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hi da s Jan 2018
penso sobre mim o tempo todo que acho que é doença esse fascínio. muito embora saiba que deveria me amar antes de todo mundo, devo admitir que passo horas contemplando minhas criações vestindo apenas um óculos transparente desprovida de roupa íntima. gosto de pensar que preencher todos os espaços vai me trazer paz e de alguma forma que não poderia explicar, a sensação que tanto procuro sentir mas nunca consegui alcançar. é como se eu fosse uma conta matemática que tive dificuldade de entender na quarta série [e ainda não entendo]: gostaria de saber como resolvê-la só não sei como. acho brega todos os meus sentimentos  íntimos que envolvem apenas o eu. mas ao mesmo tempo os aprecio, os amo, os idolatro, os venero! veja bem, escrevo todas essas palavras pra quem? pra mim mesma! pra alimentar a fome que tenho de mim, da minha própria vontade de possessão. é um absurdo pensar agora em deixar pra trás tudo isso e deletar as emoções e as vontades e o calor que minha pele sente pela minha pele. nunca duvidei do meu amor por mim mesma. esse que falei a pouco que é grande demais e não cabe aqui. preciso preencher tudo. esse quadrado branco todo sobre mim. sobre o quanto eu sou apaixonada por mim. quanto eu pagaria pela minha estátua? se um dia descobrir que existe uma outra eu: me apaixonaria por ela também? me questiono e procuro letras que juntam palavras simpáticas pra me fazer sentir melhor sobre isso, apesar de saber que independente do que mostre ou não, nada vai mudar.

um dia eu estava transando na frente do espelho
e só conseguia olhar pra mim.
transando comigo mesma, sentindo arrepios na pele completamente apaixonada pelo reflexo nu com os seios em movimento e a boca ofegante.
gozei porque era eu ali no espelho.
só li verdades
Mistico 11h
Engraçado como passam pessoas,
deixando marcas que o tempo não apaga.
Algumas ficam, outras partem,
e há aquelas que se demoram,
só para no fim abandonarem sem aviso.

E assim seguimos, colhendo lições,
descobrindo que o valor que temos
depende menos de quem chega
e mais de quem escolhe ficar.

Todos os olhares, todas as emoções,
instantes de felicidade intensos,
mas passageiros como o vento,
eternos apenas na lembrança
de quem ousa sentir.

Chutamos o ar em fúria contida,
pois sabemos que, por mais que sejamos tudo,
para muitos seremos nada.
E todo esforço, todo afeto,
pode ser apenas um eco lançado ao esquecimento.

No fim, resta a certeza:
colocar-se em primeiro lugar
é a única forma de não se perder.
Talvez, se nos priorizássemos mais,
as dores seriam menores,
os erros, evitáveis,
as mágoas, inexistentes.

Palavras doem mais que silêncios,
pois ferem onde os olhos não alcançam.
E ainda que façamos de conta,
o coração sente.

A distância, às vezes, é a cura,
o sumiço, uma solução,
um recomeço onde a dor não chega.

Ah, se pudéssemos apagar memórias,
deletar as mágoas como arquivos perdidos!
Mas enquanto isso não é possível,
seguimos… esperando que o tempo,
a seu modo, nos ensine a esquecer.

— The End —