não sinto, sou poeta que finge as mulheres que amo vieram de copos de uísque sobre a madeira dos móveis cegos na madrugada.
não sinto, já sou anestesiado fui ultrajado pelo amor e a sorte já não me quer mais. agora sou amante das palavras dos versos jogados à mesa de bar
já não mais sinto o doce da vida o amargo de nicotina, é o que me restou um uivo perdido à beira da calçada cinzas num cinzeiro velho na estante da sala
estou coberto por cicatrizes invisíveis bêbado largado nas entrelinhas de um poema sem rima