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Um tormento incessante me invade.
Carne que outrora foi deflorada
emana dor e desprezo.

A visão, turva, oculta
uma fé costurada com medo e sangue.
Crescer foi apagar pegadas
que os meus próprios pés deixaram para trás.

Vivo num silêncio ensurdecedor.
Meu passado lança sombras
sobre um amor que ainda nem viu o sol.

Há sombras que me visitam ao cair da noite,
mas deixo a janela entreaberta
para a luz.
Feridas se curam,
mentiras mancham
secam e murcham corações que um dia sorriram.
Queimam a própria existência,
valor do amor se desfaz.
O sangue amargo escorre,
goteja memórias,
apodrece esperanças.
Uma chacina de emoções está a espreita no silêncio,
nada está impune da dor.

— The End —