Na hora que o sopro quebrou meu telhado E a enxente ensopou meu piso Choveu dentro de minha casa E meu livros ficaram completamente inundados
Meu lar se tornou o oceano mergulhei de pronto em suas profundezas à procura do tesouro que caíra do galeão pirata A pressão estava prestes a estourar meus tímpanos
A luz aos poucos deixava de alcançar meus recintos Somente o tato... áspero, cego, surdo e amargo poderia reconhecer o baú encantado
Roubei o fôlego de uma bolha escondida abaixo de uma pedra Já sou um náufrago perdido e intocável pela superfície Pra quê me serve qualquer tesouro agora?