lembra-me um sonho esta noite que passámos onde a vulnerabilidade permitiu que fossemos inevitavelmente desejados um pelo outro.
mas, tal como o sonho tudo acaba quando acordamos onde resta a minha dignidade? e se prometessemos ficar de olhos fechados nos braços um do outro?
talvez de manhã ainda pudesse saborear o teu beijo uma ultima vez. um escape de realidade, um engate conveniente uma noite que fica para sempre.
talvez amanhã quando eu te ligar e atenderes desta vez verás que a minha sobriedade só me deixou mais contente por termos dormido frente a frente.
as minhas mãos tremidas os teus calos nos dedos a tua boca quente na minha os nossos suspiros conjuntos lembra-me um sonho dos mais bonitos que tive.
com medo de ser esquecida, medo de ser mero brinquedo, não disse nada do que tinha para dizer, porque juntos foi a primeira vez que o sonho me disse: “vive, margarida, vive!”
espero não me arrepender de te ter dado o meu anel que nunca sai do meu indicador mas que naquela noite só parecia encaixar contigo, de mãos dadas comigo.
não sei se me vais responder ou se preferes ser fiel à tua propria dor. só sei que foi a melhor noite que podia desejar porque acordei contigo.