Engraçado como passam pessoas,
deixando marcas que o tempo não apaga.
Algumas ficam, outras partem,
e há aquelas que se demoram,
só para no fim abandonarem sem aviso.
E assim seguimos, colhendo lições,
descobrindo que o valor que temos
depende menos de quem chega
e mais de quem escolhe ficar.
Todos os olhares, todas as emoções,
instantes de felicidade intensos,
mas passageiros como o vento,
eternos apenas na lembrança
de quem ousa sentir.
Chutamos o ar em fúria contida,
pois sabemos que, por mais que sejamos tudo,
para muitos seremos nada.
E todo esforço, todo afeto,
pode ser apenas um eco lançado ao esquecimento.
No fim, resta a certeza:
colocar-se em primeiro lugar
é a única forma de não se perder.
Talvez, se nos priorizássemos mais,
as dores seriam menores,
os erros, evitáveis,
as mágoas, inexistentes.
Palavras doem mais que silêncios,
pois ferem onde os olhos não alcançam.
E ainda que façamos de conta,
o coração sente.
A distância, às vezes, é a cura,
o sumiço, uma solução,
um recomeço onde a dor não chega.
Ah, se pudéssemos apagar memórias,
deletar as mágoas como arquivos perdidos!
Mas enquanto isso não é possível,
seguimos… esperando que o tempo,
a seu modo, nos ensine a esquecer.