as mãos mal suportam o silêncio. se movem a cada dois segundos. e o mesmo timbre de voz fala e fala e fala. pausas de incertezas parece buscar palavras. é um homem que julga ser sábio mas vai negar se o perguntarem. ninguém liga. deixam uma das mãos no queixo só pra mostrarem-se interessados. o que pensam nesse agora? claro que estão longe, mas seus corpos se encontram aqui. os olhos parecem viver numa agonia que queima devido as paredes brancas. o ar é pesado. o clima sempre muda, mas nunca aqui dentro. precisa-se de ações pra não enlouquecer ao encarar e ouvir a voz do mesmo timbre. nenhum de nós gostaríamos de estar aqui se pudéssemos escolher. o timbre constante é atravessado por outro e dura pouco. fundamentos. já não há mais o que sugar. o que costumava ser bom, perdeu-se com o tempo. nós mesmos causamos tudo isso e culpamos uns aos outros sem assumir a culpa. agora seria bom ser amigo do mar e visitá-lo prum café envolto numa colcha macia com os pés na areia. se pudéssemos escolher é pra lá que iríamos.