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Queria ser aprendiz
de poeta da Natureza
Deitar-me na relva entre cravos e margaridas
E tornar-me cravo ou margarida
Também.

(e como um cravo
perder as pétalas
e ser livre no vento)

(e como uma margarida
perder as pétalas
nas mãos de uma criança qualquer)
Inalo
Expiro e inspiro-te
És um céu de diamantes
Numa noite de Primavera.

Inspiras-me e
Deixas-me ficar
És Natureza que respira
As sensações alheias dos mortais.
Não sou senão poemas
Sem qualquer liberdade neles
Ou em mim, presa nas horas
Que perco neste lugar em que não sei ser
Só tenho asas em papel
E não voo senão escrevendo
Fecho-me do que é real
Para me abrir no que é realmente real
Ninguém me lê, mas se lessem
Será que me sabiam?
Escrevo em charadas ou parece-me só?
O tempo é sem ser e nada sei senão a mim.
E saber-me não dói como não saber o resto
Como não querer saber o resto
Como não querer senão os versos
O que importa? O que é real?
nada nada nada
Como ser?
28-09-2016
Sinto tudo.
A noite e as luzes
E os carros pla cidade.
Sinto tudo
Entre o peito e a barriga
E o vento
Frio e quente de verão.
27.06.2016
não sei até que ponto
as palavras que solto das pontas dos dedos
podem ser ditas poesia.
é da existência humana duvidar
mesmo daquilo de que estamos mais certos.
escrevo em verso porque
e nem sei se é poesia. sou eu
incerta de tudo, disto,
que é tão certo quanto poderia ser
24.09.2016
Tenho-me distanciado dos versos ultimamente
Talvez pela falta de poesia da minha vida.
Não encontro beleza alguma à minha volta
Nem suficiente mágoa dentro de mim
Que me levem a pegar no lápis e escrever.
Vivo num mundo vazio
Em que tudo o que é real não o é
Tal como eu não o sou.
Crio o que sinto e recrio-me a mim mesma
E crio estes versos sem motivo algum
Que não o de os criar.
Para me sentir menos só, talvez
E porque sei que são reais
Mesmo que talvez não sejam.
15-06-2016
Acordo.

A água
Não corre.

Não chove.

Todo o leito
Vazio.
02-05-2016
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