Predicado, imperfeito Sou santo, desfeito Luz de amálgama apagada Alma sem véu iluminada Infinito e indistinto ser Cortejando o íntimo arder De não querer ser nada Desta irrepreensível mônada alada Que se espreita em meu coração Ó sombra de maldição! Eu sou o céu sem estrelas E as estrelas sem céu Neste coração há musas belas Que são cinzas no mausoléu Do meu não-ser, do meu não querer! Sou um sepulcro caiado feito de palha Que o vento levou a perder Tudo que sou este mundo me ralha! Não posso ser nada, e o nada Me obriga a ser, fada De infindos antagonismos purpurim Que dance comigo o arlequim Neste sonho sombrio que estou a tecer... Que o mundo desmorone sob todo meu saber! Sabedoria suprema; além, além, além? Amém, amém, amém.