Na visão lúgubre dos trigais Subiram pássaros negros aos milhares Suspendendo voos frenéticos diante a tais E ensurdecendo alvoreceres aos seus cantares
De tal assombro, vislumbrei jamais Um abismo obscuro aos puros ares, A desaguar despercebidas sombras imortais Desprendendo as primaveris cores luminares
– Vertigem sóbria, encravo de delírio, Este céu que se expõe é engano, Cuja chama esplendorosa é terror tirano
Como condena-me surdo martírio! Não são campos aprazíveis, é pavor inumano É nuvem sem primor, é o amanhecer arcano