Mil eclipses de sandice, no meu sonho eu trago Mais três, quatro, cem mil sóbrios infinitos Arrebatando o véu do demiurgo aziago Despindo deuses e derribando mitos!
Crê em mim, no assombro que está por vir Às mancebias do reino de meu ser Eu faço o Deus do Todo desvanecer E dentro de mim o nada vêm à rir!
Meu nada é o solilóquio que tudo vence! E antes de ser homem eu fui verme Agora transcendo a matéria inerme Com a consciência que a ninguém pertence!
Sou a lâmpada no meu ignoto caminho No tropismo ancestral de meu universo O arlequim que tece o credo em desalinho Vistindo-me da epifania anônima deste supremo verso!