palavras se desfazem em murmúrios vãos,
E o tempo nos conduz, inevitável, à aurora.

— The End —