Dizem que o pecado viaja pela árvore até encontrar um fruto pronto para recebê-lo. Eu nunca pensei que essa fosse a minha sina, todo amor em mim se transforma em veneno.
Invisível aos olhos do mundo, como uma estrela à luz do meio-dia. Você demorou a me enxergar, mas eu sempre te via lá de cima.
Eu te avisei para não chegar muito perto, ou aconteceria isso: eu te tornando poesia. Ganhou uma página em mais um livro, onde o meu sangue é usado como tinta.
Você não se assustou com a bagunça do meu coração de romã despido, e eu não pestanejei em te estender um vislumbre do meu precipício.
Certa noite você me convidou para um concerto, e eu disse que só iria se tocassem o som da sua risada alta. Me pergunto em que acorde nós erramos, todas as risadas viraram lágrimas.
Agora o meu quarto testemunha a minha eterna catatonia. Lá fora, eu vivo. Aqui dentro, espero que me ocorra a vida. Um dia eu a tive, e soava como disritmia.