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Marco Bo Sep 2018
under this suburban sky
red stain on the dull gray, when you move away to your elsewhere
you revive
as a fish returning to the water after a short yet intense pain

for you I'm the bait
and the hook
and the fisherman too,
not in that order
in the order you decide
since you decide

you are elusive, you always look away and tighten your eyes
your words are lashes
I feel weak in your presence,
at the same time your fragility confuses me and it moves me
as a boat adrift in a lonely sea
...................
sotto questo cielo suburbano
macchia rossa su grigio opaco, quando ti muovi nel tuo altrove,

tu rivivi
come un pesce che ritorna in acqua dopo un'agonia breve ma intensa

per te io sono esca
amo ed anche  pescatore,
ma non in quell'ordine
nell'ordine in cui decidi
e tu decidi

sei inafferrabile, distogli sempre lo sguardo e stringi gli occhi
le tue parole sono staffilate
mi sento debole in tua presenza,
allo tempo stesso la tua fragilità mi confonde e mi commuove
come una  barca alla deriva in un solitario mare
..................

bajo este cielo suburbano
mancha roja en gris opaco, cuando te alejas a tu otro lugar,
tu revives

como un pez que regresa al agua después de un dolor breve pero intenso

yo soy cebo para ti
y gancho
y también  pescador
pero no en ese orden
en el orden en que tu decidas
y tu decides

eres evasiva, siempre mira hacia otro lado y cierras los ojos
tus palabras son latigazos
me siento débil en tu presencia,
al mismo tiempo, tu fragilidad me confunde y me conmueve
como un barco a la deriva en un solitario mar
A M Ryder Aug 2023
I started isolating
Myself, used to
Say everything
I was feeling
But then I guess
I just stopped
I wanted them to
Love me for who
They thought
I was
And not who I felt
Myself becoming

Ever think about
How horrified the
People we loved
Would be if they
Found out who
We really are?
So we dig deeper
Into our lies everyday
Ultimately hurting
The only
People who
Are brave enough
To love us
Wish I was
Brave enough to
Love them back

We don't have
As much time
As we think
Noandy Nov 2014
It is true that secrets play hide and seek
Like jolly lads and whimsical princesses
It is true that secrets play hide and seek
Going along with childhood unearthed
Vanishing away with a disguised fairytale
Littlers believe before their torn faith
Stories of hope and paramours twisted
Into joyous love myth and red slaughter
For the laughter was just a radical sound
Unknown to all of us in sunset earlihood
When I grow up I want to be what I did
Not know, while thinking of ghosts and
Things unexist,  jolly princesses with all the
Whimsical lads, thought only of beauty
And the sugar-dips poison of love long
Lost astray till they climb up a stair and
Claim a throne of stern jaw and  bones
Our skeleton soaring and hair dressed
We finally find the secrets that played
With us throughout the childhood like
Memories unearthed, wither and die
A painful death in their game of a foul
Revelation sewn tight without a trace
In our sunset earlihood when we used
To think that this world is composed of
Beauty and sugar-dips decomposed
Children of impurity and twisted guns
Anything but lethal when they let us live in
Mere tales of pride-degrading fables
To play
Or hide
And seek
Forever now
A sequel to Mandragona which correlates with Avengeador
Perdido. Tomado pela multidão histérica de memórias. Mutilação. Gritos de agonia. Horror nos olhos de  "inocentes". Memorias de imagens presas numa parede de incapacidade. Incapaz de ver. Incapaz de saber. De ser. Sou o luto de minha tragédia. Ser o algoz do mundo. Já não me lembro.  Ele se diz meu sogro. Minha mulher está morta. As crianças foram brutalmente assassinadas. Seus corpos foram abandonados. Todos fugiram pelo terror do algoz. E eu apaguei. Já não me lembro. É preciso acreditar?  Lembrei que não me lembro do meu rosto. Ele me pediu para olhar ao espelho. Olho diretamente para aquela figura. Então este sou eu.  Apático. Ele sorri. Também tento. Pele azul. Olhos de vidro. Meus braços se misturam com uma membrana de carne. Me estico. É possível voar? Sim! Nós todos podemos voar, este é um planeta muito grande para simplesmente caminharmos. Às vezes ele fala como um mentiroso. Eu o detesto. Meus pés são como minhas mãos, só que maiores. Você deseja cavar os túmulos com seus pés? Esse não é o ponto! A questão é que sou diferente. Que vivo num mundo diferente. Onde eles são como eu. Deixe- me viver a fantasia!
Me levaram para a sala de recuperação de memória. Fizeram um tratamento
intensivo.
Tema: quem é você?
Resultado: Você é Khaladesh! Você é Khaladesh! Você é Khaladesh!(...)
Tome estes remédios!
Não posso!
Tome estes remédios!
Não quero!
Resultado: há uma guerra acontecendo. Um inimigo misterioso destruiu tudo o que importa. Quem é tal inimigo? Uma legião de sadismo. Tudo o que é perverso neste mundo carrega o nome  Arcantsulyan. É preciso sentir ódio por Arcantsulyan! É necessário se proteger contra Arcantsulyan. Oremos aos deuses!  Será que não orei o bastante? Já não me lembro. Livrai-nos de Arcantsulyan!
Há dois Sóis em meu mundo! Há também um deserto. Um jovem caminha em direção à Thaeran'khur. Seus passos cambaleantes e exaustos seguem por dois dias inteiros pelas areias do deserto... Não há noite em Thaeran'khur. Um calor crepitante invade sua alma. Há calor em seus olhos. Há calor em suas mãos. Há calor em seus brônquios. O calor e a poeira espreitam sua angústia. Incidem sem avisar em sua esperança. Um calor tão horrível que faz curvar seu corpo em incomensurável e desesperada agonia. Nada mais importa. Seu lar já foi esquecido. Suas lembranças já são meros devaneios. O que lhe resta é apenas entregar-se para a iminente morte ou seguir caminhando até morrer. À sua frente há uma fronteira que divide a parte inabitável do restante do deserto: um local onde a radiação  dos Sóis transformou toda a extensão de  areia em puro vidro. Um local onde não ha como permanecer vivo. O jovem desesperado e quase inconsciente vê a luz refletida pela gigantesca camada vitrificada. Ele segue em direção à luz. Irá cruzar o limiar da consciência: adentra o deserto de vidro... Incineração fatal... Seu corpo se transforma em areia.  O que aconteceu depois? Ele deixou de ser. Sabe o que isso quer dizer? Quer dizer que já não é. Ele abriu caminho à todas as possibilidades. Seu corpo se fragmentou em pedaços infinitos e se misturou com os infinitos pedaços que ali haviam. Ele se tornou tudo o que existe. Ele é o deserto agora. Mas o deserto está se unificando. A luz está juntando os pedaços. Os grãos estão se tornando vidro. Reflita...
Você é Khaladesh. Membro da rebelião contra Arcantsulyan. Vive escondido nas florestas sobre- oceânicas do Oceano Yuregjorth. Sua mulher e suas crianças foram destroçadas. Você perdeu sua memória. Percebe o quão insano isso tudo parece? Você não está bem. Precisa se lembrar. Não posso me lembrar de nada. Lembre-se de sua família. Lembre-se de seu ódio por Arcantsulyan. Você deve se vingar. Você deve tomar os remédios. Você deve se juntar à rebelião novamente. Você deve se fixar no que é real. Você será espião em território inimigo. Você precisa perceber seus delírios. Você precisa descobrir o que é Arcantsulyan. Você precisa se lembrar quem você é.
Morire come le allodole assetate
sul miraggio
O come la quaglia
passato il mare
nei primi cespugli
perché di volare
non ha più voglia
Ma non vivere di lamento
come un cardellino accecato.
Nella Torre il silenzio era già alto.
Sussurravano i pioppi del Rio Salto.
I cavalli normanni alle lor poste
frangean la biada con rumor di croste.
Là in fondo la cavalla era, selvaggia,
nata tra i pini su la salsa spiaggia;
che nelle froge avea del mar gli spruzzi
ancora, e gli urli negli orecchi aguzzi.
Con su la greppia un gomito, da essa
era mia madre; e le dicea sommessa:
"O cavallina, cavallina storna,
che portavi colui che non ritorna;
tu capivi il suo cenno ed il suo detto!
Egli ha lasciato un figlio giovinetto;
il primo d'otto tra miei figli e figlie;
e la sua mano non toccò mai briglie.
Tu che ti senti ai fianchi l'uragano,
tu dai retta alla sua piccola mano.
Tu ch'hai nel cuore la marina brulla,
tu dai retta alla sua voce fanciulla".
La cavalla volgea la scarna testa
verso mia madre, che dicea più mesta:
"O cavallina, cavallina storna,
che portavi colui che non ritorna;
lo so, lo so, che tu l'amavi forte!
Con lui c'eri tu sola e la sua morte.
O nata in selve tra l'ondate e il vento,
tu tenesti nel cuore il tuo spavento;
sentendo lasso nella bocca il morso,
nel cuor veloce tu premesti il corso:
adagio seguitasti la tua via,
perché facesse in pace l'agonia... "
La scarna lunga testa era daccanto
al dolce viso di mia madre in pianto.
"O cavallina, cavallina storna,
che portavi colui che non ritorna;
oh! Due parole egli dové pur dire!
E tu capisci, ma non sai ridire.
Tu con le briglie sciolte tra le zampe,
con dentro gli occhi il fuoco delle vampe,
con negli orecchi l'eco degli scoppi,
seguitasti la via tra gli alti pioppi:
lo riportavi tra il morir del sole,
perché udissimo noi le sue parole".
Stava attenta la lunga testa fiera.
Mia madre l'abbracciò su la criniera
"O cavallina, cavallina storna,
portavi a casa sua chi non ritorna!
A me, chi non ritornerà più mai!
Tu fosti buona... Ma parlar non sai!
Tu non sai, poverina; altri non osa.
Oh! ma tu devi dirmi una cosa!
Tu l'hai veduto l'uomo che l'uccise:
esso t'è qui nelle pupille fise.
Chi fu? Chi è? Ti voglio dire un nome.
E tu fa cenno. Dio t'insegni, come".
Ora, i cavalli non frangean la biada:
dormian sognando il bianco della strada.
La paglia non battean con l'unghie vuote:
dormian sognando il rullo delle ruote.
Mia madre alzò nel gran silenzio un dito:
disse un nome... Sonò alto un nitrito.
Mateuš Conrad Jan 2023
Brian Molko was already doing the current wannabe-trend of trans-sexuality long before trans-sexuality was a common "thing"... tracing back some ulterior taboo settings... today on my way to work i spotted my first trans-******: wow! obviously he had manly hands... large... he was tall... he had large feet... but slender legs... and a face, with all that necessary make-up of eyeliner... hair? not very long... shoulder length... yes... a deep voice... but then again my godmother has a husky voice from all the smoking and drinking... but i fancied him... the dynamic on the tube was magnifying... three women sat beside him while he was talking to his geeky (maybe, probably) boyfriend, a plump chap with eyeglasses... i couldn't stop thinking: ah... the solidarity of men... when in shortage of supply of women, men will find alternative avenues to compensate for women, men will find women in men... the idea that i might be a transphobe never occurred to me: but it did occur to me that women: for all their supposed glorification of acceptance would never allow men to be attracted to men who are: beyond merely the thespian gay-lord, *******... ally... this... "freak"... i fancied this man... i could omit all the stressed "imperfections"... but such a feminine-feline face... it really suited him... i wanted to kiss him... i was thinking... i'll tend to the "oysters" and all the tender bits and bites of being with him... andd do the butcher's work with a *******... problem solved... this skin-head middle-aged (i'm coming to middle age, or life expectancy, not the lottery of mortality, mind you) sat next to me and was sort of nudging me with a shadow missing in the full-glare of the lights of the tube... you fancy him? insinuations via body-language: yeah... i do... is it wrong? nope! check the women sitting next to him... do you fancy them? nope... me too... of the three or four women sitting next to this trans-****** specimen... none had a lovelier face... mutations just... "happen"... the eureka-oops moments... i could seriously forget about the shared dimensions of large hands twice as big as that of a geisha, same with the feet... i could forget the baritone voice... i really fancied this boy... in a way that gay-lords just make it difficult having mingled with actors too much and not retaining an aura of: suspense and: something in me is frigid, alien... i shouldn't but... hell... i really should! i will! benevolent London that is... he was prettier than all the women i saw that day... like my grandfather once said: there are no ugly women... there are only abandoned... if not abandoned then neglected women... to think that women could ever be neglected: says as much about neglected men... men will find alternative avenues to women when the women self-exfoliate in their "privilege" of: first-come-first-served-and-thus-the-only-served menu... **** that! but what was special about this trans-****** specimen? it reminded me of the time i fancied Brian Molko, still do... in a non-gay sort of way... in a Plato the Plumber there's a blocked toilet of reincarnation afloat... it was actually, sort-of, actually-sort-of-funny watching the women on the same carriage trying to read my reaction... for once a man was more attractive than a woman to me! wow! being accused of trans-phobia... in London? well... only if you can't pull it off! it's like saying: coulrophobia! fear of clowns! with the clowns being without make-up? conflating the Apex Twin gargoyle from Window-Licker?! yeah... scary ****! the grin that's the length of the equator... i couldn't be attracted to a standard homosexual... Thespian leeching or intellectually pleasing akin to a Douglas Murray... or body-building blah blah... but this trans-****** specimen? that's an affront to a woman... all women... a man can have a prettier face to a woman's if... a man deems the exampled woman to be nothing more than akin to a lineage of... never arrived at cosmopolitanism... beetroot countryside proud... all red and irritated... i fancied this one... i was one step away from askig him: can i have your number? again, to reiterate: i didn't mind the deep voice... i didn't mind the size of hands that could match mine or the size of feet that could match mine... i was... infatuated with the magic dust of PIXIES! maybe that's what i learned from going to the brothel... but if you're going to play the trans-****** game... can you please avoid the mishandling of the Hippocratic oath... so little is actually necessary to accomplish a ****-heterosexual confusion-attraction that leaves women feeling inadequate: you, wouldn't even want to begin to believe! i'm now currently thinking of that film: the Odd Couple... Walter Matthau as Oscar Madison and Jack Lemmon as Felix Unger... Felix being the male-feminine counterpart of the feminine-man slob child pampered to: or however this quadratic works... i wouldn't be doing the cleaning and the cooking out of a feminine dignity to avoid doing the hard work of society's demands... no... i'd be perfecting my cooking to match up to the sort of food available upon heading out to a restaurant, i.e. not eating out... i've seen some car-crashes of trans-****** attempts... but this one stuck out for me because i started to think along the lines of: who needs women if men can appear prettier than women?! i'll just close my eyes when hand meets hand... it's a sickly sweet sensation but i could stomach it: if the conversation was kept to a satisfying lubrication: and it wouldn't be even remotely associated to the feminist-gay "commonwealth"... alliance... i don't need homosexuals to tell me XY&Z... i'm actually grooving this trans-****** trend: if spotting the exacting specimen to curtail all the wannabes... if there's an authentic Brian Molko specimen walking around... wow! reimagining being *** starved on the Western Front... a few guys with more artistic inclinations... rather than the rough sea-faring roughage of **** on the spot job done become involved... prettier faces than those of women... i could: no! i would succumb! it's just the terror in the eyes and on the faces of women... hey presto! a stick has two ends! freeze eggs... follow a career... demand a car a mortgage blah blah... my my... what a curiosity this trans-****** worked up to a perfection specimen of disphoria awoke in me... good enough cushioning blanket of sleeping with enough prostitutes... now i really want to sleep with a man... which is not gay... i'm bored of prostitutes... they're like any other woman: you pay them... yet they still complain as if you haven't paid them when not getting a hard-on because of (x) tiredness, (**) distraction, (***) life... per se... whatever... but those female faces... i pretended to be snoozing... they knew i knew... i kept an itch of a blink at this specimen... woman: ANGRY... no... actually... not angry... woman... what the **** is going on? of the times i went to a gay club and didn't pick up a Francis Bacon i wondered: did i drink enough? homosexual lust and all that same-for-same feminine-pro erotica of the jealous stone-rub-stone-offensive... the trans-****** "confusion" is a bright light... if done properly... done... naturally... i'm mesmerised... without... obviously... without... people succumbing to the breaking of the Hippocratic-oath... obviously... i despise the gay-pride movement... at least the authentic trans-sexuality movement is subtle... it's philosophically laden with a curiosity of more lips and less **** stressing fist-*******... this morphing of the pareidolia toward: seeing a female in a man's face... or seeing a man in a woman's face... hardly gender dysphoria... *****-utopia and... just as children look alike, regardless of ***... so do old people... also regardless of ***... but to achieve a heterosexual attraction in the realm of trans-genderism? it can't be forced... it has to happen ha-ha-naturally! i'm laughing at myself... only briefly... i'm more inclined to see the female in a man without seeing the homosexual... because homosexuality is like that quote from... no... not Human Traffic... about being gay and eating *****... how... eating ***** is not for real men... while ******* **** is all All Spice Alles Mensch... whatever... the gays are too proud might as well look out for the shy, proper, proper shy... trans-sexuals without any anti-Hippocratic-Oath mishandling(s)... the women become jittery thus...

i should have come home and reflected on spending
the past several hours on a shift
in Bishop's Park, overlooking Putney Bridge
watching the tide of Thames' recede back into the great
mouth before mingling with the salty waters
of the North Sea...
     all loved-up with the cold the dark and the wind
putting on some Woljiech Kilar soundtrack music
from Dracula - love remembered...
well... i was in the mood for something like that:
i put the track on... nope... can't feel it...
i'm tired, i'm cold i need to put on something to groove
to... we ain't going out like that - Cypress Hill...
tiredness swells the imitation pigeon-strut
in my head... bouncy-Billy will also ask for a chance
to express himself...
    the joke ran with Martin's team (Chelsea)
losing for the first time since 2006 to Fulham...
         the police officers were in a good number...
they even brought their horses...
two stood across from us when the final whistle was
blown... one of them started "laughing": if that's
what horses do, i.e. laugh...
no onomatopoeia here: hey Martin! even the horses
are laughing that Fulham beat Chelsea in the most
local derby of London...
    Craven Cottage is what? a mile at max two from
Stamford Bridge...
          one can only love the ever infuriated Martin...
but still the Thames receding...
   at first glace i might have stretched across
the balustrade and probably touched the surface of
the water... by the end of the shift when the river-bed
started to be exposed i started to wonder:
all that volume and now apparent air where once
there was water...
  no river in the world akin to the Thames...
tide in and tide out... at Westminster it's a river
that rid itself of the kettle and is nonetheless standstill
and boiling - during the day...
while eating a chicken wrap of torsos and tortillas
talking to a Norwegian who came over to watch
the football for the week...
last time he was here in the 1980s... have things changed?
the oyster one-touch travel card...
sure... it has just become a little bit more expensive:
but nothing has changed that much...
but during the night, and if its windy... well: clearly
there's a flow... a tide in or a tide out...
by the time i got to Goodmayes i walked past the brothel:
thank god i have nothing more to prove
thank god i have satiated my base needs and that's that...
what am i looking for? a compliment to a pharma-knock-out
of generic painkillers in the form of a bottle
of whiskey...
    too tired to **** not tired enough to think:
maybe i could fall in love again...
   fall in love... fall in love: but... ugh...
               fall in love and not pamper a woman's needs
with all those basic "tattoos" of courtship...
i might as well ask any future father-in-law:
so... where's my cow, my wedding dowry?
                     where's the pick-me-up to work with?
well if manna from heaven will not drop into my lap...
i hardly think... who the hell needs a car in London?
given the oncoming ULEZ restrictions?
bicycle, underground and the trains, plenty of buses...

today i was sent the most odd message from a coworker
who i am supposed to do a shift at the ice rink
on Sunday...
i was rather surprised - a "box" i never thought i would
unbox (as it were)...
i'll be honest... she's damaged - seriously damaged:
i'm on the "top" of the pile of damaged goods...
a mythological schizoid - ageing - each year turns
out easier as the madness spreads around me:
madness or the crushing mundaneness -
mundaneness or mediocrity -
    in a democracy it's all and the same: in the grey yolk
of bureaucracy -
         pushing letters through keyholes that leave
no door open: unless playing the "system" like
a criminal or a mummy with five different shades
of children from five different fathers...

                       the trouble with Russian girls is that...
they don't like a boy who appreciates music by Placebo...
huge disagreement... her take on Nancy Boy was
rigid and could never be biding: no appreciation of the music
for you... well... that be that...

this girl is hurt... i am hurt: everyone's hurt...
but i still find reasons to find silly happiness in cooking
cleaning, general groundwork labour of changing
the garden - some carpentry: cycling...
keeping up appearances of a well-kept diet
and perfumery of all sorts... at least dressing like
my idol Karl Lagerfeld... like an animal wears its fur...

she even changed her name to Frankie -
Frankie... i.e. is that Franklin, Frank?
no... it's actually Francesca...
the running joke with another girl i work with
runs along the line:
wouldn't that be something, to put on your CV
if you managed to convert her?
convert? or reconvert?
after all she has managed to produce offspring...
god knows why she's not in contact with her daughter...
but it's not like she was always a lesbian...
forced lesbian... it's not something a priori:
it's a posteriori...
after the facts that include: her biological father
beating her biological mum...
her biological mum abandoning her and her siblings
to escape with her dear life...
    how her step-father is like her biological father
but then the problem arises: the mother is unhinged
and now her step-father is facing splitting up with her
mother... of all the siblings she's the only one
keeping contact with her mother...
the other siblings, at least one... is ******* up to
her biological father who was: the greatest intersexual
boxer of the domestic environment to have ever lived
(in her eyes at least, i bet Tina Turner could compensate
such allowances of vanity)...

she used to be a man's woman once...
but now she switched... ******* without all
the Hippocratic misdeeds of the modern, current, narrative,
cutting off ******* and other genitals,
hormonal treatments... it's almost as if Joseph Mengele
died in body but his spirit lived on...
it's like a never-ending Auschwitz or at least
encryptions of mad-scientists for thirst of knowledge
have continued on a side-note of eugenics...
but at least with the closure of the 20th century
there was safe ******* experiments undertaken
by individuals without any authority of government:
the boys would grow their hair long and put
on eyeliner...
    perhaps even use girly perfumes or wear
dresses, nail-polish... hell... even sniff ******* or wear
them... but not with medical authority creating
irreversible ****** changes...
the girls would put on more weight or work out
and pretend to be East Germany's Olympians...
cut their hair short... who came the Pixie girls...
get tattoos wear signets: those bulky rings worth not
a gram of gold but their own worth of bulk...
    and like Francesca get an undercut with a Mohawk...
change their tone of voice... defence defence defence...
and become suddenly less and less agreeable...
still retaining a feminine smile and the odd feminine giggle
that could be unearthed...
or like with her text...
'hey... i want to go ice-skating after our shift...
do you think you'd be up for it?'
sure... although i only ice-skated twice in my life...
a long time ago, 13? i fell every single time...
i looked like someone who escaped from having
suffered from Polio...
i'll still look like someone who suffered from childhood
Polio akin to Israel Vibration's
Wiss", "Apple Gabriel", "Skelly"
      or Ian "Lane" Drury...
                                    instead i sent her a text replying:
sure... but i'll look like a spider equipped with
roller blades... i'll need to bring a casual set of trousers
just in case i fall and rip my work trousers...
'ha ha ha ha(insert crying with laughter emoticons)...'

oh sure... it's not a date... i'm not just going on a date...
we're not going for dinner...
i'm going ice-skating with a lesbian...
a butch-lesbian a hiding woman...
tattoos six-pack and muscle...
no wonder: only hours prior i was admiring
a would-be Brian Molko on the tube...
        
she followed up with a text of yet more defence:
but i'm skint - it will cost £10.50 for an hour
and a bit...
      we'll see i reply... as if she was implying:
if we can't get in for free... would you be willing
to pay?
i didn't reply with agreement to paying for...
then again: i'm not thinking about ***,
or homosexual conversion therapy...
i just don't remember when a girl last asked me to
go on a date with her... after all:
isn't a girl asking a boy to go ice skating with her
sort of asking a boy to go on a date?
she said she was quiet adapted to ice skating:
she owns a pair (of ice skates)... and i'll be the hilarious
polio walker / spider strapped with roller blades
trying to swim in quicksand...
mind you... i'm trying to rid myself of the past two
interactions in the brothel... terrible ***...
that one with the madam where i was limp...
the fate of the Sabine men gripped me...
i won't deny it...
second time... she calls herself my favourite:
she isn't... she's deluded... to the amazement of the other
girls i like to **** in the brothel...
i only extended my per usual 30min stay
by clocking up an extra 30min because i was so close
to climaxing from a *******: knock knock on the door...
time's up... no... not this time...
i'm going to finish... ergo...
but even she has paved her way onto a path of too much
physical augmentation...
if the **** don't come first... then the duck quack lips
reveal themselves first... she's an aging *******
and she has never done anything in terms of work
prior... no laundry no till service...
pregnant aged 14 and in the profession aged 16...
this is the murk and the sully of the gallows
of everyone: once, former, youthful idealism of love...
trotting a horse with broken legs like
waking up into birth by a man sitting in akimbo
for too long... standing up with numbed legs...
moving awkwardly...

obviously i was going to be robbed of Khadra and Mona...
Mona became stupid for getting pregnant
with a customer... hmm... i wonder who...
last time i saw her i teased her without a ******
and this massive fright gripped her face
because i was only teasing and she thought i was
a premature ejaculator... clearly a ****** was subsequently
used and the deposit in it: **** knows...
she should know... i haven't seen her since...

i think i'll text Francesca (Frankie) and tell her...
bring your skates girl... if we can't get in for free i'll
pay for the two of us...
only two shifts prior she was insinuating about
going for a pint: i just replied: i would...
but i had to help my father write the fortnightly
invoice and send it in...
like tomorrow... tomorrow i'll have to help my mother
with the taxes and VAT...
they're getting a new accountant and she lied
about doing her taxes on a spreadsheet...
**** me... i probably used Microsoft Excel twice...
twice, properly... but since i only used it twice...
i'm a bit rusty... so much worth of secondary school
education or the university...
   they taught us the bare minimum of real-world
life-long tools of the onslaught of technology -
   hammer and scythe i can use to count heads...
oh well: there's bound to be some crash-course for dummies
on the internet...

i waited until 9pm for the three of us to sit down to
eat some fajitas...
i overdid it using Kashmiri chilly powder
and three fresh chillies in making the pineapple salsa...
but the hotness neutralised itself with the addition
of the tomato salsa i made... and the guacamole...
the sour cream and obviously cheese, esp. cheddar
neutralises all possible excess spices...
we ate, chatted... one big ******* family,
me, father and mother and my "brother" and "sister"...
well... at least the cats meow and don't bark...
oddly enough: i'm happy... mediocre sort of:
that scene from Hellraiser: Inferno...
were the protagonist - a corrupt police officer -
is forced into a nightmare of having to relive his
eternity in his childhood's bedroom...
living with his parents...
shouldn't the horror be... your parents getting divorced?
i don't know why mine are still together...
they must be freaks... i must be a mutant:
well... born only two weeks after Chernobyl:
no riddles, only clues...
     i keep the conversation going...
i help around the house...
  
                        Frankie dealt me two nuggets of hashish
in the past 4 months... once i was desperate
when the hashish ran out so she gave me the number
of a marijuana dealer: great green all the way from
America... i only used the service once...
maybe that's me being bulletproof...
i'm cutting down on drinking and i will never return
to smoking marijuana to achieve a Buddha-esque glow
meditating while high and hungry...
weighing in at 78kg... it's a bit of a yoyo with me these
days... from 99kg through to 103kg...
but then... i pinch myself: i summon the ***** to pinch
back... hmm! no man-****... so i could try out for
some amateur rugby matches...

a butch lesbian asking a boy for a date to go
ice skating... i feel... truly terrible for all the conventional women...
i would have offered a cinema date...
she beat me to the better sort of entertainment...
she said: let's go ice skating...
i would have retorted: i do own two bicycles...
how about we go cycling in the night...
round and round Raphael's Park...
round and round... and if we're lucky...
and if the winter air aligns itself with some idiot
setting off fireworks... we can get snippets of whiffs
of imitation autumn... as if the leaves of the trees
have fallen in the dry crisp air and someone
set them alight and there's no rot and knee-deep
digging of plush-decay exfoliating a sickness
in the air... how's that?

i'll send her the text... hell... i'll pay for her...
i'm not interested in ***...
she might be a butch-lesbian trying to hide her
femininity... but she still smiles like a woman...

oh sure... i remember the last conventional:
heterosexual date i was on...
we met in a sweaty night-club... if we kissed we kissed:
i don't remember... she gave me her phone-number
i gave her mine... i was in the company of
about 3 girls who i met elsewhere, otherwise:
also randomly...
at least one made something of her life...
she ****** off to Norway - totally off-the-grid...
by now probably breeding huskies for sleighs...

the next time we met... i bought two bottles of wine...
the "date"? a job interview... we talked...
subsequently we went to a pub while i had a pint...
she was feeling claustrophobic...
i was the alcoholic and she became the **** of boredom...
she excused herself: some prior engagement
with her girlfriends... i guess she thought she got away...
i way happy to get away by same mechanisation
of oppositional psychology...
all this talk within the confines of carpe diem that
centred upon: what do you / what's you living
should i think about life insurance - will we live to be 70
years old?
well... that's the cherry on top with Francesca...
you want to go ice-skating? sure...
you want to go cycling with me in the night?
sure... life insurance / what do you for a living?
how much do you earn?
             can we live a little outside a prison within a prison?!

so much for Dawid Bovie's idea of the androgynous man:
if i'm to be surrounded by "butch" lesbian
and prostitutes: that's my lot then...
i'm not going to succumb to the CV-project-veritas
in-vitro infanticide females with CHOICE
like... my spunking into a bucket and calling it:
falling asleep with the sound of rain
trickling trickling on a metallic roof...
in the night when the horrors come and horrors
claim all the little details of frailty
of mortality...

                  for every tear-jerking sympathy for
a Romeo there's the mantis of
   a Judith kissing the decapitated head of
                                                             Holofernes:
**** it... the prostitutes i truly loved ******* are either:
pregnant or on "holiday"...
i passed the brothel only two nights ago...
i spotted a man walking out from the door...
he froze like a doe in the headlights and didn't move
until i turned my head and kept walking...
i was about to blast out with wind and voice:
no shame in having to share women
we will never impregnate!
start thinking like a woman, dear man...
think on ground of evolutionary bias...
for every women there's this boast of:
50% of men reproduced successfully...
while all the whole lot of them the 100% of train-wrecks
and Piccadilly butcher's antics with the flab
have... their greatest success story to ever live...
i could be worse off... than right now...
i could have married an ugly woman:
by definition: if a most feminine man
grows his hair long and applies some slapstick
makeover creases of eyeliner...
i can forgive him his match-for-match size
of hands... height... size of shoe...
but never an ugly woman... UGLY...
that goes beyond mere the physical-glass...
i'm talking: character... there's no prime-ego
LEGO building block... no architect's corner stone...
there's nothing to work with...
just everything to work around...
to avoid...
                    
    if: for ****'s sake... i'm not planning: i'm providing
the revenue... i want to go ice-skating!
she doesn't have any money? i have "too much"...
i don't: but for the worth of life in life that's only
to supposed to span a month's worth of living it...
hell: i have no better idea to pass the time...

at one point i found out that Francesca has some Irish
roots... you're Aye-Reesh?!
              really? never would have conjured up
a sharing of ******* on a leprechaun...
**** it for good luck... like circumcision:
that's apparently Hebrew for: good luck...
with the addition of: ensuring your bride to be
be donning a niqab and all those "other"...
culturally sensitive, exclusive terms of
cultural-dis-appropriation: or whatever the **** is
coming out of H'America...
             once upon a time when that cultural export
was relevant: these days: nothing new to be
found... except the abandoned moon...

well... i sent the text... sure... i'll pay for the ice-skating...
but you have to promise me to go cycling
with me during the warmer months
with me... don't worry about having a bicycle...
you can have my mountain-bicycle
i use for the winter months
while i'll get on my summer month
road-bicycle...
we'll head toward Thurrock...
and elsewhere that's Essex friendly
and far away from London outer-suburbia...
fresh... fresh...
Jean Claude van Dame...
                       Fresh: that's her idea of working out
before the shift... and then going ice-skating...
FooR x Majestic x Dread MC...

                oh well... life in Loon-downs...
or is that: no apples... i'm sure there are no apples...
if she takes the bait...
i.e. i pay for both of us going ice-skating tomorrow...
she better go cycling with me during the
summer months...
she says no to ice-skating tomorrow
i'll become Trojan in my own defense...
if she wants to be all ******* lesbian defensive...
i can be defensive too...
i'll arm myself with enough brothel visits to erase:
first... comes... oh my grandmother disappointed
me... i could have been there for my
grandfather stabbing himself in the leg
while entering the state of AGONIA...

                    i could have been there: she? trying to protect
me against the advent of mortality?
or her... biting my grandfather's alcoholism she
induced by being a terrible woman?
his last pleasures?
crossword puzzles... cycling, fishing,
rekindling with the day-tripper postcard sender
vouch! you're the simulation tourist with
his... grand... chill... no... not -dren...
his... sole and only grand-child... i.e. me...
him buying me the books i read over the summer holidays...

women are so ape so cruel...
i stopped believing in what's idealistic and rare before
me: which i can't replicate...
i'm happy being freed from:
i don't earn the sort of money that the state
demands taxing me... weird? no!
i don't earn enough to be taxed!
weird... i'm sort of pretending to be a jellyfish
afloat... simulating gravity:
gravity is always a simulation in the medium
of water...
                by air contra vacuum:
the mountain breathes in winter a cascade of
frigid snow slides down...
a Michael Schumacher goes skiing...
****** races cars at 200kmh... one loose turn and twist:
cranium like an opening of a watermelon...
jellyfish fighting for life dead-locked style
in a sick-bed while people nearest to him
think about magic-spells: how best to live without
him: how best to milk the cow with *****
instead of milk... hmm hmm hmm...

if she wants to go on a date with me to go ice-skating...
and i'm supposed to be paying for it...
she better be readied to go cycling with me
during the summer months...
if that's not going to happen:
she shouldn't have suggested
going ice-skating in the first place, for ****'s sake...
like: anything by Bricktop in ****** is
Shakespeare to me... perhaps even more...
living with the times...

                                oh well some well: Samuel!
Samuel: you're not Samantha... learn to become
a transvestite first... before we employ the ****
Hippocrates to mutilate you, o.k. darling?
    learn to grow your hair long...
learn to put on make-up... learn to wear dresses...
learn to sniff female underwear...
Samuel! Samuel! you're not Samantha (yet)!
we will not give you up to the Joseph "Hip-replacing-******"
Mengele: shy away from everything American
in the realm of: worth being culturally exported
and influencing foreign cultures: esp.
in the basin of the origins of the English ZZZUNGE...
that's England...
                  
HIPS FOR KNEES!
                    America: beacon, former: beacon of the world
to come... came one Cain for every second cannibal
no Satan was spawned: at least that's Iranian paranoia
covered: converted, shut the doors on Tehran...
bigger whoops happened when...
Garry Glitter became pop once more
with the release of the Joker movie
and that mad dance scene...
on the 132 steps where Shakespeare Avenue
meets Anderson Avenue...

    i will never, ever... visit... anything... remotely...
resembling... or being curated as being:
North America... i've had too much north american
cultural anemia...
             prior to words not being so much politcal
as agent orange doing all the "talking"...
                                  
  tam tam tam dam dam dam... ditto... do no more than
the necessary "evil": just, bass: on the base
on insinuation;
hell... if the afro-cosmopolitan is the new "cool",
the new "groove"...
let's just keep it... marred: in murk: in murky.
Marco Raimondi May 2017
Idália:
Glórias! Que do abismo dão-se as profundezas
E o paradoxo de uma noite escura à luz do dia
Mas que, perto de meus olhos, brilha acesa
A minha admiração magna que por ti sentia!
Tu és tudo, mais que humano
Mas apenas minhas pálpebras podem únicas sentir teu oceano.

Gaia:
Se em teus olhos vês beleza que denominas
Doce Idália, tem-te cuidado ao mundo que te inflama
Pois se hoje cintilas vida, amanhã serão ruínas
Que sucumbirão ao destino em chamas
Mede teus louvores nos horizontes desta terra,
Pois a natureza de tudo é mãe, até da mais funérea guerra!

Idália:
Fria terra sincera e de índole intensa,
Dei minha miséria e caí em pranto
Sem Deus piedoso, a meu sofrer não há recompensa!
Que farei se deste jardim, as flores desejo tanto?
Esta ventura de nada é pedido inocente
Formosa Gaia, como tortura-me em teu semblante ardente!

Gaia:
Se mais luzes sentes deste Sol coroado,
Muito te erras, raia filha, solenemente!
Se destes vastos campos sentes o céu azulado,
Há de regraciar na sombra teu espírito verdadeiramente!
Que fique tua plena vida manchada por amor,
Te lembrarás, quando desatar teus prantos em inocente dor

Idália:
De meus verdejantes olhares pressinto
A agonia formosa que tu angustias em tudo ser
Pois tu és a umbra, acolhedor recinto
E desse despontam tuas misérias, quais tristemente hão de se manter
Decifro há pouco as águas que beijam as areias
E clareia-me o ímpeto dos dilúvios com fúria tua tão cheia

Gaia:
De fúrias acusa-me teu espanto,
Mas a ti digo, quanto vigor menos,
Para o caos não jogar-te aos mantos
E a lembrar-te o sublime, em tempos tão pequenos!
Decrete-me tuas aflições, tua desventura
Que dói em meu reflexo, que em teus olhos pouco dura?

Idália:
Não digo! Há dentro d'alma tanta vida
Que desconfio, de minha, estar trancada em gelosia
Como recamo no céu de uma ave perdida
Suspiro descorada ânsia qual me havia
Ah! Atravessa-me este calor de eras a centos
Mas inda vejo airoso sopro no troar eterno dos ventos

Gaia:
Diga a cantar-te poder que nos iriantes astros amontoaste
E do mundo, os fundamentos volvia
Destas águas de criação, tu já breve, encerraste?
Lembra-te do sol de primavera, qual no vácuo as solidões enchia
Que importa se és rasga enganadora?
Se de minhas mãos saíram as raízes desta terra traidora!?

Idália:
É o destino, luz que empalidece e minh'alma estua,
Quando campo mi'a pele palpita tua alvura,
Deste infinito toco sublimado nascer de nívea Lua
Posto que, no brilho desta, cuja noite torna pura
O presente esmaece e crio-me, do fato, fugidia errante,
Como o lírio qual coroa abre pobre, por grato instante
Os versos da primeira cena não estão por vez finalizados, inclusive estes que aqui estão podem sofrer mudanças consequentes de suas adaptações, porque foram pouco revisados. Tratam-se, portanto, apenas de alguns fragmentos.
colddistance Sep 2012
No meio da multidão e da sociedade corrompida.
Tudo que eu vejo é você.
Meus dedos se entrelaçam.
No horizonte de eventos da tristeza profunda, você me resgata apenas por existir.
Sinto o desespero da ansiedade sobrepor o sono dado da depressão e, como um tapa frio nas costas,
arranca minha coluna e a quebra como se fosse de vidro. Tudo que eu vejo é você.
Eu sinto meu estômago congelar e minha pele queimar como se fosse lepra.
E todo o desespero, tristeza e agonia, não fazem parte de mim quando me lembro do seu sorriso. É um rifle apontado pro meu peito.
Evelin G hoffman Nov 2013
Dime tu ,  como hago?
Hay en mi mente un lago
Un lago de pensamientos
Que el agua dirije ati...

A ti que ignoras esta corriente
De deseos que pasan por mi mente
Tantas ganas de sentirte
Tantas ganas de tenerte.

No poder tan siquierA verte
Te digo en verdad abrume mi mente
Quiero terminar con esta agonia
Es como una enfermedad que me mata dia a dia.

Solo dime , como hago?
Es que acaso neesito un mago?
Que le haga entender ami mente
Que mi corazon es un demente.

           11/12/13 EveGaby
Diego Scarca Jul 2010
Forse più di lei quel che resta
è la sagoma che compone le cose
riversa nel vetro d’una finestra,
presa per un reale abbandono.

Questo è il tempo.
Dove finisce il suono s’avviano
le luci di due fari che sollevano
dal fondo notturno del viale
il parto torbido della terra:
questo fumo d’infinita ragione.

Il passo di chi fiancheggia l’auto
e bisbiglia all’orecchio del conducente
la strada di un cortile
dove siede, assente,
il corpo inerte di un padrone.

Si spalanca su una corte
l’assottigliato riverbero dei vetri.

Assiepata città
di vani incerti sulla fine.
Se ne va l’immobile foschia
con un tremore sconnesso.

Forse di lei quel che s’appresta
è una lenta agonia.
Diego Scarca, Architetture del vuoto, Torino, Edizioni Angolo Manzoni, 2007
Meu estômago borbulha náuseas de vazio
uma agonia que nasce das entranhas
as coisas são cada vez mais estranhas
os sorrisos cada dia mais sombrios

Quero chorar
mas a muito meus olhos estão secos
E meus pulmões pretos
não me permitem respirar

Abafado pelo silêncio que outrora pedi
Sentindo a alma das coisas que repudiei
Dentro do meu próprio abismo gritei
E nem sequer o próprio eco ouvi

Oh, majestoso algoz
nunca imaginei que te desejaria
A esse ponto é certo que me jogaria
de ponta ao declínio atroz

Mutilem meu corpo
nada sentirei
de minha mente já me ausentei
sofro tanto que, por mais nada sofro.
Sua mãe morreu de câncer, meu filho.
Sua mãe morreu lentamente, sem dramas,
mas com intensa agonia.
Foi o que lhe respondi quando
perguntou o por que eu nunca
terminei de escrever meu
primeiro romance.
Você levou suas mãozinhas pequenas
e disformes
ao meu rosto e tocou meus olhos
com carinho e violência.
Levantei, afastando-me: estava na
hora de sua injeção: hormônios
de crescimento
de homens ainda mais mortos
que eu.
Ah, pobre Dolores
Mais uma vez está cansada de suas mágoas e constipada com suas dores
Há quem diga que quando olha o céu, sonha com estrelas
Acalme-se Dolores, hoje tenho um presente para entretê-la
Acorde de seu sonho e largue esses afazeres
Olhe para A Casa Abandonada dos Prazeres
Almeja tanto assim?
O seu ignoto fim?
Por quê toma todos esses remédios?
Se o que deseja é pular do mais alto prédio
Para quê todas essas doenças inventadas?
E essas mulheres, para quê invejá-las?
Na casa encontrará a cura
Não mais carregará sua imaginária feiura
Lá será bela como sempre quis
Mas pergunte-se o que é ser feliz
Lá, em todas as paredes, encontrará espelhos
E em todas camas encontrará lençóis vermelhos
Onde finalmente poderá gozar
E a beleza que não é sua, contemplar
Goze, goze Dolores
Mistura seu prazer com suas dores
Goze, goze mais uma vez
Goze toda sua estupidez
Saiba que nem tudo que cintila é ouro
E fora da casa continuará seu agouro
Quando fora estiver, da vida perderá a crença
E a cada vez que entrar e sair, nascerá uma nova doença
Uma daquelas de sua hipocondria
E a cada dia verá a verdadeira agonia
Sentirá dor, e fome
Não se lembrará de seu nome
Não poderá comer, pois a doença te devastará
E para a casa todos os dias irá correr, a sonhar
Lembre-se de novo
Que nem tudo que brilha é ouro
Ganhará a casa e perderá o mundo
E seu eu estará perdido num poço profundo
Um dia dirá:

Será?
Toda aquela estética...
era tão assim... patética?
Nossas escolhas não tem volta
Para o destino não há revolta
Não devo mais chorar
Só me resta, agora, gozar

Goze, goze Dolores
Mistura seu prazer com suas dores
Goze, goze mais uma vez
Goze toda sua estupidez
Contos da Casa Abandonada dos Prazeres
Dolores - O primeiro conto
“Ai não sei se é sonho se realidade,”
Se uma brisa, que percorre meu ser,
Entra na minha vida, trás tua amizade,
Cultiva minha mente, preciso amadurecer!

“Ai não sei se é sonho se realidade”,
O que tuas palavras, fazem ao entardecer,
Transformam minha agonia e tiram sua ansiedade,
Durmo como criança até amanhecer!

“Ai não sei se é sonho se realidade”,
Mas na verdade, vivo ao te ouvir,
Feliz, sorrio ao te ver vir,
Teu sorriso é uma eterna beldade!

“Ai não sei se é sonho se realidade”,
Se um brinde, com uma enorme surpresa,
Uma dádiva da realeza, autenticidade!
Teu sorriso fascina, minha linda princesa.

Como eu queria olhar-te nos olhos,
Pegar-te nas mãos, encostar-te a mim,
Fechar os olhos e beijar-te!
“Ai não sei se é sonho se realidade”

Autor: António Benigno com uma frase de Fernando Pessoa.
Qualyxian Quest Feb 2019
futility in daily life
   moments of joy, moments of strife
                  restlessness rife...

                           agonia.
Evelin G hoffman Nov 2013
Y es que vuelves a mis pensamientos
Que sera esto que estoy sintiendo ?
Como cuando el mar golpea con olas fuertes
Entras derrepemte, sin avisar a mi mente.

Sombra que me persige que no puedo palpar
Te pienso, te siento y casi que te puedo tocar
Mas tocarte es solo ideas, parte de una fantasia
Ilogica, demente, pero sera erronea mi agonia?

Es que vienes y te vas
Y apareces una vez mas
Eres sombra oscura
La vida se me hace dura!

Pero esa sombra es a veces Brillante
Es la luz de tu belleza sin duda despampanante
Y me olvido si tu presencia hace mi vida dura
Porque mi ilucion de verte, es fantasia que perdura
Julia Jaros Nov 2016
Escuta com atenção o que vou te falar
Importante
Urgente
Talvez indiferente
Mas necessário, sem alvará.

Como posso começar?
É difícil explicar
E se não existirem palavras
Nem desenhos ou qualquer coisa para representar
Decretada a agonia estará.

Ok, lá vou eu
talvez vou numerar
correr pelo meu subconsciente para caçar
formas de expressar essa merda.

Era uma vez uma moça cujas palavras não sabia formular.
Sappi - e forse lo sai, nel camposanto -
la bimba dalle lunghe anella d'oro,
e l'altra che fu l'ultimo tuo pianto,
sappi ch'io le raccolsi e che le adoro.
Per lor ripresi il mio coraggio affranto,
e mi detersi l'anima per loro:
hanno un tetto, hanno un nido, ora, mio vanto:
e l'amor mio le nutre e il mio lavoro.
Non son felici, sappi, ma serene:
il lor sorriso ha una tristezza pia:
io le guardo - o mia sola erma famiglia! -
e sempre a gli occhi sento che mi viene
quella che ti bagnò nell'agonia
non terminata lagrima le ciglia.
Evelin G hoffman Aug 2016
Cuantas veces e caido en este abismo
Donde lagrimas corren sin cesar
Porque mi vida sin ti no es lo mismo
Eh despertado sin poder parar de llorar .

Entiendo que jamas as sido mia
No son ideas que e inventado en mi cabeza
Estoy clara de que vivo en agonia
Mi corazon siempre vivira esta pobreza.

Te amo tanto y lo guardo por dentro
Aunque aveces quiero explotar
Quiero sentirte cerca por tan solo un momento
Pero temo tanto q solo te quieras alejar

Me conformo con verte, con tener tu amistad
E aprendido a finjirme esta mediocridad
Me e creido que para mi esto es suficiente
Pero dias como hoy mi corazon no entiende.
5-7-16
Mariana Seabra Jul 2023
Chegaste a mim em forma de argila, num balde de plástico furado.  
Apanhei-te, de surpresa, embrulhada nas ondas do meu mar salgado.  
Estavas escondida, por entre os rochedos, rodeada pelas habituais muralhas que te aconchegam,  
                                                   ­     as mesmas que me atormentam,  
quando levantas uma barreira que me impede de chegar a ti.  

Segurei-te nos braços, como quem se prepara para te embalar. Sacudi-te as algas, e encostei o meu ouvido à casca que te acolhia no seu ventre.  
Não conseguia decifrar o som que escutava, muito menos controlar a vontade de o querer escutar mais. Algo ecoava num tom quase inaudível. Sentia uma vida...uma vida fraca, sim...mas, havia vida a pulsar. Podia jurar que conseguia sentir-te, para lá da barreira, como se me tivesses atravessado corpo adentro.
Ainda não conhecia o som da tua voz, e ela já me fazia sonhar.  

Pulsavas numa frequência tão semelhante à minha!... não resisti,  
fui impelida a chegar mais perto. Precisava de te tocar, precisava de te ver,
     só para ter a certeza se eras real,
                           ou se, finalmente, tinha terminado de enlouquecer.

Se tinha perdido os meus resquícios de sanidade,  
                                                     ­                                   consciência,
                                                                ­                        lucidez,                              
ou se era verdade que estávamos ambas a vibrar,
no mesmo espaço, ao mesmo tempo, no mesmo ritmo de frequência, uma e outra e outra...e outra vez.  

Vieste dar à costa na minha pequena ilha encantada. Na ilha onde, de livre vontade, me isolava.  
Na ilha onde me permitia correr desafogadamente,  

                                             ­                            ser besta e/ou humana,  
                                                       ­                  ser eu,  
                                                           ­              ser tudo,
                                                                ­         ser todos,  
                                                        ­                 ou ser nada.  

Na mesma ilha onde só eu decidia, quem ou o que é que entrava. Não sabia se estava feliz ou assustada! Mais tarde, interiorizei que ambos podem coexistir. Por agora, sigo em elipses temporais. Longos anos que tentei suprimir num poema, na esperança que ele coubesse dentro de ti.

(…)

“Como é que não dei pela tua entrada? Ou fui eu que te escondi aqui? Será que te escondi tão bem, que até te consegui esconder de mim? És uma estranha oferenda que o mar me trouxe? Ou és só uma refugiada que ficou encalhada? Devo ficar contigo? Ou devolver-te às correntes? Como é que não dei pela tua entrada...? Que brecha é que descobriste em mim? Como é que conseguiste chegar onde ninguém chegou? Como é que te vou tirar daqui?”.  

Não precisei de te abrir para ver o que tinha encontrado, mas queria tanto descobrir uma brecha para te invadir! Não sabia de onde vinha esse louco chamamento. Sei que o sentia invadir-me a mim. Como se, de repente, chegar ao núcleo que te continha fosse cada vez menos uma vontade e, cada vez mais uma necessidade.

Cheiravas-me a terra molhada,  
                                                      ­   depois de uma chuva desgraçada. Queria entrar em ti! Mesmo depois de me terem dito que a curiosidade matava. Queria tanto entrar em ti! Ser enterrada em ti!  

A arquiteta que desenhou aquele balde estava mesmo empenhada                                                        ­                                                             
                                 em manter-te lá dentro,  
e manter tudo o resto cá fora. A tampa parecia bem selada.  

Admirei-a pela inteligência. Pelo simples que tornou complexo.  
Pela correta noção de que, nem toda a gente merece ter o teu acesso.

(...)

Vinhas em forma de argila...e, retiradas as algas da frente, vi um labirinto para onde implorei ser sugada. Estava no epicentro de uma tempestade que ainda se estava a formar e, já se faziam previsões que ia ser violenta. O caos de uma relação! de uma conexão, onde o eu, o tu e o nós, onde o passado, o futuro e o presente, entram em conflito, até cada um descobrir onde se encaixa, até se sentirem confortáveis no seu devido lugar.  

Estava tão habituada a estar sozinha e isolada, apenas acompanhada pelo som da água, dos animais ou do vento, que não sabia identificar se estava triste ou contente. Não sabia como me sentir com a tua inesperada chegada. Não sabia o que era ouvir outro batimento cardíaco dentro da minha própria mente,  

e sentir uma pulsação ligada à minha, mesmo quando o teu coração está distante ou ausente.  

No começo, espreitava-te pelos buracos do balde, por onde pequenos feixes de luz entravam e, incandesciam a tua câmera obscura,  

                 e tu corrias para te esconder!
                 e eu corria para te apanhar!
                 e foi um esconde-esconde que durou-durou...
                 e nenhuma de nós chegou a ganhar.  

Quanto mais te estudava, menos de mim percebia. Mais admiração sentia por aquela pedra de argila tão fria. "Que presente é este que naufragou no meu mar? Como é que te vou abrir sem te partir?"

Retirei-te a tampa a medo,  
                                                a medo que o teu interior explodisse.  

E tu mal te mexeste.  
                                  E eu mexia-te,
                                                           remex­ia-te,
                                                           virava-te do direito e do avesso.  

És única! Fazias-me lembrar de tudo,
                                                          e não me fazias lembrar de nada.

És única! E o que eu adorava  
é que não me fazias lembrar de ninguém,  
                             ninguém que eu tivesse conhecido ou imaginado.

És única! A musa que me inspirou com a sua existência.  

“Como é que uma pedra tão fria pode causar-me esta sensação tão grande de ardência?”

(…)

Mesmo que fechasse os olhos, a inutilidade de os manter assim era evidente.  
Entravas-me pelos sentidos que menos esperava. Foi contigo que aprendi que há mais que cinco! E, que todos podem ser estimulados. E, que podem ser criados mais! Existem milhares de canais por onde consegues entrar em mim.  

A curiosidade que aquele teu cheiro me despertava era imensa,                                                          ­                                                

               ­                                                                 ­                  intensa,
                                                                ­                                                       
         ­                                                                 ­                         então,  
                                          
             ­                                                                 ­                    abri-te.

Abri-me ao meio,  
só para ver em quantas peças é que um ser humano pode ser desmontado.

Despi-te a alma com olhares curiosos. E, de cada vez que te olhava, tinha de controlar o tempo! Tinha de me desviar! Tinha medo que me apanhasses a despir-te com o olhar. Ou pior!  
Tinha medo que fosses tu a despir-me. Nunca tinha estado assim tão nua com alguém.  
Tinha medo do que os teus olhos poderiam ver. Não sabia se ficarias, mesmo depois de me conhecer. Depois de me tirares as algas da frente, e veres que não sou só luz, que luz é apenas a essência em que me prefiro converter. Que vim da escuridão, embrulhada nas ondas de um mar escuro e tenebroso, e é contra os monstros que habitam essas correntes que me debato todos os dias, porque sei que não os posso deixar tomar as rédeas do meu frágil navio.  

(...)

Vinhas em inúmeros pedaços rochosos,
                                                                ­             uns afiados,  
  
                                                   ­                          uns macios,

                                                               ­           todos partidos...

Sentia a tua dureza contra a moleza da minha pele ardente,  
E eu ardia.  
                    E tu não ardias,  
                                                 parecias morta de tão fria.  

Estavas tão endurecida pela vida, que nem tremias.  
Não importava o quanto te amasse,  
                                                       ­          que te atirasse à parede, 
                                                        ­         que te gritasse                                                         ­                                                                 ­                    
                                                                ­                            ou abanasse...

Não importava. Não tremias.  

Haviam demasiadas questões que me assombravam. Diria que, sou uma pessoa com tendência natural para se questionar. Não é motivo de alarme, é o formato normal do meu cérebro funcionar. Ele pega numa coisa e começa a rodá-la em várias direções, para que eu a possa ver de vários ângulos, seja em duas, três, quatro ou cinco dimensões.  

"Porque é que não reagias?"  
"Devia ter pousado o balde?"  
"Devia ter recuado?"
"Devia ter desviado o olhar,
                                                      em vez de te ter encarado?"  

Mas, não. Não conseguia. Existia algo! Algo maior que me puxava para os teus pedaços.  
Algo que me fervia por dentro, uma tal de "forte energia", que não se permitia ser domada ou contrariada. Algo neles que me atraía, na exata medida em que me repelia.

Olhava-te, observava-te,  
                                                absorvia-te...
e via além do que os outros viam.
Declarava a mim mesma, com toda a certeza, que te reconhecia.
Quem sabe, de uma outra vida.
Eras-me mais familiar à alma do que a minha própria família.  
Apesar de que me entristeça escrever isto.  

Eram tantas as mazelas que trazias...Reconhecia algumas delas nas minhas. Nem sabia por onde te pegar.
Nem sabia como manter os teus pedaços juntos. Nem sabia a forma certa de te amar.
Estava disposta a aprender,  
                                                   se estivesses disposta a ensinar.  

(…)

Descobri com a nossa convivência, que violência era o que bem conhecias,                                                       ­                                                         
                    então, claro que já não tremias!  
Um ser humano quebrado, eventualmente, habitua-se a esse estado. Até o amor lhe começa a saber a amargo.  

Só precisei de te observar de perto.  
Só precisei de te quebrar com afeto.

Culpei-me por ser tão bruta e desastrada, esqueci-me que o amor também vem com espinhos disfarçados. Devia ter percebido pelo teu olhar cheio e vazio, pelo reflexo meu que nele espelhava, que a semelhança é demasiada para ser ignorada.

Somos semelhantes.  

Tão diferentes! que somos semelhantes.  

Duas almas velhas e cansadas. Duas crianças ingénuas e magoadas. Duas pessoas demasiado habituadas à solidão.  

Só precisei de escavar através do teu lado racional.
Cegamente, mergulhei bem fundo, onde já nem a luz batia,

                                                               ­    e naveguei sem rumo certo  

nas marés turbulentas do teu emocional. E, algures dentro de ti,  
encontrei um portal que me levou a um outro mundo...

Um mundo onde eu nem sabia que uma outra versão de mim existia,                                                         ­                                                         
       ­       onde me escondias e cobrias com a lua.

Um mundo onde eu estava em casa, e nem casa existia,  
                                                      ­            
                       onde me deitava ao teu lado,                                          
                          onde te deitavas ao meu lado,                                                            ­                                            
                    ­            totalmente nua,
      debaixo da armadura que, finalmente, parecia ter caído.  

Creio que mergulhei fundo demais...  
Ultrapassei os limites terrestres,
                                 e fui embater contigo em terrenos espirituais.  

Cheguei a ti com muita paciência e ternura.
Tornei-me energia pura! Um ser omnipresente. Tinha uma vida no mundo físico e, uma dupla, que vivia contigo através da música, da escrita, da literatura…Tornei-me minha e tua!  
Eu sabia...
Há muito amor escondido atrás dessa falsa amargura.  
Então, parei de usar a força e, mudei de abordagem,  
para uma mais sossegada,
                                               uma que te deixasse mais vulnerável,                                                                    ­                                            
         em vez de assustada.  

(…)

“Minha pedra de argila, acho que estou a projetar. Estou mais assustada que tu! Estar perto de ti faz-me tremer, não me consigo controlar. Quero estar perto! Só quero estar perto! Mesmo que não me segure de pé. Mesmo que tenhas de me relembrar de respirar. Mesmo que me custem a sair as palavras, quando são atropeladas pela carrada de sentimentos que vieste despertar…”

És um livro aberto, com páginas escritas a tinta mágica.
A cada página que o fogo revelava, havia uma página seguinte que vinha arrancada. Mais um capítulo que ficava por ler. Outra incógnita sobre ti que me deixavas a matutar.

Soubeste como me despertar a curiosidade,
como a manter,
como me atiçar,
como me deixar viciada em ti,
como me estabilizar ou desestabilizar.  

E nem precisas de fazer nada! a tua mera existência abana a corda alta onde me tento equilibrar.

Segurei-te com todo o carinho! E, foi sempre assim que quis segurar-te.

Como quem procura
                                       amar-te.

Talvez transformar-te,  
                                        em algo meu,
                                        em algo teu,
                                                                ­ em algo mais,
                                                                ­                          em algo nosso.  

Oferecias resistência, e eu não entendia.  
A ausência de entendimento entorpecia-me o pensamento, e eu insistia...Não conseguia respeitar-te. Só queria amar-te!

Cada obstáculo que aparecia era só mais uma prova para superar,  
                    ou, pelo menos, era disso que me convencia.
Menos metros que tinha de fazer nesta maratona exaustiva!
onde a única meta consistia  
                                                   em chegar a ti.
Desse por onde desse, tivesse de suar lágrimas ou chorar sangue!

(...)

Olhava-te a transbordar de sentimentos! mal me conseguia conter! mal conseguia formar uma frase! mal conseguia esconder que o que tremia por fora, nem se comparava ao que tremia por dentro!
Afinal, era o meu interior que estava prestes a explodir.

"Como é que não te conseguiste aperceber?”

A tua boca dizia uma coisa que, rapidamente, os teus olhos vinham contrariar. "Voa, sê livre”. Era o que a tua boca pregava em mim, parecia uma cruz que eu estava destinada a carregar. Mas, quando eu voava, ficava o meu mar salgado marcado no teu olhar.  
Não quero estar onde não estás! Não quero voar! quero deitar-me ao teu lado! quero não ter de sair de lá! e só quero voar ao teu lado quando nos cansarmos de viajar no mundo de cá.  

“Porque é que fazemos o oposto daquilo que queremos? Porque é que é mais difícil pedir a alguém para ficar? Quando é que a necessidade do outro começou a parecer uma humilhação? Quando é que o mundo mudou tanto, que o mais normal é demonstrar desapego, em vez daquela saudável obsessão? Tanta questão! Também gostava que o meu cérebro se conseguisse calar. Também me esgoto a mim mesma de tanto pensar.”

(...)

O amor bateu em ti e fez ricochete,  
                                                    ­                acertou em mim,  
quase nos conseguiu despedaçar.  

Até hoje, és uma bala de argila, perdida no fluxo das minhas veias incandescentes. O impacto não me matou, e o buraco já quase sarou com a minha própria carne à tua volta. Enquanto for viva, vou carregar-te para onde quer que vá. Enquanto for viva, és carne da minha própria carne, és uma ferida aberta que me recuso a fechar.
Quero costurar-me a ti! para que não haja possibilidade de nos voltarmos a separar.

Não sei se te cheguei a ensinar alguma coisa, mas ansiava que, talvez, o amor te pudesse ensinar.  

Oferecias resistência, e eu não entendia.  
Então, eu insistia...
                                   Dobrava-te e desdobrava-me.
Fazia origami da minha própria cabeça  
                                                e das folhas soltas que me presenteavas,
escritas com os teus pensamentos mais confusos. Pequenos pedaços de ti!  
Estava em busca de soluções para problemas que nem existiam.  

"Como é que vou tornar esta pedra áspera, numa pedra mais macia? Como é que chego ao núcleo desta pedra de argila? Ao sítio onde palpita o seu pequeno grande coração?
Querias que explorasse os teus limites,  
                                                      ­      ou que fingisse que não os via?”

Querias ser pedra de gelo,  
                                                  e eu, em chamas,  
queria mostrar-te que podias ser pedra vulcânica.

(...)

Estudei as tuas ligações químicas, cada partícula que te constituía.
Como se misturavam umas com as outras para criar  

                 a mais bela sinestesia

que os meus olhos tiveram o prazer de vivenciar.


Tornaste-te o meu desafio mais complicado.  
“O que raio é suposto eu fazer com tantos bocados afiados?”.  
Sinto-os espalhados no meu peito, no sítio onde a tua cabeça deveria encaixar, e não há cirurgia que me possa salvar. Não sei a que médico ir.  Não sei a quem me posso queixar.
São balas fantasma, iguais às dores que sinto quando não estás.  
A dor aguda e congruente que me atormenta quando estás ausente.
Como se me faltasse um pedaço essencial, que torna a minha vida dormente.

Perdoa-me, por nunca ter chegado a entender que uso lhes deveria dar.  

(...)

Reparei, por belo acaso! no teu comportamento delicado  
quando te misturavas com a água salgada, que escorria do meu olhar esverdeado,
                                  quando te abraçava,  
                                  quando te escrevia,  
                          em dias de alegria e/ou agonia.
Como ficavas mais macia, maleável e reagias eletricamente.  
Expandias-te,  
                          tornav­as-te numa outra coisa,  
                                                        ­              um novo eu que emergia,  

ainda que pouco coerente.  


Peguei-te com cuidado. Senti-te gélida, mas tranquila...
"Minha bela pedra de argila..."
Soube logo que te pertencia,  
                                                    ­   soube logo que me pertencias.  
Que o destino, finalmente, tinha chegado.
E soube-o, mesmo quando nem tu o sabias.

A estrada até ti é longa, prefiro não aceitar desvios.  
É íngreme o caminho, e raramente é iluminado...
muito pelo contrário, escolheste construir um caminho escuro,  
cheio de perigos e obstáculos,  
                                                   ­      um caminho duro,  
feito propositadamente para que ninguém chegue a ti...
Então, claro que, às vezes, me perco. Às vezes, também não tenho forças para caminhar. E se demoro, perdoa-me! Tenho de encontrar a mim mesma, antes de te ir procurar.  

No fim da longa estrada, que mais parece um labirinto perfeitamente desenhado,
                                      sem qualquer porta de saída ou de entrada,
estás tu, lá sentada, atrás da tua muralha impenetrável, a desejar ser entendida e amada, e simultaneamente, a desejar nunca ser encontrada.  

“Como é que aquilo que eu mais procuro é, simultaneamente, aquilo com que tenho mais medo de me deparar?”

Que ninguém venha quebrar a tua solidão!  
Estás destinada a estar sozinha! É isso que dizes a ti mesma?
Ora, pois, sei bem o que é carregar a solidão às costas,  
a beleza e a tranquilidade de estar sozinha.

Não vim para a quebrar,  
                                   vim para misturar a tua solidão com a minha.

Moldei-te,  
                     e moldei-me a ti.

Passei os dedos pelas fissuras. Senti todas as cicatrizes e, beijei-te as ranhuras por onde escapavam alguns dos teus bocados. Tentei uni-los num abraço.
Eu sabia...
Como se isto fosse um conto de fadas…
Como se um beijo pudesse acordar…
Como se uma chávena partida pudesse voltar atrás no tempo,  
                                                        ­      
                                                         segundo­s antes de se estilhaçar.  

O tempo recusa-se a andar para trás.
Então, tive de pensar numa outra solução.
Não te podia deixar ali, abandonada, partida no chão.

Todo o cuidado! E mesmo assim foi pouco.  
Desmoronaste.  
Foi mesmo à frente dos meus olhos que desmoronaste.  

Tive tanto cuidado! E mesmo assim, foi pouco.
Não sei se te peguei da forma errada,  
                            
                              ou se já chegaste a mim demasiado fragilizada…

Não queria acreditar que, ainda agora te segurava...
Ainda agora estavas viva…
Ainda agora adormecia com o som do teu respirar…

Agora, chamo o teu nome e ninguém responde do lado de lá…
Agora, já ninguém chama o meu nome do lado de cá.

Sou casmurra. Não me dei por vencida.
Primeiro, levantei-me a mim do chão, depois, quis regressar a ti
                            e regressei à corrida.  
Recuperei-me, e estava decidida a erguer-te de novo.
Desta vez tive a tua ajuda,
                                                   estavas mais comprometida.
Tinhas esperança de ser curada.
Talvez, desta vez, não oferecesses tanta resistência!
Talvez, desta vez, aceitasses o meu amor!
Talvez, desta vez, seja um trabalho a dois!
Talvez, desta vez, possa estar mais descansada.
Talvez, desta vez, também eu possa ser cuidada.

Arrumei os pedaços, tentei dar-lhes uma outra figura.
Adequada à tua beleza, ao teu jeito e feitio. Inteligente, criativa, misteriosa, divertida, carismática, observadora, com um toque sombrio.

Despertaste em mim um amor doentio!  
Ou, pelo menos, era assim que alguns lhe chamavam.
Admito, a opinião alheia deixa-me mais aborrecida do que interessada. A pessoas incompreensivas, não tenho vontade de lhes responder. Quem entende, irá entender. Quem sente o amor como uma brisa, não sabe o que é senti-lo como um furacão. Só quem ama ou já amou assim, tem a total capacidade de compreender, que nem tudo o que parece mau, o chega realmente a ser.

Às vezes, é preciso destruir o antigo, para que algo novo tenha espaço para aparecer. Um amor assim não é uma doença, não mata, pelo contrário, deu-me vontade de viver. Fez-me querer ser melhor, fez-me lutar para que pudesse sentir-me merecedora de o ter.

Sim, pode levar-nos à loucura. Sei que, a mim, me leva ao desespero. O desespero de te querer apertar nos meus braços todos os dias. O desespero de te ter! hoje! amanhã! sempre! O desespero de viver contigo já! agora! sempre! O desespero de não poder esperar! O desespero de não conseguir seguir indiferente depois de te conhecer! O desespero de não me conseguir conter! Nem a morte me poderia conter!  
E , saber que te irei amar, muito depois de morrer.  

Quem nunca passou de brasa a incêndio, não entende a total capacidade de um fogo. Prefiro renascer das cinzas a cada lua nova, do que passar pela vida sem ter ardido.  

Já devia ter entendido, as pessoas só podem mergulhar fundo em mim se já tiverem mergulhado fundo em si. Quem vive à superfície, não sabe do que falo quando o assunto é o inconsciente.  
Se os outros não se conhecem sequer a si mesmos, então, a opinião deles deveria mesmo importar? Há muito já fui aclamada de vilã, por não ser mais do que mera gente. E, como qualquer gente, sou simples e complexa. A realidade é que, poucos são os que se permitem sentir todo o espectro de emoções humanas, genuinamente, e eu, felizmente e infelizmente, sou gente dessa.

(…)

Descobriste um oceano escondido e inexplorado.  
Um Mar que se abriu só para ti, como se fosse Moisés que se estivesse a aproximar. Um Mar que só existia para ti. Um Mar que mais ninguém via, onde mais ninguém podia nadar. Um Mar reservado para ti. Parecia que existia com o único propósito de fazer o teu corpo flutuar.  

Deste-lhe um nome, brincaste com ele, usaste-o, amassaste-o, engoliste-o
                      e, cuspiste-o de volta na minha cara.

Uma outra definição. Um Mar de água doce, com a tua saliva misturada.
Uma outra versão de mim, desconhecida, até então.  
Um outro nome que eu preferia.
Um nome que só tu me chamavas, e mais ninguém ouvia,  
Um booboo que nasceu na tua boca e veio parar às minhas mãos, e delas escorria para um sorriso tímido que emergia.

(...)

E, de onde origina a argila?
Descobri que, pode gerar-se através de um ataque químico. Por exemplo, com a água. "A água sabe."  Era o que tu me dizias.  

Era com ela que nos moldavas.
Talvez com a água doce e salgada que escorria do teu rosto
                                                   e no meu rosto caía,
                                                   e no meu pescoço secava,

enquanto choravas em cima de mim,
                                                                ­abraçada a mim, na tua cama.

Enquanto tremias de receio, de que me desejasses mais a mim, do que aquilo que eu te desejava.

“Como não podias estar mais enganada!  
Como é que não vias todo o tempo e amor que te dedicava?  
Tinhas os olhos tapados pelo medo? Como é que me observavas e não me absorvias?”

O amor tem muito de belo e muito de triste.  A dualidade do mundo é tramada, mas não me adianta de nada fechar os olhos a tudo o que existe.  

Ah! Tantas coisas que nascem de um ataque químico! Ou ataque físico, como por exemplo, através do vulcanismo ou da erosão.
Quando moveste as placas que solidificavam as minhas raízes à Terra,  
           e chegaste a mim em forma de sismo silencioso,  
mandaste-me as ilusões e as outras estruturas todas abaixo, e sobrou uma cratera com a forma do meu coração, de onde foi cuspida a lava que me transmutou. A mesma lava que, mais tarde, usei para nos metamorfosear. Diria que, ser destruída e reconstruída por ti, foi a minha salvação.
Sobrei eu, debaixo dos destroços. Só não sei se te sobrevivi. Nunca mais fui a mesma desde que nos vi a desabar.  

E, são esses dois ataques que geram a argila. Produzem a fragmentação das rochas em pequenas partículas,  
                                                   ­                                                             
                                                                ­                         umas afiadas,  
                                                      ­                                                        
                                                                ­                         umas macias,
                                                                ­                                                       
         ­                                                                 ­               todas partidas.  

Gosto de pegar em factos e, aproximá-los da ficção na minha poesia.
Brinco com metáforas, brinco contigo, brinco com a vida...mas, sou séria em tudo o que faço. Só porque brinco com as palavras, não significa que te mentiria. A lealdade que me une a ti não o iria permitir.  

É belo, tão belo! Consegues ver? Fazes vibrar o meu mundo. Contigo dá-se a verdadeira magia! Também consegues senti-la?  
Tudo dá para ser transformado em algo mais. Nem melhor nem pior, apenas algo diferente.  

Das rochas vem a areia, da areia vem a argila, da argila vem o meu vaso imaginário, a quem dei um nome e uma nova sina.  

Viva a alquimia! Sinto a fluir em mim a alquimia!  
Tenho uma capacidade inata de romantizar tudo,  

                                                   de ver o copo meio cheio,  

                                                       ­                          e nem copo existia.  

Revelaste-me um amor que não sabia estar perdido.
Entendeste-me com qualidades e defeitos.
Graças a ti, fiquei esclarecida! Que melhor do que ser amada,
é ser aceite e compreendida.

Feita de barro nunca antes fundido.
Assim seguia a minha alma, antes de te ter conhecido.
Dá-me da tua água! Quero afogar-me em ti, todas as vidas!
E ter o prazer de conhecer-te, e ter o desprazer de esquecer-te, só para poder voltar a conhecer-te,
sentir-te, e por ti, só por ti, ser sentida.  

Toquei-te na alma nua! Ainda tenho as mãos manchadas com o sangue da tua carne crua. E a minha alma nua, foi tocada por ti. Provaste-me que não estava doida varrida. Soube logo que era tua!  

Nunca tinha trabalhado com o teu tipo de barro.
Ainda para mais, tão fraturado.
Peguei em ti, com todo o cuidado...

"Tive um pensamento bizarro,
Dos teus pedaços vou construir um vaso! Tem de caber água, búzios, algumas flores! Talvez o meu corpo inteiro, se o conseguir encolher o suficiente.

Recolho todos os teus bocados, mantenho-os presos, juntos por um fio vermelho e dourado. Ofereço-me a ti de presente."

(…)

Amei-te de forma sincera.  Às vezes errada, outras vezes certa, quem sabe incoerente. Mas o amor, esse que mais importa, ao contrário de nós, é consistente.  

Sobreviveu às chamas do inferno, às chuvas que as apagaram, a dezenas de enterros e renascimentos.  

Nem os anos que por ele passaram, o conseguiram romper. Nem o tempo que tudo desbota, o conseguiu reescrever.

Foi assim que me deparei com o presente agridoce que me aguardava. Descobriste um dos vazios que carrego cá dentro e, depositaste um pedaço de ti para o preencher.
Invadiste o meu espaço, sem que te tivesse notado, nem ouvi os teus passos a atravessar a porta.  
Confundiste-te com a minha solidão, sem nunca a ter mudado. Eras metade do que faltava em mim, e nem dei conta que me faltavas.

“Como poderia não te ter amado? …"

(…)

Minha bela pedra de argila,  
Ninguém me disse que eras preciosa.
Ninguém o sabia, até então.
Não te davam o devido valor,
e, para mim, sempre foste o meu maior tesouro.
Até a alma me iluminavas,
como se fosses uma pedra esculpida em ouro.

  
Meu vaso de barro banhado a fio dourado,  
Ninguém me avisou que serias tão cobiçado,  
                                                     ­             invejado,
                                                               desdenhado,
ou, até, a melhor obra de arte que eu nunca teria acabado.
Ninguém o poderia saber.  
Queria guardar-te só para mim!
Não por ciúmes, além de os ter.
Mas sim, para te proteger.
Livrar-te de olhares gananciosos e, pessoas mal-intencionadas.  
Livrar-te das minhas próprias mãos que, aparentemente, estão condenadas
                       a destruir tudo o que tanto desejam poder agarrar.  

Perdoa-me, ter achado que era uma benção.

Talvez fosse mais como a maldição  
de um Rei Midas virado do avesso.
Tudo o que toco, transforma-se em fumo dourado.
Vejo o futuro que nos poderia ter sido dado!
Vejo-te no fumo espesso,
                                               a dissipares-te à minha frente,
antes mesmo de te ter tocado.

Tudo o que os deuses me ofereceram de presente, vinha envenenado.

  
A eterna questão que paira no ar.  
É melhor amar e perder? Ou nunca chegar a descobrir a sensação de ter amado?

É melhor amar e ficar!

Há sempre mais opções, para quem gosta de se focar menos nos problemas
                     e mais nas soluções.

O amor é como o meu vaso de argila em processo de criação.  
Cuidado! Qualquer movimento brusco vai deixar uma marca profunda. Enquanto não solidificar, tens de ter cuidado! Muito cuidado para não o estragar. Deixa-o girar, não o tentes domar, toca-lhe com suavidade, dá-lhe forma gentilmente, decora os seus movimentos e, deixa-te ser levado, para onde quer que te leve a sua incerta corrente.

Enquanto não solidificar, é frágil! Muito frágil e, a qualquer momento, pode desabar.

Era isso que me estavas a tentar ensinar?  

Duas mãos que moldam a argila num ritmo exaltante!
E une-se a argila com o criador!
                                            E gira! E gira! num rodopio esmagador,  
                                                    ­  E gira! E gira! mas não o largues!
Segura bem os seus pedaços! Abraça-os com firmeza!

Porque erguê-lo é um trabalho árduo
                                                           ­      e se o largas, vai logo abaixo!

São horas, dias, meses, anos, atirados para o esgoto. Sobra a dor, para que nenhuma de nós se esqueça.

                                        E dança! E dança! E dança!...
                             Tento seguir os seus passos pela cintura...  
                                       Se não soubesse que era argila,  
                          diria que era a minha mão entrelaçada na tua.

Bato o pé no soalho.
                                    E acelero!
                                                      e acalmo o compasso...
A água escorre por ele abaixo.
Ressalta as tuas belas linhas à medida da sua descida,
como se fosse a tua pele suada na minha.  

No final, que me resta fazer? Apenas admirá-lo.

Reconstrui-lo. Delimitá-lo. Esculpi-lo. Colori-lo. Parti-lo, quem sabe. É tão simples! a minha humana de ossos e carne, transformada em pedra de argila, transformada em tesouro, transformada em pó de cinza que ingeri do meu próprio vulcão...

A destruição também é uma forma de arte, descobri isso à força, quando me deixaste.  

Acho que, no meu vaso de argila, onde duas mãos se entrecruzaram para o moldar, vou enchê-lo de areia, búzios, pedras e água dourada,
         talvez nasça lá um outro pedaço de ti, a meio da madrugada.
Vou metê-lo ao lado da minha cama, e chamar-lhe vaso de ouro. Porque quem pega num pedaço rochoso e consegue dar-lhe uma outra utilidade, já descobriu o que é alquimia,  

o poder de ser forjado pelo fogo e sair ileso,
renascido como algo novo.
Marco Raimondi Jun 2017
Narrador:
Por estes escuros campos, adejam agora dois irmãos,
No gorjeio do corvo, que sela da noite um recanto
Esvoaçam as folhas no vento da mais fria escuridão
A engolfar nestas negruras seus lúgubres cantos
Filhos sem mãe! Íncolas das infindas caligens!
São Érebo e Nix, que logram do Caos suas origens

Nix:
Canto às corujas, ao escuro sepulcro das mágoas!
Ao vazio dos sonhos cuja saudade finda a viver,
À frialdade dos atascais e suas obscuras águas,
À toda graça e ser que sozinho há de morrer!
Canto às sombras quais de noite encontram harmonia!
Que há de entoar tu, irmão, em notívaga poesia?

Érebo:
Se negamos da noite o brilho das rosas,
Pois então direi que há serena beleza
No obscurecer destas clarezas revoltosas!
Canto o orgulho de meu triunfo, nossa grandeza
Que da criança rompe o chorar
E, a todos, os horrores deixa de revelar!

Nix:
Cantas estas nossas glórias, irmão
Quais apenas neste, ao despertar comovido,
Há de findar, em dia de claro loução
E deste mesmo dia, de clareza parido,
Enterramos as luzes quentes e agitadas
No interno sereno d'um'alma fechada

Érebo:
Deixa te lamentar pois do destino tens a certeza?
Este sangrar fadado já me enfastia!
Levarei a revolta da noite em eterna proeza,
Pois tenho laços caóticos, índole da agonia;
Bastam-me as graças, natureza inteira,
Vinde, se te cansas o exílio de tal maneira!

Nix:
Se permites acompanhar-te neste egresso,
Destinaremo-nos às auroras! E realço
Que, pelas bençãos, não haverá regresso,
Pois crepúsculos não hão de tornar-se percalço!
Dá-me as mãos! Guiaremos este breu acrópeto
Mesmo vulneráveis, precipitados ao sol e seu ímpeto!

Narrador:
Pelos rasgos ofuscados que avançaram,
Suspendia-se o sol dos montes além
Errando as aves que os reluzires iniciavam
Diante dos breus, dos inóspitos suspiros do aquém;
De súbito, os místicos sussurros murmurantes
Tornavam o pálido destino cada vez mais distante

A ira do viajante e seu corcel, tornava-se incerteza
Consolava-se a ventura em tão visão inominada,
E tudo amparava-se pelo desejo e tristeza,
À campesina, a ventania expressava-se gelada
E um ancião desesperava: ''Ó natureza fria e austera!
Donde estão vossos deleites que dai-nos em primavera!''

Do dia, as horas obscuras eram feridas a sangrar
Os cânticos de luz cumpriam-se alucinados
E o Caos, de Gaia, pai, ardia-se a reinar
Por seus filhos, que d'uma fonte anárquica haviam tomado;
Apenas uma delirante e insípida ilusão luzia,
Enquanto a natureza, em aflição, lamentosamente gemia
Dayanne Mendes Apr 2014
Eu me vi,
Perdida num caminho triste,
Sem sonhos pra viver,
Na amargura há um ser,
Sou eu sim.

Chorando,
Lágrimas amargas,
Andando em uma praça,
Só.
Ao longe vi fumaça.

Triste ser,
E não ser ao mesmo tempo.
Sorrir e chorar,
No mesmo dia,
Agonia de estar mais um dia

Assim como um nada.
Ci vediamo in proiezione, ed ecco
la città, in una sua povera ora nuda,
terrificante come ogni nudità.
Terra incendiata il cui incendio
spento stasera o da millenni,
è una cerchia infinita di ruderi rosa,
carboni e ossa biancheggianti, impalcature
dilavate dall'acqua e poi bruciate
da nuovo sole. La radiosa Appia
che formicola di migliaia di insetti
- gli uomini d'oggi - i neorealistici
ossessi delle Cronache in volgare.
Poi compare Testaccio, in quella luce
di miele proiettata sulla terra
dall'oltretomba. Forse è scoppiata,
la Bomba, fuori dalla mia coscienza.
Anzi, è così certamente. E la fine
del Mondo è già accaduta: una cosa
muta, calata nel controluce del crepuscolo.
Ombra, chi opera in questa èra.
Ah, sacro Novecento, regione dell'anima
in cui l'Apocalisse è un vecchio evento!
Il Pontormo con un operatore
meticoloso, ha disposto cantoni
di case giallastre, a tagliare
questa luce friabile e molle,
che dal cielo giallo si fa marrone
impolverato d'oro sul mondo cittadino...
e come piante senza radice, case e uomini,
creano solo muti monumenti di luce
e d'ombra, in movimento: perché
la loro morte è nel loro moto.
Vanno, come senza alcuna colonna sonora,
automobili e camion, sotto gli archi,
sull 'asfalto, contro il gasometro,
nell'ora, d'oro, di Hiroshima,
dopo vent'anni, sempre più dentro
in quella loro morte gesticolante: e io
ritardatario sulla morte, in anticipo
sulla vita vera, bevo l'incubo
della luce come un vino smagliante.
Nazione senza speranze! L'Apocalisse
esploso fuori dalle coscienze
nella malinconia dell'Italia dei Manieristi,
ha ucciso tutti: guardateli - ombre
grondanti d'oro nell'oro dell'agonia.
Rui Serra Feb 2014
Ando pela rua
Escura, nua e vazia
Acompanhado pela lua
E por esta minha agonia
Da noite, eu sou o Senhor
Mas, porém eu suspiro
Minha imagem causa horror
Porque sou um
V a m p i r o
Mariana Seabra Jun 2022
Ó terra fria e suja,
Com que os vivos me taparam...
Fui acorrentada
       aprisionada
       encaixotada
Cabeça, corpo e alma soterrada,
Quando ainda não tinha idade...
Era bela e tenra a idade para me saber salvar.

A criança que fui, se é que a fui,
Jaz numa campa, jaz lá deitada.
Tornou-se um símbolo de pureza,
Da minha inocência arruinada.
Mal fechou os olhos, soltou-se o último suspiro,
Abriu-se a Terra e ouviu-se em grito:

"És só mais uma pessoa estragada!
Bem-vinda ao mundo real,
Aí em cima, estar partida é requisito.
Desce cá abaixo, atira-te sem medos,
tenho muito para te ensinar!
Aqui somos todos filhos do Diabo,
Dançamos com ele lado a lado,
Aniquilamos o que em nós já estava manchado,
Destruímos a ferro e fogo o ódio e o pecado,
Renascemos livres e prontos para amar.
Anda recuperar a pureza que te tentaram matar!"

Bichos do solo que devoravam
O meu corpo gélido e petrificado.
Via-os passar por cima do meu olhar desesperado,
Comiam o que restava do meu coração.
Quase, quase adormecido...
Quase, quase devorado...
Quase, quase esquecido....
É bom relembrar-me que estou só de passagem,
Enquanto me entrego ao sonho e a esta última miragem
Da violência, da ganância, da frieza, da ignorância,
Que só os vivos desta Terra conseguem revelar.


Acharam eles que me iam quebrar!

Belo truque de ilusionismo!
Foi o que me tentaram ensinar.
Levei metade da vida para me desapegar
De todos os maus ensinamentos que me tentaram pregar.
Mas não sou Cristo para me pregarem,
Prefiro crucificar-me já.
Nem sou Houdini para me escapar,
Prefiro o prazer que ficar me dá.
A minha maneira é mais barbária,
Abri caminho à machadada,
Incendiei a cruz e a aldeia inteira,
Rebentei com o caixão onde estava enfiada.
Fui à busca da liberdade, para longe.
Bem longe, onde não me pudessem encontrar.
Não encontrei a liberdade, essa já a tinha, já era minha.
Mas reencontrei a inocência que há tanto queria recuperar.

Chamem-me bruxa moderna!
Mulher sensitiva, sonhadora, intuitiva,
Que vê além do que os sentidos mostram,
Que sente além da fronteira que nos separa do invisível.
Neta, bisneta, trisneta, tetraneta,
De mulheres poderosas e ancestrais.
Das chamadas "bruxas originais"
Que os cobardes não conseguiram queimar.
E bem que as tentaram erradicar!
Mas a magia sobrevive à História!
Poder senti-la hoje, poder perpetua-la,
Essa será sempre a nossa vitória, pertence a todas as mulheres.

Que venham agora tentar apanhar-me!

Solto-lhes as chamas do Inferno,
Onde os deuses me escolheram forjar.

Ai, a crueldade que este mundo traz...

Só mesmo as pessoas, essa raça sadia que é capaz
De destruir o seu semelhante, manipular o seu próprio irmão,
Sem um único pingo de compaixão.
Pegam na pá, cavam-lhe o precipício,
São os primeiros a empurrarem-no ao chão.
Reparem bem...Disse "pessoas",
Que é bem diferente de "seres-humanos",
Essa é a questão.
Porque quem sabe ser-humano, sabe bem daquilo que escrevo,
Não é indiferente à sua própria condição,
Limitada, defeituosa, machucada.
Basicamente, não valemos nada! Que alívio, admiti-lo.
Loucos são os que vivem na ilusão
De serem superiores aos bichos do solo.
Os mesmos que vos vão devorar os olhos no caixão.

(...)

Ó terra fria e suja
Com que me taparam...
De lágrimas foste regada,
De ti surgiu o que ninguém sonhava,
Um milagre que veio pela calada.
Um girassol!
Com pétalas de água salgada
Que sai pelo seu caule disparada.
És tudo, simultaneamente!
És nascente do rio e és fonte avariada.
Pura água! onde toda a gente mergulhava,
Apesar de não saberem lá nadar.
Não paravam para a beber, quanto mais para a apreciar.

Talvez tenha sido numa noite de luar,
Que conheci uma ave rara...
Uma beija-flor colorida, com olhos castanhos de encantar,
Formas humanas, magníficas,
E uma voz melódica de fazer arrepiar.
Talvez tenha sido num dia de sol,
Que ela me observara, indecisa sobre a partida ou chegada.
Porque é que em mim pousara?
Não sei. Não a questionei.
Fiquei encantada! Estava tão tranquila
Que quase... quase flutuava, como uma pena soprada,
Enquanto ela penicava a minha água salgada,
Banhava-se na minha corrente agitada,
Sentia os mil sabores enquanto a devorava,
Absorvia-me no seu corpo sem medo de nada.
Não havia presente, passado ou futuro!
Só havia eu, ela e as semelhanças que nos representam,
Os opostos que nos atraem e complementam,
O amor que é arrebatador, ingénuo e puro.

Nessa noite, nesse dia, descobri que a água amava!
Como é que posso dizer isto de uma coisa inanimada?
Vejo vivos que já estão mortos,
Submersos nos seus próprios esgotos mentais.
Vejo coisas que estão vivas,
Como a água que nunca pára,
Não desiste de beijar a costa por mais que ela a mande para trás.
Ela vai! Mas sempre volta.
Se o amor não é isso, então que outro nome lhe dás?

Podia jurar que ouvi a água a falar...
Que sina a minha!
Outra que disse que veio para me ensinar.
Envolveu-me nos seus braços e disse:
"Confia! Sei que é difícil, mas confia, deixa-te levar.
A água cria! A água sabe! A água sabe tudo!
Já se banharam nestes mesmos oceanos
Todas as gerações que habitaram este mundo.
É a água que esconde os segredos da humanidade,
Os seus mistérios mais profundos.
É a água que acalma, é a água que jorra, é a água que afoga,
Dá-te vida ao corpo, mas também a cobra."

Não era a água...estava enganada.
Era a minha ave rara quem me falara,
Quem me sussurrava ao ouvido,
Com um tom de voz quase imperceptível mas fluído.
Que animal destemido!
Decidiu partilhar um pouco de si comigo,
Decidiu mostrar-me que pode existir no outro
um porto de abrigo.
Teceu-me asas para que pudesse voar!
E disse "Vai! Voa! Sê livre!",
Mas depois de a encontrar, não havia outro sítio no mundo onde eu preferisse estar.
Ensinou-me a mergulhar, a não resistir à corrente,
A suster a respiração, controlar o batimento do coração,
Desbravar o fundo do mar, sem ter de lá ficar.

Verdade seja dita! Devo ter aprendido bem.
Verdade seja dita! Sempre à tona regressei.

Bem que me tentaram afogar! Eu mesma tentei.

Mas verdade seja dita! Sou teimosa, orgulhosa.
Se tiver de morrer, assim será! Mas serei eu!
Eu e só eu, que irei escolher quando me matar.

Pode parecer sombrio, dito da forma fria que o digo.
Mas verdade seja dita! Sinto um quente cá dentro,
Quando penso na liberdade de poder escolher
A altura certa que quero viver
Ou a altura certa que quero morrer.

(...)

Com as asas que me ofereceu,
Dedico-me à escrita, para que a verdade seja dita.
Da analogia, à hipérbole, à metáfora, à antítese.
Sou uma contradição maldita!
Sou um belo paradoxo emocional!
Prefiro voar só, a não ser quando bem acompanhada.
Porque neste longa jornada,
A que gosto de chamar de "vida" ou "fachada",
Há quem me ajude a caminhar.

Pela dura estrada, às vezes voo de asa dada.
Celebro com a minha ave rara a pureza reconquistada!
Permitimos que as nossas raízes escolham o lugar
Por onde se querem espalhar.
Seja na Terra, no Céu, no Mar.
Somos livres para escolher!
Onde, quando e como desejamos assentar.

(...)

Dizem que em Terra de Cegos,
Quem tem olho é Rei.
Digo-lhes que tinha os dois bem abertos!
Quando ao trono renunciei.

Não quero a Coroa, não ambiciono o bastão,
Não quero dinheiro para esbanjar,
Não quero um povo para controlar.
Quero manter o coração aberto!
E que seja ele a liderar!
Deixo o trono para quem o queira ocupar.
Para quem venha com boas intenções,
Que saiba que há o respeito de todo um povo a reconquistar.
Quem não tenha medo de percorrer todas as ruas da cidade,
Da aldeia, do bairro... desde a riqueza à precaridade.
Para quem trate com equidade todo o seu semelhante,
Seja rico ou pobre, novo ou velho, gordo ou magro,
inteligente ou ignorante.
Vamos mostrar que é possível o respeito pela diversidade!

Governemos juntos! Lado a lado!

(...)

O reflexo na água é conturbado...
Salto entre assuntos, sem terminar os que tinha começado.
Nunca gostei muito de regras e normas, sejam líricas, sociais ou gramaticais.
No entanto, quanto mais tempo me tenho observado,
Mais vejo que há um infinito em mim espelhado.
Sou eterna! Efémera...
Só estou de visita! E, depois desta vida,
Haverá mais lugares para visitar, outras formas para ser.
Só estou de visita! É nisso que escolho acreditar.
Vim para experienciar! Nascer, andar, correr,
Cair, levantar, aprender, amar, sofrer,
Repetir, renascer...

Ah! E, gostava de, pelo menos, uma grande pegada deixar.
Uma pegada bem funda, na alma de um outro alguém,
Como se tivesse sido feita em cimento que estava a secar.
Uma pegada que ninguém conseguirá apagar.

E, se neste mundo eu não me enquadrar?

Não faz mal! É porque vim para um novo mundo criar.
Para ser a mudança que ainda não existe,
Para ter o prazer de vos contrariar.

Sou feita de amor, raiva, luz, escuridão, magia,
Intensidade que vibra e contagia.
Giro, giro e giro-ao-sol, enquanto o sol girar.
Mesmo quando ele desaparece, para que a nossa lua possa brilhar.

Quem, afinal, diria?
Que o amor que me tentaram assassinar,
Cresceu tão forte em agonia
Que tornou-se tóxico, só para os conseguir contaminar.
E inundar, e transbordar, quem sabe, para os mudar.
Como que por rebeldia, estou habituada a ser a que contraria.
Prefiro fazer tudo ao contrário!
Em vez de me deixar ser dominada, prefiro ser eu a dominar.
Mais depressa me mantenho fiel à alma que me guia,
Do que a qualquer pessoa que me venha tentar limitar.
Nunca fui boa a ser o que o outro queria.
Nunca foi boa a reduzir-me, para me certificar que no outro haveria um espaço onde eu caberia.

Uma mente que foi expandida
Jamais voltará a ser comprimida!
Nunca mais será enclausurada! Num espaço fechado
                                                         ­                         pré-programado
                         ­                                                         condicio­nado
Cheio de pessoas com o espírito acorrentado,
Que se recusam a libertar das suas próprias amarras,
Quebrar antigos padrões, olhar para fora da caverna,
Em direção ao mundo que continua por ser explorado.

"Então é aqui a Terra? O tal Inferno que me tinham falado!"

Sejam livres de prisões!
Revoltem-se, unam-se, libertem-se!
A vocês e aos vossos irmãos!
Vão ao passo do mais lento!
Certifiquem-se que ninguém fica para trás!
Sejam fortes e valentes!
Mostrem que, com todos juntos,
A mudança será revolucionária e eficaz!
Apoiem-se uns aos outros!
Não confiem no Estado!
Dêem a mão uns aos outros, sejam o apoio que vos tem faltado!

(...)

Carrego a luz que dei à vida e, reclamo-a para mim.
Não me importo de a partilhar,
Faço-o de boa vontade!
Este mundo precisa de menos pessoas e mais humanidade.
Esta humildade, esta forte fragilidade,
Brotou das mortes que sofri, de todos os horrores que já vi.
Brotou força, de todas as lutas que sobrevivi.
Brotou sabedoria, de todos os erros que cometi,
De todos aqueles que corrigi, e dos que ainda não me apercebi.

Criei-me do nada.
Resisti!
Como uma fénix sagrada e abençoada,
Moldei-me sem fim, nem começo...
Queimei o passado, sem o ter apagado.
Ensinei-me a manter os olhos para a frente.
Permiti-me à libertação!
De enterrar o que me tentou destruir anteriormente.

Moro no topo da montanha.
Amarela, azul, verde e castanha.
A tal montanha que só por mim é avistada,
No novo mundo que criei para a minha alma cansada.

Moro no topo de céu.
Numa casa feita de girassóis sem fim, nem começo...
Que plantei para oferecer à minha ave rara,
Ao meu beija-flor colorido. O meu beija-flor preferido!
Que me veio ensinar que o amor existe.
Afinal ele existe!
E é bruto. Intoxicante. Recíproco.
Mas nem sempre é bonito.
Seja como for, aceito o seu amor!

Este dedico-te a ti, minha beija-flor encantada.
Tu! Que me vieste manter viva e apaixonada.
Porque quando estás presente,
A Terra não é fria, nem enclausura. Ao pé de ti, posso ser suja!
Acendes a chama e fico quente!
Porque quando estás presente,
Iluminas-me a cabeça, o corpo, a alma e a mente.
Porque quando estás presente,
Sinto que giro-ao-sol e ele gira cá.
E, se existe frio, não é da Terra.
É o frio na barriga!
Por sentir tanto amor! é isso que me dá.
Dayanne Mendes Jul 2014
Provavelmente eu nunca escrevi sobre isso,
Sobre a dor
E lá fora nada acalma a alma.

Se a poesia me dissesse algo,
No momento ela diria
Calma.

Acalma essa alma fria,
Deixe de lado essa agonia,
E saia para amar lá fora.

Há amor em tudo,
Em todos,
Nada impede a vida,

Segue ela em frente.
Qualyxian Quest Oct 2023
Can't find what I'm looking for
Anguish of the search
Not in a happy home
Not inside a church

Battle of South Mountain
Battle with my self
Seattle in the winter
Legolas the Elf

Oxford was quite beautiful
Twilight grey on blue
Mario Cuomo's article
Me at Seattle U.

Let centuries pass
Box clicks slowly open
Susan Darlene Meek
Holy holy spoken

                     Red Pine!
Morire come le allodole assetate
sul miraggio
O come la quaglia
passato il mare
nei primi cespugli
perché di volare
non ha più voglia
Ma non vivere di lamento
come un cardellino accecato.
Evelin G hoffman Mar 2016
Yo era feliz asi
Viviendo ensi
Mi vida girando
En tu entorno rodando

Quiza no te enterabas
Lo feliz que yo estaba
Con ta poco me conformaba
Tu presencia me bastaba

Tu mirada me enloquecia
Al verte enrojecia
Mi estomago saltaba
De emocion por dentro gritaba

Porque verte me llenaba tanto
Para mi eras un encanto
Fantasearte era mi alegria
Verte ir siempre mi agonia

Como arracancarte de mi mundo
El dolor es muy rotundo
Me haces mucha falta
Quisiera hacerte una carta

Y hacer mas el ridiculo?
La estupidez es mi dicipulo
Estupidez aprendiendo de un mal amor
Sin futuro ,solo dolor ,no tiene correccion.
      
                       3/15/2016 EveGaby
Mateuš Conrad Jul 2022
I. from living under a rock to exploring the internet

well... isn't it nice...
me? i've greatly benefited from the existence
of the internet...
how else would i have found out about the origins
of Taoism if not thanks for the internet...

i just kept one maxim in my head from
a book i picked up in some bookshop near
Russell Sq., it was a book on Taoism...
but it was sort of like the Best of
   of a band...
                not good enough... but my modus operandi
became the Kantian categorical imperative:
in order to help the world -
forget the world and let the world forget you:
the crux of "not-doing": i.e. purely being...
hell not- is not the antonym of pure...
                 not could be coupled with just... simply...
pro?
                   one of those...

me? i greatly benefited from the internet...
as most "bears" / "loners" / solitary creatures have
found out to be true...
i have an entire world history and a body
of knowledge at my fingertips:
it's only a question of what you're wanting to find...

without the internet i would have never
bothered to spend £20 on a physical copy of a book...
the complete writings of the primo Taoist: Zhuangzi...
nor would i have spent £30 x 2 on Heidegger's
black notebooks...

but i understand that the people who make videos
and do not write are all "savvy" when it comes
to view-counts... they ignore them...
they are more into "interaction": the comment sections...
i don't remember the last time i commented
on something:
i mean, ****'s sake... it's not like you buy
a book and expect to leave a comment... where?
on the sleeve? who's going to read that?
the author? hardly...

                             i like my view counts...
obviously the comments come minimally...
why? i believe in the anonymity of the readership...
the anonymity of the reader...
i like the fact that ideas are equivalent
to gold-mining and lightning strikes...
and that thinking itself is subject to shadows acting...
that it can be the best: most worthwhile "thing"
that implores of a being: hide me! hide me!

but i'm never going to make a video...
videos attract all the wrong viral attention...
i like the filter process involved in writing:
people have to make an effort and?
therefore? i'm left to my devices and whims
and sarcasms...
i can entertain Ovid and Marquis de Sade...

tu mihi, tu certe, memini, Graecine, negabas
    uno posse aliquem tempore amare duas.
per te ego decipior, per te deprensus inermis -
    ecce, duas uno tempore turpis amo!


i remember that it was you, certainly you Graecinus,
who told me to deny the idea
that one could love two girls at once!
through you i'm deceived - unarmed -
reason (this be the reason): i'm in love with two
girls at the same time!

i did one over old Ovid... loved two girls when both
of them were loving me...
which is so much better that loving one when loving
one and loving another when loving
another...
might as well:

                ledo duas aves uno lapide

two birds one stone... hardly serving two masters:
being served up twice...
and we're not talking about masters and servants
either...

me? i greatly gained from the internet...
                 am i the only person to agree to the fact that
it's just a jolly decent tool to use...
in and out... in and out... the internet to me
is like a brothel... i'm there / "here" for an hour...
then i disappear... leave footprints in the sand
on the beach... the tide of humanity washes in...
i'm left diluted: but i don't mind...
i too wouldn't want to have written the Harry Potter
books and then be mistreated for some
trans-****** phobic insinuations...
but i give her the grammar...
and how about the grammar on
the lyrics from WHAT IS SOUL... the B-sides
of By The Way...
                                 Big-Pie (Bag-Pie from Trainspotting:
freaking about... did i just touch
a magic nugget... a leprechaun's nose?!
is there! is there! a rainbow on this "other" side?!
pretty please... hey! if i go to Thailand
i'm sort of expecting to get confused...
it's a Thai thing... it was originally a Thai thing...
those Thai ******* are crazy)...

'it's roaming the streets at 4 in the morning
finding your best friend making out with a trans-******
in an all-night diner in Cleveland in 1986!'

plenty of women... ingenious boys
will be outright butch or add some extra BLUSH...
i can't say that i never kissed a man
sensually like i might kiss a woman sensually...
to later brush up on my Mr. Slurp'y skills
in the garden of fleshy flowers...
located where i entered the world: hopefully head-first:
oh sure... plenty of dolphins too...
how's it hanging? how's it hanging in Dubai?
plenty of hanging in Dubai...

freakishly lean: a plentiful decent diet of literature...
me? i benefited from the internet...
hey presto! i can bypass the gatekeepers of literature!
i can forget about publishing houses...
sure... i don't earn any money from it...
but that also increases me drive to pursue
the spiral out of control...
for me the advent of the internet is akin to:
the invention of the Gutenberg Press...
                                                  
yes, i was a fan of buying cans of Pepsi
instead of those 2litre bottles...
hmm... how to keep the gas once opened!
aha! shake the bottle after having a refill!
shake shake!
keeps the pressure tight-knit... beautifully
bountiful!

- two songs get me these days....
ALLAROUND THE WORLD
and GO ROBOT...
i trun to the canvas with regret: great! more typing!
i just want to keep keeping the rhyhtm:
perched on the windowsill
tapping my leg and grooving with my neck
like an imitation-party-pooper-pigeon
who invented head-banging
as the Hebrews imitate before the Wailing Wall...
i should have never picked up the guitar...
what a lonely enterprise:
it's already haunting me...
i was born as a natural drummer...

huh?!
of course i gained all the things there
are gained from the internet...
minus the light-bulb...
i managed to bypass all the gatekeepers
of literature: the editors...
hello! you forgot the paper! there's no paper!
there's no spoon either!
forgot the pills! just focus on the spoon
that isn't there!
and it's the perfect filter...
no one is going to bother me when i'm writig
and slacking on making video confession...

videos can be ingested passively:
reading? oh wow! who would have thought
that it might take some effort!
mix into the whole affair some Katakana...
hell... mix in some Mandarin hieroglyphs...
perfect defences against "simpletons"...
who? you have rotten cabbage
agreed with to throw with your comrade
against against being disgruntled about some
poor acting actor? what?!
stealing shadows became mundane?!

i also managed to breed a higher purpose
while everyone else was slumping
in the "pandemic"... i couldn't tell the difference...
what a funny: he-he-ha-ha tickling breeze!
ooh... let's have another go!
come on! let's go, let's go!
           he-he-ha-ha!
or rather: hí-hí-h'ah-ah-haha!

                             the internet wa been great for me...
but recently i came across this trend...
hmm (emoji of the biggest SMILE)...
VABBING...
                     dabbing... people dab perfumes on themselves...
what's VABBING... ah... ah... ha ha...
this is the point where i feel like putting
on my clown make-up and going out to
party come Halloween...

i'm pretty sure i'lll grow old and irrelevant
at some point... pop culture will no longer
interest me...
             but until that time comes...
piglets! teases!
                   it's like that one time where
i thought it was a good idea to date a single mom....
brought her homemade wine...
brought her homemade banana loaf cake...
NO GOOD...
i'm good-crazy as one prostitutes remarked...
still NO GOOD...
                                   goo.. plenty of goo...
oh man... the arsenal of music i have to sieve through:
it makes sense to not have children...
sure.... i'd love a little kritter "here and there"...
but? come on... with so much music
made available: would you?

and how did that parody of my grandfather
and grandmother play out?
she kept his death a secret....
to the point where he was in AGONIA:
out of reach... **** that then!

****'s sake VABBING... i.e. inserting your fingers
into your genital regions...
and then... Orestes! save me!
pretending that these juices are sort of:
akin to: perfumes!

o.k.: i'll level with these women...
here goes:
i like... ******* on my leg...
when i'm having a shower?
i like the idea of being a child again:
unable: UNONSCIOUSLY to control his bladder...
once in a while: i like ******* on my leg...
but that's only when i'm having a shower...
i like the idea of being without control...
i wish i could **** my pants ever so often...
alas... i can't!
but then i relieve my tamed unconscious
inhibitions... i tend to **** on my leg...
while taking a shower....
          
what is left for man beside finding new avenues
to compete: for the crown and the jewel in
in it of losing reason?
hell... let's all become **** AUTOMATON!
i can wait...
i'm orientating myself around the internet
like i might orientate myself around
a phonebook, an encyclopoedia...
and the... sacred loss of the music store on
the high streets...

there's me imitating drummers on a windowsill...
robot-esque...
*****! i'm keeping rhythm...
with a squint of my eye watching NORMIES
sitting static with their static televisions...
entertained?!
i like brick walls: i think of chess...
i like the sea bashing the land come high night...
i think of playing cards with the boys...
and backgammon...
i also like the idea of interpreting the flute
by splitting a reed of grass and blowing through it...
i like the childhood memory
of catching cockchafers and throwing them
down girls' t-shirts...
         hmm! i liked a lot of things...
whiskey won... i like swimming in it: thoughtless...
it's like like: give me a drink of whiskey =
Cleopatra having a ******* bath of milk!

i love the minutes "concerning" an unlit cigarette
dangling in my mouth...
before the opening crescendo
of Led Zeppelin's IN THE EVENING...
kicks in... only because: SHARP OBJECTS
waas such a captivating t.v. show...

hate t.v. love t.v. most certainly loved the movies...
i hate the movies these days...
i sometimes think: i could replace
the t.v. with three "things":
the sky... a fireplace... or a... ooh!
a ******* aquarium!
                     yeah... that could  work!
then again.... candles or the sky...
either wait.... play shadow charades...
                  
             there are actually two ways to give stress
to a F-U... using the hand...
there's:
A. the clenched fist with the etended middle
finger... poison...
but there's also
B. ******* extended....
thumb also extended: NO FIST...
all the other fingers are "bowing":
but they're not clenched... there's no imitation
of a fist...

seriously, though? no wonder i ventured into the realm
of prostitution, no wonder so many people thought this
"pandemic" was a "fake"...
sure sure... let me just apply my *****
Jean-Paul Gautier sniff-sniffs
while you, girl, test out, your next best
found ******.... what the ****?!

how about we start off with... oiling ourselves
with molten pig fat and then, then asking:
kosher enough for you?
oh... but this craziness is not supposed to stop!
it's supposed to escalate!
didn't you know?!
                           no no!
                                 there are either the crazies
or the uber-crazies!
      there's no in-between!
                 as much as Ovid prescribes ****** love...
i find the most erotica in prescriving myself
a decent amount of sleep...
               perhaps in his days...
but... he wasn't a solider...
so he wouldn't have known about being stationed in
Britannia,., jumping ****-naked into
the feral bushes of... no! not mint!
              you ******* Forrest Gimp or something?
blushes of *******... ****'s sake... FENNELS!
POKRZYWY! FENNELS! not ******* BASIL...
not ROSEMARY... not TYHME
*******: Hamza: brain-drain-lord
of an otherwise working Latin BREEN!
call your ******* cousin Hah-med and Muha!
the lord of the flies! Muhammad!
Muha! FLY! Jesus is the lord of mosquitos...
Muhammad is the lord of the flies...

please tell me someone tried to tell them
that they were
the auxillaries of Hell?
the past 2000 years has been an advent
of Hell...
Hell... even more: the Hellenic original
thought project...
comme ci, comme ça... c'est la vie!
i.e. it's good when it's good...
and bad when it's bad...

the tired mountain: the eagerly waiting stone...
the tired sea... the ambitious droplet of water...
that eternal flame... but all the more eager
sparkle of an ignite!

time flies when you're not having any fun...
pretending to not having a stab at...
those Kenyan ivory slush-puppies
come the crocodiles and Muhammad types
moon-served plump almost juiced up...
hey ** hey... you're just my Macaque sort
of type...

II. a schematic of rugby

H15()15H
\ (pass back)
/ (kick forward)
and...
just run around
shuffling your
magic feet:
toying with the octopus
dance of
a dislocated shoulder.


III. leftovers from an afternoon

give me until tomorrow, i'm still figuring "things" out...
video: oh video V video... Deo. and Doo and Deus...
mighty Churchill's index and middle...
of the fork in the road...
          or akin to the crossroads of
Robert Johnson...
            i picked up playing the guitar but i'm
a natural drummer...
easily soothed but also easily irritated by a rhythm
and beat...
for all the protest of (search engine, hello...
back of the bus protest, i just need a name)
sitting at the back of the bus:
Rosa Parks and the Montgomery bus protest...
i just remember mornings on the no. 86
bus... reading Stendhal while all the black
boys "unconsciously" stashed themselves
to the back of the double-decker...
white-flight in reverse, i.e. all the white girls
could join them:
thank god for my Turkish and Japanese fetish...
a fact not frequently recited:
i don't own any woman under the sun,
it's just my turn, turn after turn...
perhaps happily a *****-donor...
what's ******* and what's surrogate
motherhood for a homosexual couple,
like for like: i can't tell the difference...
besides... i earn about £10 an hour...
she earns £120 an hour and all for what?
being given an ******
and soothing my ego...
amazing though... it's crystal clear...
i never liked the back of the bus...
double-deckers have their engines in their ***...
very much like VW beetles...
the black boys naturally migrated to
the back of the bus every trip to school i took...
loud, vociferous: like most post-African people...
still strapped to the gridlock of
VICTIM... but sure: thanks for the jazz...
thanks for the blues...
if certain Africans were not exposed
to the English tongue...
i fear we'd still be stuck in a Mozart epoch...
Qualyxian Quest Jun 2021
Life as perpetual fear
Countries as unities of terror

        the American Abyss
Morire come le allodole assetate
sul miraggio
O come la quaglia
passato il mare
nei primi cespugli
perché di volare
non ha più voglia
Ma non vivere di lamento
come un cardellino accecato.
Nella Torre il silenzio era già alto.
Sussurravano i pioppi del Rio Salto.
I cavalli normanni alle lor poste
frangean la biada con rumor di croste.
Là in fondo la cavalla era, selvaggia,
nata tra i pini su la salsa spiaggia;
che nelle froge avea del mar gli spruzzi
ancora, e gli urli negli orecchi aguzzi.
Con su la greppia un gomito, da essa
era mia madre; e le dicea sommessa:
"O cavallina, cavallina storna,
che portavi colui che non ritorna;
tu capivi il suo cenno ed il suo detto!
Egli ha lasciato un figlio giovinetto;
il primo d'otto tra miei figli e figlie;
e la sua mano non toccò mai briglie.
Tu che ti senti ai fianchi l'uragano,
tu dai retta alla sua piccola mano.
Tu ch'hai nel cuore la marina brulla,
tu dai retta alla sua voce fanciulla".
La cavalla volgea la scarna testa
verso mia madre, che dicea più mesta:
"O cavallina, cavallina storna,
che portavi colui che non ritorna;
lo so, lo so, che tu l'amavi forte!
Con lui c'eri tu sola e la sua morte.
O nata in selve tra l'ondate e il vento,
tu tenesti nel cuore il tuo spavento;
sentendo lasso nella bocca il morso,
nel cuor veloce tu premesti il corso:
adagio seguitasti la tua via,
perché facesse in pace l'agonia... "
La scarna lunga testa era daccanto
al dolce viso di mia madre in pianto.
"O cavallina, cavallina storna,
che portavi colui che non ritorna;
oh! Due parole egli dové pur dire!
E tu capisci, ma non sai ridire.
Tu con le briglie sciolte tra le zampe,
con dentro gli occhi il fuoco delle vampe,
con negli orecchi l'eco degli scoppi,
seguitasti la via tra gli alti pioppi:
lo riportavi tra il morir del sole,
perché udissimo noi le sue parole".
Stava attenta la lunga testa fiera.
Mia madre l'abbracciò su la criniera
"O cavallina, cavallina storna,
portavi a casa sua chi non ritorna!
A me, chi non ritornerà più mai!
Tu fosti buona... Ma parlar non sai!
Tu non sai, poverina; altri non osa.
Oh! ma tu devi dirmi una cosa!
Tu l'hai veduto l'uomo che l'uccise:
esso t'è qui nelle pupille fise.
Chi fu? Chi è? Ti voglio dire un nome.
E tu fa cenno. Dio t'insegni, come".
Ora, i cavalli non frangean la biada:
dormian sognando il bianco della strada.
La paglia non battean con l'unghie vuote:
dormian sognando il rullo delle ruote.
Mia madre alzò nel gran silenzio un dito:
disse un nome... Sonò alto un nitrito.
Qualyxian Quest May 2019
sins, faults, and failings
        falling, wishing, wailing
               both grateful and unavailing ...

                               memento mori
                          memores estis et bestia
                                in this together
                           (don’t think less of ya)
                       Renew the Quest? Oh yeah!
Qualyxian Quest Feb 2019
sensitivity, despair, weakness
timidity, internal terror, freakness
love, pain, philo Sophia, meekness

                        agonia
                don’t know whya
hi da s Oct 2017
não sei onde aprendi que o medo é irracional e é uma resposta do cérebro. teu corpo não sente medo e sim um órgão que mais parece um punhado de minhocas encurraladas.
por um tempo eu juro que achava não ter medo de morrer, talvez só um leve pavor de sentir dor.
e o tempo funciona mesmo de formas estranhas e complexas. houve períodos que não cogitava pensar em morrer, mas agora parece que tudo mudou e o pavor da morte surgiu acumulado.
esse medo é o do nada ou do tudo que pode vir depois. ninguém pode me responder ao certo. meus avós já mortos não voltaram em sonho nem deixaram uma mensagem sobrenatural sobre nada. talvez isso já seja uma prova de que a morte é de fato um grande nada.
isso tudo é assustador. pensar que tu só tem uma chance pra acertar. e só de saber que não vais mais experimentar o mundo é sufocante.
como pensar na morte tranquilamente natural se vários prazeres que o corpo em conjunto com a vida são as coisas que me fazem querer continuar?
não consigo aceitar que um dia eu não vou mais sentir o calor do sol tocando a minha pele. cheirar aquela brisa do mar assim que se chega na praia. ver alguém que tu ama muito tendo um dia bom e ver ela sorrir. ouvir pela primeira vez uma música boa. observar alguma peculiaridade no meio do caminho que aparentemente ninguém mais notou. olhar pra um por do sol e pensar que aquele tem todas novas cores e que cada dia um é diferente do outro. pensar a toa sobre coisas bonitas que acompanham a gente durante o dia. aprender algo. algo bom. fazer **** com alguém. fazer **** consigo mesma. rir sozinha. rir com alguém. dançar. conhecer alguém novo. chorar. escrever. desenhar. ver. ouvir. falar. gritar. gemer. sussurrar. fumar. comer. sentir emoções. pensar. imaginar. criar.
todo um paragrafo infinito de realizações que de repente para de funcionar. vivemos quase sempre menos de cem anos e ainda é pouco porque o mundo pra gente é absurdamente infinito. e tão grande que dá agonia pensar. viajar por todo continente e saber que não dá pra ver tudo. sobre todos os mais minuciosos detalhes. sufoco. me sinto sufocada e não tem nenhuma pressão em cima de mim, exceto por mim mesma. felicidade. vou parar por aqui.
Dayanne Mendes Oct 2017
O ar,
Anda pesado.
É o fogo?
Não!

Meus passos não são leves,
E não é meu sapato.
Não é meu andado...
Não é  o caminho!

Não!

Eu ando,
E ando,
E rodo,
E me pego de volta ao mesmo ponto.

Eu respiro fundo,
Mas não absorvo o ar.
Eu nunca imaginei,
Que ia doer respirar.

E o que não doi, nesses últimos dias?
O que não se transformou em agonia?
O que se manteve afinal?

São perguntas vagas,
Pra uma vida vaga.
Só me resta respirar...

— The End —