Dá-me o silêncio de uma eterna primavera Onde o mundo morreu primeiro Antes de eu ser eu.
Dá-me uma luz que jamais se viu Onde o pensamento floresceu no seio do nada Onde tudo não são mais que fadas Cantando clarins e rimas desconexas Em um mundo que jamais nasceu
Dá-me a vida como o fim do infinito O epitáfio onde Deus morreu. Dá-me flores que não dizem nada Porque já foram tudo.
Dá-me um eu renovado, Além de todo o mar, Além de toda a ilusão, Além de toda comunhão, De ser tudo e ser nada.
Dá-me um suspiro na escuridão da luz, Dá-me um mundo que seduz, Todo o meu ser.
Dá-me o Todo abaixo de mim, Dá-me o perdão dos meus diabos. Dá-me tudo o que não se conhece, E foi contado somente à mim.