Possa eu, um dia, ao fechar os olhos Tornar-me espuma de ondas, Ou brisa carregada de odor a maresia E possa eu, um dia, ao abrires os teus, Ser o Sol que os ilumina e transforma.
E, como os teus olhos, Ambiciono ter, também eu, um dia O poder de me fazer algo mais do que eu. O poder de ser pura e bela como me vês O poder de ser o vento ou o Sol ou o mar Ou uma folha seca e avermelhada Tombando no chão ao soar do Outono.
Possa eu transformar-me em tudo isso, Como se transformam os teus olhos (quais pedaços de céu descoberto ou relva húmida de orvalho sempre regados de Sol, sempre.)