A vida é a redundância do diabo Ou devaneio eterno na mente de Deus Ou além da interpretação, ode incriado Descendo ao inferno de todos meus eus
A minha vitória é um trapo entorpecido Largado aos cumes dum infinito esquecido Amém ao diabo e ao santo Deus, amém Eu não tenho porquê, nem à quem
Também não sei por quê nem para onde A mula da morte esconde o conde Ela nunca vem, e eu espero, espero E nos confins da ideia desespero
O meu destino é um adágio solitário Um zero multidimensional que dança Ou um burro de carga na andança Contradição encarnada num rosário
Santo diabo, aspecto de vunge ou zote Dois que são um, um que são dois A carga irreal na frente dos bois Trazendo velas derretidas, um palhaço num pote
Eu sou de mim o que serei? Mas foi no sonho irrealizável onde habitei De um mendigo fiz de mim um rei? Ao tudo e ao nada, eu não mais serei!