De onde vens, ó andarilho?
Já não me lembro...
A tempos caminho por esta estrada
Mas não sei de onde vim
E para onde ela segue?
Também isso não sei, simplesmente continuo a caminhar...
Se me perguntas, acaso saberias o destino?
Venho da direção oposta à tua
E assim como tu, me esqueci de onde parti
Havia um menino
Que gostava de construir castelos de areia
Cada vez que construía
O vento soprava forte e desmoronava um pedaço de si
Até que um dia
restou apenas...
Areia
Havia outro menino
Que gostava de destruir castelos de areia
Cada vez que destruía
Um pedaço de si mesmo também desmoronava
Até que um dia
restou apenas...
Areia
Vagavam então pelo deserto que eles mesmos construiram
O Sol escaldante era como a sombra
A mais profunda e obscura sombra
Que queimava seus corações
e lhes cegava os olhos
Cegos e perdidos nas areias do esquecimento
Ao fim eram como um só
Caminhando em direções opostas
Carregando o mesmo destino