No fim, não é o silêncio que fere, nem a frieza dos que passam sem olhar. Não é o esquecimento dos instantes marcantes, mas a constatação de quem, de fato, permanece.
Os que verdadeiramente importam carregam tua essência na memória, e, nos dias em que o tempo te celebra, serão eles a iluminar tua existência.
Já aqueles que um dia pareciam próximos, mas que hoje te ignoram sem hesitar, são meros ecos do passado, sombras que não merecem tua luz.
Apegar-se ao que não tem valor é a forma mais sutil de se perder. Curioso é perceber que aqueles desprezados acabam encontrando morada em teu coração, enquanto os que estimavas se dissipam como névoa.
A dor do desprezo ensina, mas não deve prender-te ao chão. A liberdade está em reconhecer que algumas ausências são bênçãos disfarçadas.
E os que ferem, um dia perceberão: o mundo devolve cada cicatriz imposta, e o ciclo da dor que semearam se tornará sua mais amarga lição.