Chora, música da minha vida — Em ti amei, mesmo entre dores... — Tão perdida, tão perdida... E aos defuntos deste de comer as flores.
Chora, aurora da minha vida! Sou uma encarnada contradição... — Tão perdida, tão perdida... Desatando os elos da criação!
Morte alada, espero nos confins — Vida perdida, meu desespero... Castelos, masmorras de jasmins — Nem por Deus, nem por ninguém mais espero!
Quero morrer assim — num canto qualquer De um mundo só meu, inteiro. Quero ser o que Deus não quer: Morrer para sempre — e ser o derradeiro!
Quero morrer na luz do instinto, Vagos ao longe dos assomos passageiros. Quero ser, para sempre, indistinto — Luz e sombra dos meus luzeiros...
Chora, aurora — para sempre — a minha vida! Chorem os palhaços nos pedestais da crença! E, por fim — tão perdida, tão perdida... Minha vida seja a musa da Indiferença.