as luzes e os sons da cidade que nessa penumbra são meus fantasmas atraem os sentidos da racionalidade e repelem o instinto de minha consciência o melhor dos meus acidentes e minha doença a incurável, que me faz trabalhar a todo tempo e que me faz saber o que só eu sei; todos os bons rapazes de barbas feitas com argumentos irrefutáveis e namoradas invejáveis têm olhos tão bons quanto os de minha rola eu sou falso, não me atrevo a debater pois, afinal, por que lhes dar meu tempo? eu o faria com algumas poucas pessoas apenas as que me pudessem compreender como as principais moças de meu inconsciente; mas até que alguém assim me encontre sigo caminhando sozinho no início de noite tentando compreender o que é isso e qual a importância de tudo que me circunscreve enquanto sei que nada importa andando a passos lentos fazendo o que calho de fazer encarando minha sombra recém criada pela lua hasteada no céu de piche sentindo o orvalho beijar minhas canelas enquanto espero que alguém jamais se importe comigo.