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Marco Raimondi Aug 2018
A bruma carnívora e ameaçadora
Enreda cousas furiosas, degrada os rios
Em histerismo tortuoso dos campos sombrios
No relógio que encrava a besta afora

O sangue regela, crânio funéreo estoura
Entoando cânticos gemedores aos navios
Retumba meus cabelos em ais bravios
Como cristal,  febril, uma vigília fria e aterradora

Vazeia o corpo anêmico morto sob rapistro
Aos paradoxais lábios, bela vastidão complexa
Docemente sangra e chora ferida ao medo

Ó eterna! Esbravejando um fulgor sinistro
Na dualidade catastrófica da quimera desconexa
Falta às florestas como fruto que desvai cedo
2015
Dayanne Mendes Aug 2015
Parada na sala
De frente à tv
Eu não pareço ser tão reflexiva
Eu não pareço ser tão complexa
Eu pareço distante
Normal
Talvez até feliz
Eu ando bipolar
Chorando e rindo a cada segundo
Me desconstruindo desse mundo
Me perdendo e me achando
Ou me perdendo mais?
Sei lá
Eu estou tão alheia a tudo
Eu nem sei mais o que pensar
Desconexa
Antes de dormir
Nem vou viajar
Na bagunça da minha vida
Vou só fechar os olhos e desligar

— The End —