Pensamentos em turbilhão, desejo de amparo,
Mas o justo é vilipendiado, o nobre, raro.
Palavras rudes são luzes em falsas vitórias,
Enquanto o zelo se perde em memórias.
Quisera eu largar-me dessa insana missão,
De abraçar um mundo que jaz na ilusão.
Proteger o que é vão, sem merecer,
Mas por laços atados, deixei-me envolver.
Anseio o silêncio, a paz, o vazio,
Ser sombra esquecida ao sopro do frio.
Nenhuma palavra, nenhum olhar,
Apenas existir, sem precisar falar.
Por um dia, talvez dois, ou um breve instante,
Que o mundo se esqueça, que tudo se afaste.
Ser visto apenas por quem vale o momento,
Enquanto o vento leva palavras ao tempo.
E se acaso alguém, num canto perdido,
Sentir o que sinto, num eco contido,
Saiba que a dor de querer se ausentar
É, por vezes, apenas o desejo de paz encontrar.