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451 · Mar 2014
mar
Rui Serra Mar 2014
mar
Recostado na areia
Oiço notas de uma composição musical
O mar agreste acaricia as rochas
. . . nuas de sentimento
A gaivota plana no tempo
Tempo de outrora
Silencio moribundo numa noite de . . .
E se o mar chorasse?
450 · Jul 2014
tristeza
Rui Serra Jul 2014
Fecho-me num quarto escuro, onde tudo se torna claro, acendo um cigarro, o último do maço... choro lágrimas de sangue por alguém que quero que morra; tento extrair de mim toda a dor existente, mas não consigo, enfim... bebo um gole para esquecer, mas não consigo! O que será de mim.
Refugio-me num copo de absinto, e tento arranjar solução para o que me é visível, mas estou só e desamparado. Não me é possível, . . . estou triste.
448 · Jul 2015
Chega
Rui Serra Jul 2015
a angústia teima em ficar
e tolda-me o pensamento

e por cada capítulo que escrevo
por cada nova página
por cada nova frase
por cada nova palavra
em que transcrevo a verdade

está a poesia
a rima
a ternura
a demência
o pudor

chega de tanta mentira
chega de tanto ardor
chega de tanta dor

chega!
448 · Jun 2015
A tua boca
Rui Serra Jun 2015
monumento burguês de prazeres mundanos

açoitas-me
com palavras mordazes
no veludo
do teu ninho

e no momento mais íntimo de ti
purificas o meu ser com a saliva melosa da tua essência
447 · Feb 2014
longe
Rui Serra Feb 2014
Na escuridão da noite procuro-te mas só, encontro o vazio frio da solidão, porque estás em outro lugar… longe de mim.
447 · Oct 2014
O FEITICEIRO
Rui Serra Oct 2014
acordo
noite, gritos, luzes

tambores outonais

levanto-me
sabor a mel, hidromel?

sinto-me sujo
penas, sangue

criaturas da noite
criaturas da solidão

acompanham-me, libertam-me

corro

clareira nua
dança nua

sinto-me corpóreo, etéreo
lambo-te

bebo do teu sangue,
as tuas lágrimas

fogueiras
sombras de deuses esquecidos

ritual

o coração pára,
desfaleço
sobre o teu olhar moribundo
446 · Apr 2014
um avivar de memórias
Rui Serra Apr 2014
Noite
Passado
Presente próximo
Um avivar de memórias
Uma estante empoeirada
Um livro mais
O telefone toca
uma suave melodia
Por entre as sebes o vento uiva
Um avivar de memórias
Um toque prolongado
Impedido
À noite
Um véu
Cetim
Um deslize de prazer
Uma mulher
Um sonho.
446 · Sep 2015
Pôr-do-sol violeta
Rui Serra Sep 2015
oiço
ao longe
sobre o mar

sons

aviso
noite

perdi-me no caminho
da minha mente

esperança

gemidos de guerra
percorrem espaços passados

olho o céu
que arde no calor da noite
no ponto de não retorno
445 · Sep 2015
Medo, verbo e morte
Rui Serra Sep 2015
amanhece

o sol brilha

o corvo ri

tudo parece perfeito

sob o céu um jogo emerge

ódio . medo . violência

o corvo esvoaça

a morte brilha nos olhos das crianças

um fogo invisível dilacera o todo

o verbo emerge

a terra morre
445 · Feb 2015
Veneno
Rui Serra Feb 2015
a ideia escorre
lentamente

fruto do corte profundo

escorrem também
palavras que escrevo

que outrora escrevi

escorrem e
invadem a noite

aperto a ferida

os anticorpos
expulsam o veneno

volto a acreditar
na doçura das palavras

volto a escrever

mas na realidade, o que sai de mim?
443 · Sep 2015
À noite na taberna
Rui Serra Sep 2015
oh! taças, na memória, vividas.
oh! taças de vinho tão cheias.
oh! castas lembranças erguidas
em tabernas de gente tão cheias...

oh! castas antigas... de porte.
oh! castas lembranças vividas.
oh! taças cheias de morte
tão tristes me foram em vida.

oh! turbulentas lembranças
que me trazem essas taças
em tristes desesperanças.

mas oh! taças erguidas em vão
erguidas à vida tão cheias
tão cheias de solidão.
440 · Jul 2014
o castelo
Rui Serra Jul 2014
Meia-noite, lá fora, sob um céu púrpura, o mocho pia à lua cheia. No castelo, uma porta de pinho, cujo verniz pereceu ao avançar das eras, range como quem chora por uma juventude consumida, e uma voz cavernosa diz:
440 · Mar 2014
desvario
Rui Serra Mar 2014
Na escarpa do monte
O piar da loucura
Deslize suave
Sobre os pântanos
O cavaleiro impõe regras
Com a ponta da sua adaga
E a batalha começa
Ao longe
Murmúrios de crianças
Nas ameias do castelo
438 · Apr 2015
Um antídoto chamado poesia
Rui Serra Apr 2015
cai a noite.

estou só,
desamparado nesta estranha tristeza,
e na melancolia da solidão
deste espaço
sinto o cansaço.

tento encontrar conforto
nas rimas das palavras
que aqui escrevo.

sinto preguiça.

e na ira desta fobia,
refugio-me na poesia.
Rui Serra Mar 2015
pode um imortal
morrer de amor?
e viver
nas palavras intemporais?

mesclemos pois,
vida e morte
e na dualidade
tornemo-nos unos
por amor
434 · Dec 2014
monstros
Rui Serra Dec 2014
no ***** da noite

monstros
passeiam-se pelas vielas

medo
sono
cansaço

abraça o frio
e adormece

esta noite trato eu deles

os teus monstros
os meus pesadelos

os que vivem debaixo da minha cama
os que habitam dentro da minha cabeça

o coração bate forte

esta noite os nossos monstros estarão juntos
433 · Jun 2014
a cidade
Rui Serra Jun 2014
Existo no tempo
e vejo a cidade
sem abrigo
nua e fria
e fico
aqui

433 · May 2014
é certo
Rui Serra May 2014
É certo que por vezes
Pode ser tarde
Mas será tarde?
Ou talvez cedo
É certo
Que se procura algo
Um momento
Um instante
Um tempo perdido
Mas mesmo assim
Mesmo que tarde pareça
Talvez o não seja
Mesmo que tudo esteja perdido
Talvez não
É sempre possível sentirmo-nos bem
Inútil?
É inútil discutir
É inútil o gesto que leva à ruptura
O que importa?
O que importa é o impulso
Que de nós sobressai
E nos leva a dizer:
Sejamos realistas, exijamos o impossível.
433 · Sep 2015
O tempo é eterno
Rui Serra Sep 2015
corre a brisa suave
é tarde na aldeia
ouço uma colcheia
vem do fundo da cave
é noite de lua cheia
olho então em redor
pessoas passam aqui
jovens a comer cáqui
um futuro promissor
nada de Nagasáqui
433 · Apr 2015
Introspecção
Rui Serra Apr 2015
acordo
estou preso
na essência do meu ser
abro os olhos
vejo
mas não te vejo
és a imagem que me conta aquela história
tento transpor este rio que me consome
estou na margem da liberdade que me prende sem amarras
procuro-te
na serenidade imensa desses altos casarios
afecto
utopia
aventura
numa busca que perdura

eu, sou apenas...
o encantador de palavras
voando nesta folha como num tapete mágico...
432 · Aug 2015
Moribundo
Rui Serra Aug 2015
ajoelha-te!
que vais morrer

fecha a porta
à tua alma

onde estás agora
tu, ó sem valor
a tua alma tem um preço?

onde está agora
o sentido da tua vida?

nos teus olhos
brilha
a tua vida moribunda

estás longe

esperança

salvação



perdeste a tua alma

almas vendidas
vidas perdidas
431 · Jul 2014
sem nome
Rui Serra Jul 2014
Por entre a brisa, de uma manhã húmida, vozes de desespero ecoam nos céus da esperança, ao raiar um novo dia. Cisnes brancos banham-se nas lágrimas vertidas pelo homem, em prol da sua felicidade. O vento sopra, por entre gotas de água, e as sublimes árvores deixam andar ao sabor do vento suas copas.
428 · Jul 2014
pensamento
Rui Serra Jul 2014
O cavaleiro seguia pela
orla da floresta.
A lamina da salvação
brilhava ao ser beijada
pelo sol.
A mulher!
A mulher foi assassinada
imprudência.
Um tilintar de copos
Uma azafama infernal
426 · Jul 2014
negra noite
Rui Serra Jul 2014
O manto ***** da noite cai sobre a cidade, o vento sopra por entre o vazio das ruas. Lá longe a silhueta da pessoa que amo desaparece tal e qual o fumo, e eu continuo só por entre as muralhas da vida.
424 · Jul 2015
Nascimento da Loucura
Rui Serra Jul 2015
nascimento
sentimento
sofrimento

energia
magia
poesia

amor
clam­or
ardor

alvura
ternura
loucura
424 · Apr 2014
ontem
Rui Serra Apr 2014
Ontem
Sim, ontem
um anjo
falou e disse-me:
- Deixai que vos pergunte,
porque vos atormentais ?
- Podeis dizer que sou novo,
que sou ignorante,
mas estou só.
- Quereis que acredite ?
- isso creio.
- Mentis e enganais
mas vejo para além dos teus olhos,
e a tua felicidade
está para além do mar.
423 · May 2014
ideias
Rui Serra May 2014
Lá fora
o vento,
Uma vida
Uma alma
E um dia
eu serei livre
Para lá do oceano
eu vou
no mar
eu navego
E eu vou brincar
contigo esta noite
E tu serás livre.
422 · May 2014
maria
Rui Serra May 2014
Enches a noite de aventura
P’ra uns vaidosa
Outros
Puta
Sem medos
Sem receios
Segues p’los labirintos do fauno
Noite após noite
Tropeçar
Teu destino Maria
Teu destino é penar.
415 · Sep 2015
Eu habito em mim
Rui Serra Sep 2015
o vento sopra
através do esqueleto do casario
sussurrando pensamentos de outrora

pensamentos
emoções
ideias

um som pulsante
habita na minha mente
não me deixando dormir

um único pensamento
fica preso à minha existência

e viajo
de pensamento em pensamento

e a ideia cresce
alimentando o meu outro eu

não estou mais só
414 · Apr 2015
Parto
Rui Serra Apr 2015
história
amargas mentiras retorcidas
melancolia

luas e sóis
esperanças

lágrimas

porque me rio?

podes atirar-me palavras
podes subjugar-me com os olhos
podes matar-me de ódio

é a minha sensualidade que te incomoda?

cabanas de vergonha
sobre um oceano *****
deslizam na maré

deixo para trás a noite
o terror

levanto-me
neste maravilhoso amanhecer

no declínio dos meus ancestrais
elevam-se as esperanças do escravo

e sonho
e parto
412 · Mar 2014
certa noite
Rui Serra Mar 2014
Certa noite
Murmúrios
Talvez algures
No próprio quarto
Ou noutro tempo
Em parte alguma
Isolado em si mesmo
Ou na mesa do café
Fica o esplendor de um rosto
A ternura de uma flor
E num diário
A escrita
Nostálgica
Moribunda
E a noite é imensa
411 · May 2014
lamento rapariga
Rui Serra May 2014
Lamento rapariga,
mas não,
não posso continuar
a sentir-me como ontem.
Estiveste fora,
partiste,
foi demasiado tempo.
Agora
não podes regressar,
é demasiada dor,
demasiado sofrimento.
410 · Feb 2014
vigía
Rui Serra Feb 2014
Era noite
Melodias ecoavam nos céus
No instante
A presa tornou-se fera
Vigia
Os índios passeiam
À beira da praia
Mulher
Imaculada de branco
Um murmúrio
Um gesto
Uma partida

E os índios continuam
No alto da colina
Rui Serra Mar 2015
a felicidade brilha nos teus olhos
e prendes-me
com o sorriso frio dos teus lábios.

esse corpo que em gestos me diz: possui-me.

essa pele que ao tocar-me diz: desejo-te.

e essa alma que na sua tranquilidade me diz: amo-te.
409 · Jul 2014
solução
Rui Serra Jul 2014
Ainda hoje
Segui o atalho
rumo ao além

Caminho em devaneio

Ruídos
Impasse

Situação de apuros
uma mão - solução

Ajuda do Mestre

Conquista.
-----------
408 · Aug 2015
Quero-te
Rui Serra Aug 2015
todos os dias da minha
vida eu volto a apaixonar-me por ti.
faço-o com gosto.
e quero continuar,
assim,
dia após dia,
todos os dias da minha vida.
não te quero ver chorar.
quero-te perto de mim,
assim,
bem juntinhos.
quero-te junto a mim,
assim,
lado a lado,
a percorrer o mesmo caminho.
simplesmente,
quero-te,
para te poder AMAR.
408 · May 2014
desejo
Rui Serra May 2014
Desejo
Angustia
Vontade de ...
O brilho esvai-se
Uma melancolia suave
Repouso
Desespero
Uma suplica
Uma dádiva
Uma esperança
Um novo dia
e Deus existe
406 · Jul 2014
lágrima
Rui Serra Jul 2014
Lá bem no fundo, no escuro; o tédio, a mágoa e uma tristeza de sonhos irrealizáveis. Sonhos esses impossíveis de esquecer e por quem existe sempre uma profunda e verdadeira lágrima. Porque será que apenas nos apercebemos do verdadeiro valor do que possuímos somente quando o perdemos.
405 · Jul 2014
escrita
Rui Serra Jul 2014
É na escrita
que está aquilo que sinto
É na escrita
que está aquilo que penso
É na escrita
que escondo o meu pesar
É na escrita
que tu me vais encontrar
É na escrita
aqui, onde não há sofrimento
É na escrita
onde a realidade é irreal
É na escrita
que partilho os meus sentimentos
É na escrita
que sepulto os meus tormentos
405 · Jun 2013
Intenção
Rui Serra Jun 2013
(PENSANDO EM JAMES DOUGLAS MORRISON)
Se a minha poesia pretende atingir algo,
esse algo, é libertar as almas que percorrem
esta vasta pradaria, dos limites em que se encontram,
dentro do seu próprio ser.
404 · Apr 2014
se
Rui Serra Apr 2014
se
Destino,
Sem rumo
Ando à Deriva
Noites,
Gélidas
Na essência do ser
Procuro,
O meu caminho
na bússola da vida.
404 · May 2014
negras sombras
Rui Serra May 2014
Esta sombra que me devora
Que me asfixia
E não
Não me deixa
Ser mais eu
Este negrume da noite
Que me consome
E não
Não me deixa
Partir
Este estado de ansiedade
Que me corrói
E não
Não me permite
Voar
Este ser que sou
402 · Mar 2015
Lírios Pretos
Rui Serra Mar 2015
lírios pretos
giram em torno de mim
esculpindo um código
com a sua dança inebriante.

um padrão por descobrir
desperta da sua hibernação
e salta da superfície da terra.

imagens metamórficas
deixam a sua cova
na simplicidade de um rascunho.

lírios pretos
fazem despertar em mim
o lado obscuro do meu ser.

lírios pretos.
402 · Jul 2015
Quero
Rui Serra Jul 2015
eu quero ir,
ir para longe
para qualquer lugar
agora

eu quero fugir,
fugir da realidade
que me aprisiona
agora

eu quero escapar,
escapar de tudo
aquilo que me envolve
agora

fecho os olhos,
a brisa afaga-me o rosto
e as lágrimas rolam
vertiginosas

tranquilidade

acordo
foi tudo um sonho
ainda aqui estou
manchado de lágrimas

e as cicatrizes permanecem
398 · Sep 2015
Cigana
Rui Serra Sep 2015
onde reina a paz
neste reino de especulações?

onde reina a sinceridade
neste mundo de maldade?

e nesta minha nova convicção
recorro à malícia da razão

e procuro na plenitude do orgasmo
se o antídoto será o sarcasmo

procuro agora seduzir o nirvana
recorrendo às virtudes duma cigana.
397 · Jan 2015
Chuva
Rui Serra Jan 2015
abro a janela
e sinto o ar húmido

sinto o beijo
frio
na minha pele

volto a ser criança

sinto-a escorrer pela minha face

encharco-me

danço entrelaçado em cada gota;

a chuva apenas nos liberta
396 · Jul 2014
esperança
Rui Serra Jul 2014
Rodeado apenas pelo vento, vagueava pelas ruas da cidade. Em ambos os meus ouvidos permanecia a tua voz bradando convictamente sem cessar a palavra " NÃO ".
Uma imagem da tua sensual face, distorcida pelo tempo, iluminava o meu espírito que no seu mais íntimo ainda possuí uma débil esperança.
396 · Aug 2015
Ilusão
Rui Serra Aug 2015
mergulho no vazio do abismo,
na solidão que se esconde nesta vida.
vagueio pelas sombras da noite
e tropeço no frio que irradia
das silhuetas de um novo dia.

procuro a esperança ao virar da esquina.

procuro na ilusão
esta minha condição
o desejo de recomeçar
a alegria de procurar
o que se esconde na avenida
neste destino incerto que é a vida.
395 · Oct 2014
PALAVRAS FEIAS
Rui Serra Oct 2014
absinto

licor do entorpecimento
que tolda a mente

anestesia barata
para os males do mundo

e... que te faz soltar
palavras feias

ah! cegueira
que te joga ao fundo

ah! dor
que te faz crescer

ah! amor
que não sabes viver
392 · Mar 2014
serás feliz?
Rui Serra Mar 2014
Percorro todo o vazio
Afago as mágoas
Ao sabor de um gin
Sorrio-te à socapa
E beijo-te
E tu?
Serás feliz?
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