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Samir Koosah Dec 2021
Sinto saudades…
Do seu cheiro, dos seus beijos,
Dos seus cabelos.
De te assistir chegando quando estou te esperando
Da forma que fico, sem graça, tímido, quase uma criança
Na sua presença.



Saudades…
Do seu toque, da sua pele, do seu gosto
Dos seus abraços, de te abraçar.
De te segurar até dormir

Da sua beleza, inefável
Do jeito que voce me faz rir
Colocar a palma da sua mão contra a minha,
Das suas unhas roídas…



Passo vontades, doídas, mas que vontades boas!
De que cor sopra hoje o teu vento e que sol o faz voar,
Quais os caprichos do teu tempo que desdenham ao luar,
Qual a cor das tuas pétalas que ao rubro quero provar,
Um sabor e uma lembrança pra sempre eu vou recordar!

Foi no brilho dos teus olhos e na tristeza do teu olhar,
Foi as formas da tua face que me acolheram o despertar,
Tantas outras tantas de voltas eu te quero a ti reencontrar,
Provar de novo os teus beijos doces e me poder deliciar!

Ouro fino cor de cetim para te cobrir e levar ao pé do mar,
Jogar na areia todas as lembranças e poder ali te abraçar,
Dar um aperto louco, quente e mouco no silêncio a te amar,
Viver de novos todas as caricias dadas e poder fervilhar!

Como eu voou de novo nos meus sonhos a te ver voar,
Como me entrego na loucura que se apoderou como colar,
Me dá voltas nas voltas mas me segura não vai estrangular,
É preciso apenas acreditar que nada foi em vão e vai voltar!

As saudades frescas a vontade mais forte de te vir a poder amar,
Sejam esses os caminhos de dois seres que acreditaram nesse amar,
Uma febre fresca, um alívio doce, um jeito sem força, apenas te amar!

Autor: António Benigno
Pelos caminhos do tempo pelas vontades do vento apenas gestos e palavras certas!
É vento ou chuva, ou pequeno contratempo,
Vêm o sol e brilha o céu, de me ouvir falar,
As chamas se apagaram, num contratempo,
A vontade de ver brilhar há, e não vai acabar!

Os dias cinzentos não fizeram algum sentido,
As pessoas pelos tempos afirmam vontades,
Eu pinto o quadro de sangues e lealdades,
Aqueceu-se o dia e para nós, céu bandido!

Leva-nos as queridas saudades, sente o carinho,
Destes seres de alma vadia e despreocupados,
Nossas mentes não são seres assim, calçados,
Têm asas que voam, esse é o nosso caminho!

As angustias e tristezas, são certezas de alegria,
Percebe-se e sente-se que momento, é fantasia,
Aguas que passam, desentopem nossa artéria,
A matéria-prima, decide por ficar doce e sadia!

Sai-lhe das cores, nodoas incolores, não existiram,
Sente-se na camisa estampada do soor do teu amaço,
Mancha uniforme, redonda, penetrante que a queiram,
Corações em sopros sufocantes, que deram este laço!

Transpirações, pelo encontro de meus sonhos antigos,
Vi-te de longe e apreciei tão de perto, a cor desse rosto!

Autor: António Benigno
Código de autor: 2013.04.24.02.09
Juliet R Apr 2015
Sinto a areia entre os meus dedos.
Sinto o cheiro do mar a invadir-me.
Sinto a calma que me transmitem as ondas.

Um dia na praia.
Um dia em que desaparecem os medos
Em que a paz me-os tenta dissuadir
Com as mais puras sensações.

Um dia em que me sinto eu
Sem dar explicação.

Durante os meus dias,
Este é o meu apogeu
O mais alto ponto
O maior clímax
Da felicidade que sinto.

Respiro toda a tranquilidade
Tento que esta fique em mim
E me faça rugir em prol de viver...

Que em vez da sobrevivência
Eu tenha que optar pela vivência
Optar pela respiração voluntária
E não apenas na involuntária por obrigação.

Basta querer.
Arranjar poder.
De me poder mover.
E repor vontades
E liberdades.

Respiração ofegante.
A nostalgia lembra o proibido.
A Saudade amassa e esbofeteia
O ilícito, o ilegal, o que não tem....
A permissão de ser lembrado
Para cá entrar e marca deixar.
Danielle Furtado Apr 2017
Acontece o tempo todo.
Sinto meu estômago embrulhar como alguém que acaba de sair de uma montanha russa, e isso é uma analogia perfeita já que vou de total satisfação à vazio completo em três tragadas num cigarro ou menos. Não importa com quem ou onde eu esteja, é hora de trocar de música, fixar o olhar no nada para tentar sacudir o vazio pesado que repousa sobre meu peito, como se tivesse me engolindo, mas de dentro para fora. Logo me sinto vulnerável, como se tivesse uma ferida aberta e necrosada no meu âmago e todos pudessem ver através de mim, como se meus olhos contassem meus segredos, as vontades que tive e tenho de me atirar em frente a um ônibus em movimento, então volto a mim geralmente com a pergunta de alguém que gosto questionando se está tudo bem, digo que sim, que estou com sono, cansada, o que não deixa de ser verdade, eu realmente estou cansada. Eu sempre sinto que preciso ir embora, afinal. Mesmo estando em minha casa quero ir embora, para onde?! Desconheço lugar no mundo e na história que me faria sentir em casa. Desconheço o abraço que me faria sentir que pertenço, ou que me querem ali. Então digo que estou atrasada, que sinto muito, que cancelo os planos, que estou doente, que tenho que estudar, peço licença e me retiro, volto pro conforto de estar triste e sozinha, sem precisar esconder o olhar vazio encarando o vazio, e esse é o melhor que posso fazer.
D. Furtado][
hi da s Jan 2018
penso sobre mim o tempo todo que acho que é doença esse fascínio. muito embora saiba que deveria me amar antes de todo mundo, devo admitir que passo horas contemplando minhas criações vestindo apenas um óculos transparente desprovida de roupa íntima. gosto de pensar que preencher todos os espaços vai me trazer paz e de alguma forma que não poderia explicar, a sensação que tanto procuro sentir mas nunca consegui alcançar. é como se eu fosse uma conta matemática que tive dificuldade de entender na quarta série [e ainda não entendo]: gostaria de saber como resolvê-la só não sei como. acho brega todos os meus sentimentos  íntimos que envolvem apenas o eu. mas ao mesmo tempo os aprecio, os amo, os idolatro, os venero! veja bem, escrevo todas essas palavras pra quem? pra mim mesma! pra alimentar a fome que tenho de mim, da minha própria vontade de possessão. é um absurdo pensar agora em deixar pra trás tudo isso e deletar as emoções e as vontades e o calor que minha pele sente pela minha pele. nunca duvidei do meu amor por mim mesma. esse que falei a pouco que é grande demais e não cabe aqui. preciso preencher tudo. esse quadrado branco todo sobre mim. sobre o quanto eu sou apaixonada por mim. quanto eu pagaria pela minha estátua? se um dia descobrir que existe uma outra eu: me apaixonaria por ela também? me questiono e procuro letras que juntam palavras simpáticas pra me fazer sentir melhor sobre isso, apesar de saber que independente do que mostre ou não, nada vai mudar.

um dia eu estava transando na frente do espelho
e só conseguia olhar pra mim.
transando comigo mesma, sentindo arrepios na pele completamente apaixonada pelo reflexo nu com os seios em movimento e a boca ofegante.
gozei porque era eu ali no espelho.
só li verdades
De voz leiga, de olhar sereno e de ouvidos moucos eu digo o mundo mudou.
Mudou a primavera que chegou mais cedo, mudaram-se as vontades e a tirania escutou o mundo.
Sejam quais forem os desígnios ou as motivações dos acontecimentos,  acredito que o Homem está posto há prova. Quem sabe se de uma gripezinha ligeira se trate, ou quem sabe que sufoco trará. Desafio todos a olhar à volta de casa e olhar para o que podem e não podem comer. Encheu-se o mundo de lixo.  Um caminho que decidimos seguir. Erradamente esquecemos o contacto com a terra aquilo que a todo custo tentaremos evitar!
O mundo mudou, e nós pelo menos paramos e agora pensamos noutra direcção. Será a certa, outra será certamente.
Os nossos putos mais velhos, não só carregaram a cruz este tempo todo como fizeram também porque hoje tivessemos estes desvaneios. Não descurem a sua sabedoria e tentamos todos que nos premitam poder ouvir o que nos dizem.
Porém podemos e eu acredito que se cada um se ocupar inteligentemente tornará mais fácil este luta.
Talvez não fosse mal habituarmo-nos a este tempo encarar a coisa,  agarra-la pelo sítio e não perder a fé sejam quais forem as dificuldades.
Portugueses gente rija, gente de bem que por isso nos conhecam.
Bem hajam.

Autor: António Benigno
Código de autor: 2020.03.29.22.08.03.03

— The End —