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Felipe Thomas May 2014
as luzes e os sons da cidade
que nessa penumbra são meus fantasmas
atraem os sentidos da racionalidade
e repelem o instinto de minha consciência
o melhor dos meus acidentes e minha doença
a incurável, que me faz trabalhar a todo tempo
e que me faz saber o que só eu sei;
todos os bons rapazes de barbas feitas
com argumentos irrefutáveis e namoradas invejáveis
têm olhos tão bons quanto os de minha rola
eu sou falso, não me atrevo a debater
pois, afinal, por que lhes dar meu tempo?
eu o faria com algumas poucas pessoas
apenas as que me pudessem compreender
como as principais moças de meu inconsciente;
mas até que alguém assim me encontre
sigo caminhando sozinho no início de noite
tentando compreender o que é isso
e qual a importância de tudo que me circunscreve
enquanto sei que nada importa
andando a passos lentos
fazendo o que calho de fazer
encarando minha sombra recém criada
pela lua hasteada no céu de piche
sentindo o orvalho beijar minhas canelas
enquanto espero que alguém jamais se importe comigo.
¡Vengo de la cocina, vengo de la cocina!
Traía en grandes manchas en el traje, la harina.

En las pálidas manos, entre los dedos finos,
olor agudo a especias, canelas y cominos.

Al fondo de los ojos, en grueso punto de oro,
traía de las ascuas el alegre tesoro.

De ollas y cacerolas el sonoro ludir,
traíalo en los labios al hablar y al reír.

Por besarle la frente le aparté los cabellos:
lo más sutil de todo, el humo, estaba en ellos.

— The End —