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Othon P Biedacha Dec 2024
Canta, esplêndida sonata,
O desvario eterno do universo
E rima, e da alma desata
O meu único e exilado verso.

Tremi nas aras da tristeza,
Nos incógnitos anoiteceres
Entre mil e um seres,
Despi-me sombrio na profundeza.

Sou rei e sou mendigo,
Nada sou sem meu ser,
Não sei mais o que eu digo
Sou o infinito zero a esmorecer.

Flores do nada, amanhecem no tudo
Como seres que não existem, dizendo uma verdade,
Eu sou a sempiterna soledade,
Do meu ser louco e desnudo.

Sou a forma distinta, inexata, ambígua
De tudo que se afirma, em mim se míngua
Como a negação de minha negação,
Carretéis de espinhos coroam as ruínas de minha desilusão.

Sou esplendor ***** dos desonrados,
Na sombra de vasos quebrados,
De Shevirat ha-kelim
Pintando com meu sangue carmesim

A eterna confabulação da vida.
Eis minh'alma desconhecida,
Por toda a eternidade,
Pisoteando nas uvas ilusórias da verdade!

— The End —