Nunca disse-lhe que em nada creio, é certo que tenho fé em todas as coisas e, deveras, dou nenhuma importância a elas. Todos os caminhos tem ao fim peso semelhante pois serão trilhados pelos mesmos andarilhos. O percurso não importa, e muito menos o destino tendo em vista que a chegada é o ponto de partida. As experiências são, em suma, meu objeto de valor. A existência é algo simples, e criei o hábito de não mais dar-lhe sentido, pois as conjecturas propostas são ,de fato, uma perda de tempo, tempo no qual também não mais tenho me questionado, pois acredito que os dias são uma besteira, vejo agora apenas uma continuidade de movimentos e não mais páginas de calendários, o que me proporcionou um entediante hábito de insonia. E quanto ao resto da humanidade, digo que é bem possível que exista, mas não tenho certeza. Por fim, não lhe peço nada, pois, sinceramente, não me importo.