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João Rebocho Jan 2018
Arregaço as mangas largas e ensopadas
Do mar bravo que as molhou,
Volto para a areia,onde o sol
Aquece os grãos,
E fez acelerar o passo
De quem por lá andou.

Todas as manhãs,o mar traz ao de cima
Espuma,algas e saudade.
Corto as mangas da minha velha camisa
Para ver se a água gelada não me adoece,
E desajeitado, cortei a vaidade.

Agora só molho os meus magros braços,
E ao olhar para o mar vejo-te atrás de mim,
A tentar puxar-me para a areia porque
Na água, somos o espelho da saudade e de quem morre ao não saber pôr um fim.

Resisto como resistem as pernas de um pescador na corrente do mar,
Mas aflito e sem forças afogo-me, e deixo-me levar.
Deixei a minha velha camisa na areia
Para se me vieres ver, o meu cheiro possa contigo andar.

Pode ser que na próxima maré
O meu corpo ao de cima possa vir.
Se estiveres na nossa praia
Pode ser que te veja a sorrir.
João Rebocho Jan 2018
O futuro é para nós
Para dançarmos no silêncio.
Deitarmo-nos na melodia
E será que se dermos nós
O nosso amor dura mais
Do que um dia.

O coração que tanto salta
E vibra com a tua voz,
A vida que tu crias
Vai para além de nós.

Vai no mar que a leva.
Para longe.Onde não haja
O que aqui há.
Um amor que está vivo
E desejava
Dar mais do que dá.
João Rebocho Jan 2018
Amemo-nos no ameno da primavera
Devagar como o crescer das plantas,
Vemos o escurecer do céu
E o tempo a passar, efémero,
Perto de mim estás tu,e o sol
Que de manhã levanta.

De manhã a cidade acorda,e os corpos colocam-se em movimento,
Desaparecem no fundo da estrada, estas caras que à pressa se vão.
Nós vamos e voltamos sem sairmos do lugar,
Observamos o sol e o luar,que iluminam esta canção.

Se é tudo tão breve, o que nos vale o cansaço?
É tudo tão breve como as horas de sorrisos.
Acabar-se-á certamente, o nosso amor um dia,
Mas até lá os dias,serão a olhar para os teus olhos felizes.

— The End —