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E como a qualquer criança
Brilharam-se-me muitos os olhos
À primeira vista deste prado
Verde e húmido e florido
Com bichos passageiros, pardais a chilrear.

Mas com o tempo secou-se a relva
Foram-se as flores e com elas as borboletas
Só a cigarra canta, metódica,
Já nem os céus se pintam em aguarelas
Nem versos deslizam perdidos mais.
É tudo muito estranho nestes dias pálidos como a noite
Em que só sirvo para ficar na cama a ouvir a revolta natureza
Nada é cor à minha volta então pinto dentro de mim
Com ondas do mar e aguarelas de verão
Quase sinto o calor e a brisa a maresia.

Não amo as pessoas quando as amo
Mas as cores que cantam e o seu lugar na natureza,
Como iluminam meras banalidades
Para que não sejam mais banalidades mas nas minhas mãos poesia.
Fizeste-te tudo isso, calor, conforto, luz
Por isso e pelas flores dou-te versos e amor.

— The End —