A lua nascente do Diabo,
Perseguida por todos os seus revezes...
Contradição da contradição...
Suprema desconhecida.
A lua nascente do Diabo,
Vem vindo,
Nas alamedas caindo,
De pranto em pranto,
De pensamento em pensamento,
Na descrença de todas as crenças,
Suprema em sua própria crença.
Vem vindo, vem vindo,
Caindo por cima das ruínas,
De um mundo decadente,
Ela só sabe a si mesma,
Só conhece a si mesma.
Suprema em Sua ipseidade absoluta,
Ela vem vindo, ela vem vindo,
Liberar o deus e o diabo de cada um...
Pelas penedias siderais,
Ela vem vindo, ela vem vindo,
Questionando todos os "eus",
Que há? Quem és tu, ó verme?
Turbilhão de átomos dispersos...
Massacrado pelos fatos,
Quem és tu? Um nada querendo ser,
Alguma coisa de ser,
Sem poder ser, está morrendo.
E ela vem caindo, vem caindo,
Na amargura de teu ser...
Tu nadas é, e pensas ser!
Verme corroído pela ironia de si mesmo!
Tragado pela discórdia de seu próprio eu!
Sim, tu és um nada.
E ela vem vindo, ela vem vindo,
Para findar todo teu ser...
Para colocar-te no seu ínfimo lugar,
Ó verme orgulhoso e egocêntrico.
Tu és nada! Diante da suprema Deusa.
Que é tudo, sem ser, que é nada,
Sendo tudo.
E nela crê-se o axioma absoluto:
"— O diabo é Deus, o diabo é Deus!
Deus é o diabo..."