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Não sou senão poemas
Sem qualquer liberdade neles
Ou em mim, presa nas horas
Que perco neste lugar em que não sei ser
Só tenho asas em papel
E não voo senão escrevendo
Fecho-me do que é real
Para me abrir no que é realmente real
Ninguém me lê, mas se lessem
Será que me sabiam?
Escrevo em charadas ou parece-me só?
O tempo é sem ser e nada sei senão a mim.
E saber-me não dói como não saber o resto
Como não querer saber o resto
Como não querer senão os versos
O que importa? O que é real?
nada nada nada
Como ser?
Não sou senão poemas
Sem qualquer liberdade neles
Ou em mim, presa nas horas
Que perco neste lugar em que não sei ser
Só tenho asas em papel
E não voo senão escrevendo
Fecho-me do que é real
Para me abrir no que é realmente real
Ninguém me lê, mas se lessem
Será que me sabiam?
Escrevo em charadas ou parece-me só?
O tempo é sem ser e nada sei senão a mim.
E saber-me não dói como não saber o resto
Como não querer saber o resto
Como não querer senão os versos
O que importa? O que é real?
nada nada nada
Como ser?
28-09-2016

— The End —