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Esta crônica é resultado de uma conversa que eu teria com o velho companheiro de lutas Chico da Cátia. Era um companheiro de toda hora, sempre pronto a dar ajuda a quem quer que fosse. Sua viúva, a Cátia, é professora da rede pública estadual do Rio de Janeiro e ele adquiriu esse apelido devido a sua obediência a ela, pois sempre que estávamos numa reunião ou assembleia ou evento, qualquer coisa e ela dissesse "vamos embora!", o Chico obedecia, e, ao se despedir dizia: com mulher, não se discute. Apertava a mão dos amigos e partia.

Hoje, terceiro domingo do janeiro de 2015, estou cercado. Literalmente cercado. Cercado sim e cercado sem nenhum soldado armado até aos dentes tomando conta de mim. Não há sequer um helicoptero das forças armadas americanas sobrevoando o meu prédio equipado com mísseis terra-ar para exterminar-me ao menor movimento, como está acontecendo agorinha em algum lugar do oriente asiático. Estou dentro de um apartamento super ventilado, localizado próximo a uma área de reserva da mata atlântica, local extremamente confortável, mas cercado de calor por todos os lados, e devido ao precário abastecimento de água na região, sequer posso ficar tomando um banhozinho de hora em hora, pois a minha caixa d'água está pela metade. Hoje, estou tão cercado que sequer posso sair cidade a fora, batendo pernas, ou melhor, chinelos, pegar ônibus ou metrô ou BRTs e ir lá na casa daquele velho companheiro de lutas Chico da Cátia, no Morro do Falet, em Santa Tereza, para pormos as ideias em dia. É que a mulher saiu, foi para a casa da maezinha dela e como eu tinha dentista ontem, não fui também e estou em casa, cercado também pelo necessário repouso orientado pelo médico, que receitou-me cuidados com o calor devido ao dente estar aberto.

Mas, firulas à parte, lembro-me de uma conversa que tive com o Chico após a eleição do Tancredo pelo colégio eleitoral, que golpeou as DIRETAS JÁ, propostas pelo povo, na qual buscávamos entender os interesses por detrás disso, uma vez que as eleições diretas não representavam nenhuma ameaça ao Poder Burguês no Brasil, aos interesses do capital, e até pelo contrário, daria uma fachada "democrática ao país" Nessa conversa, eu e o Chico procuramos esmiuçar os segmentos da burguesia dominante no Brasil, ao contrário do conceito de "burguesia brasileira" proposto pela sociologia dos FHCs da vida. Chegamos à conclusão de que ela também se divide, tem contradições internas e nos seus embates, o setor hegemônico do capital é quem predominar. Nesse quesito nos detivemos um bom tempo debatendo, destrinçando os comportamento orgânicos do capital, e concluímos que o liberalismo, fantasiado de neo ou não, é liberal até o momento em que seus interesses são atingidos, muitas vezes por setores da própria burguesia; nesses momentos, o setor dominante, hegemônico, lança mão do que estiver ao seu alcance, seja o aparelho legislativo, o judiciário e, na falta do executivo, serve qualquer instrumento de força, como eliminação física dos seus opositores, golpe de mídia ou golpe de estado, muitas vezes por dentro dos próprios setores em disputa, como se comprovou com a morte de Tancredo Neves, de Ulisses Guimarães e de uma série de próceres da burguesia, mortos logo a seguir.

Porém, como disse, hoje estou cercado. Cercado por todos os lados, cercado até politicamente, pois os instrumentos democratizantes do meu país estão dominados pelos instrumentos fascistizantes da sociedade. É que a burguesia tem táticas bastante sutis de penetração, de corrosão do poder de seus adversários e atua de modo tão venal que é quase impossível comprovar as suas ações. Ninguém vai querer concordar comigo em que os setores corruptos da esquerda sejam "arapongas" da direita; que os "ratos" que enchem o país de ONGs, só pra sugar verbas públicas com pseudo-projetos sociais, sejam "arapongas" da direita; que os ratazanas que usam a CUT, o MST, o Movimento por Moradia, e controlam os organismos de políticas sociais do país sejam "arapongas" da direita; que os LULAS, lulista e cia, o PT, a Dilma etc, sejam a própria direita; pois do contrário, como se explica a repressão aos movimentos sociais, como se explica a criminalização das ações populares em manifestações pelo país a fora? Só vejo uma única resposta: Está fora do controle "DELLES!"

Portanto, como disse, estou cercado. Hoje, num domingo extremamente quente, com parco provimento de água, não posso mais, sequer, ir à casa do meu amigo Chico da Cátia. Ela, já está com a idade avançada, a paciência esgotada de tanto lutar por democracia, não aguenta mais sair e participar dos movimentos sociais, e eu sou obrigado a ficar no meu canto, idoso e só, pois o Chico já está "na melhor!"; não disponho mais dele para exercitar a acuidade ideológica e não me permitir ser um "maria vai com as outras" social, um alienado no meio da *****, um zé-niguém na multidão, o " boi do Raul Seixas": "Vocês que fazem parte dessa *****, que passa nos projetos do futuro..."  Por exemplo, queria conversar com ele sobre esse "CASO CHARLIE HEBDO", lá da França, em que morreu um monte de gente graças a uma charge. Mas ele objetaria; "Uma charge?!" É verdade. Não foi a charge que matou um monte de gente, não foi o jornal que matou um monte de gente, não foram os humoristas que mataram um monte de gente. Assim como na morte de Tancredo Neves e tantos membros da própria burguesia no Brasil, quem matou um monte de gente é o instrumento fascistizante da sociedade mundial, ou seja, a disputa orgânica do capital, a concorrência entre o capital ocidental e o capital oriental, que promove o racismo e vende armas, que promove a intolerância religiosa e vende armas, que promove as organizações terroristas em todo o mundo e vende armas; que vilipendia as liberdades humanas intrínsecas, pisoteia a dignidade mais elementar, como o direito à crença, como o respeito etnico, a liberdade de escolhas, as opções sexuais, e o que é pior, chama isso de LIBERDADE e comete crimes hediondos em nome da Liberdade de Imprensa, da Liberdade de Expressão,  a ponto de a ministra da justiça francesa, uma mulher, uma negra, alguém que merece respeito, ser comparada com uma macaca, e ninguém falar nada. Com toda certeza do mundo, eu e o Chico jamais seremos CHARLIE....  

Papá Noel tenía miedo de pasar el día de Navidad
En las calles de Puerto Príncipe. Las balas se disparaban en masa
Esporádicamente, al azar. Mucha gente se escondía debajo de las camas
Los terroristas traviesos son como perros, hienas en bosques viles o desiertos mortales
Están por todas partes con grandes ametralladoras que no se fabrican en Haití
Los bandidos sin ley o demonios espantosos están matando y aterrorizando a todos
Incluso gatos viejos y ratas sucias que corren por los barrancos
Las cosas son muy serias, extremadamente peligrosas y terriblemente malas en Haití
Este año, el tío Noel tenía miedo, mucho miedo, por eso no visitó
Y no pasó por las pequeñas calles de Haití. Nadie sabe cuándo
Estas cosas feas e inusuales, el caos, los crímenes, la pesadilla cambiarán o terminarán
No hubo misas de medianoche; Todas las puertas de la iglesia estaban cerradas, cerradas
Los bandidos que calzan sandalias sucias llevan armas muy caras y modernas
Que sus tíos occidentales blancos y oligarcas sucios les dieron como regalos de Navidad
Para que puedan empujar a más civiles inocentes más profundamente en las llamas del Infierno
Es muy fascinante notar que los hombres lobos, los infames Loups Garous
También tenían miedo de ir a los cementerios para desenterrar a sus víctimas inocentes
En Haití, antiguamente la Perla de las Indias Occidentales, son perros que comen perros
Son gatos que comen gatos. Son perros que comen ratas
La gente está atrapada en este otrora paraíso, la Perla de las Antillas
Que ahora es el Infierno en la Tierra y mazmorras sangrientas para tantos
Son gatos que comen ratas. Son perros que comen ratas y gatos
Esta es una locura despreciable. Frankenstein habría sido feliz allí
La gente nunca antes había experimentado un desastre tan feo. ¿Cuándo cambiará esto?
¿Cuándo terminará esto? ¿Cuándo los colonos oligárquicos, occidentales y codiciosos
Dejarán en paz al pacífico y resistente pueblo de Haití? ¿Y cuándo, cuándo?
¿Cuándo se rebelará el valiente pueblo? ¿Cuándo, maldita sea, la diáspora
Se unirá para luchar y defender a Haití? Los Haitianos están cansados de perder vidas, dinero
Territorios y propiedades en Haití. ¿Cuándo desaparecerán de la faz del Universo
Todos estos terroristas rebeldes? Estoy gritando furioso
Maldita sea, te estoy hablando a ti. Te estoy hablando a ti, maldita sea
Te estoy hablando a ti, sí, sí, sí a ti, criminales violentos
Cucarachas, pájaros impíos, hipócritas malvados y tontos ignorantes
Deja de hablar de revolución. Usa el sentido común. Deja de soñar
Abre los ojos. Sí, porque en nombre de Iahvé, te estoy hablando a ti también
Papá Noel, Père Noël, Tonton Nowèl tenía miedo. No hay pobres ni gente pequeña
No recibieron regalos, nada, cero, chivatos, sólo los sórdidos perpetradores
Que matan y aterrorizan a los ciudadanos, estaban de fiesta. La débil Policía
El ejército y los indefensos vacacionistas de la ONU no pueden hacer más
Simplemente pueden hacer menos. Sabemos que Haití no es Ucrania
Pero Haití necesita ayuda. Los Haitianos están desesperados, los nefastos presidentes
Del CPT ganan mucho dinero, mucho dinero, mucho dinero, mucho dinero
Y mucho dinero, los infames que están en el poder, reciben mucho dinero
Estos traidores están defendiendo sus bolsillos, no la patria
No protegerán a la gente inocente, no defenderán a Haití
Los bandidos, terroristas, hipócritas y oligarcas codiciosos están al mando
Los grupos criminales están dispersos ubicuamente en los pasillos, por todas partes
El pequeño Jesús no fue a Haití, él también tenía miedo. Santa Claus no vino
Tenía miedo naturalmente. Pensemos, pensemos profundamente
Resistamos y soñemos hasta la primavera.

P.D. Este poema está dedicado a todos los que sufren en Haití.
El pueblo haitiano y la diáspora están cansados de ser humillados. Abajo la miseria,
La inseguridad, la corrupción, el crimen, la injusticia, la impunidad, la discriminación y la desigualdad.
Esta es una traducción de ‘Pè Nowèl Te Pè Pase Nan Pòtoprens, Ayiti’,
“Santa Claus Was Afraid to Pass Through Port-au-Prince, Haiti’.

Copyright © Diciembre 2024, Hébert Logerie, Todos los derechos reservados
Hébert Logerie es autor de varias colecciones de poemas.
em Jan 2020
Okay.. ¿Cómo empiezo? Estamos apunto de estallar la tercera guerra mundial y convirtieron la situación en un meme. Pichando por completo cuan serio realmente es todo esto. Este fue el propósito de Trump all along. Impeachment? ¿Que cosa que justo antes de que actually pasara algo con su impeachment hiciera una loquera como esta? Estas personas simplemente quieren ser recordadas para siempre, no les importan si son por cosas buenas o malas simplemente quieren ser parte de la historia. Dicho esto, Trump wants to be remembered forever as the president who won being a racist, homophobe, white supremacist ******* that started World War III. Esos son unos niveles de narcisismos gigantescos. El punto de todo esto es que estas personas viven en una burbuja cabrona en que el ejercito estadounidense son los héroes del mundo que van a otro país para matar inocentes para poder traernos la libertad porque de alguna manera matando a medio oriente ayuda a que no nos hagan ataques terroristas. Mire, los Estados Unidos son los verdaderos terroristas.
To be continued.. Im really sleepy right now so brb
Hebert Logerie Dec 2024
Está lloviendo
Y ellos disparan
No es un juego
Nos disolvemos
Todos tienen miedo
Los bebes y los niños lloran
Hombres y mujeres están disgustados
Donde todos mueren
En las calles infestadas de idiotas y bandidos
Ellos son nuestros enemigos
Ellos no son nuestros amigos
Ellos disparan como locos
Las balas caen como granos de lluvia
Los gánsteres no son amables
Ellos son terroristas
Ellos son malos turistas
Ellos son robots criminales
No tienen corazón, alma, ni mente
Están eternamente condenados
En el infierno
Sus órganos están hechos de hierro
No son humanos
Sus manos están empapadas de sangre
Ellos son matones
Ellos son villanos de Satanás.

Está lloviendo
Y ellos matan
Nos retiramos
En el centro
De todo lo que es malo
El mundo no está en paz
Es toda la tierra en guerra
Al fondo del cementerio
No fabricamos armas
En nuestro lugar
Solo tenemos lágrimas
En nuestro lugar
Nosotros lloramos
En nuestro lugar
Fabricamos demasiadas armas en otros lugares
Demasiadas personas están muriendo
Todos tienen miedo
Hay demasiada miseria e infelicidad.

Copyright © noviembre de 2024, Hébert Logerie, Todos los derechos reservados
Hébert Logerie es autor de varios libros de poesía.
Translation of ' Too Much Fear And Misfortune".

— The End —