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Eu pintei-me de preto e vesti-me de *****,
E colori em forma de arco-íris, o meu coração!
Descansei os sapatos e assim com ar integro,
Analisei todos os meus males, aqui atrás do Marão!

Olhei o sol que estava lindo, assim como a luz do dia,
E eu ali senti-me um milhafre perdido no raiar do céu,
Despi-me de preconceitos e agarrei a luz que me alumia,
Comecei a correr até ficar cansado, até perder o chapéu!

Comecei a despir o ***** que trazia vestido e foi nu,
Que comecei a procurar ao redor uma nova capa,
Com cores coloridas com sorrisos tirados do baú!
Não servia sorrir de novo, sorrisos fingidos á socapa!

Jurei que iria sair do escuro, que trazia vestido,
Comprometi-me com a alma, e entregar-me ao destino,
Porque afinal, eu não tinha perdido, então porquê, o alarido!
Seria por me despir, reflectir e sentir culpado e latino?

Hoje não é dia de pensar assim, não é dia de fingir,
Não é dia de mentir, nem é dia de ficar para ali a latir.
Porque quem me pudesse ouvir, estaria ali não para me ouvir,
Mas sim para fingir, que eu era o corvo, e tinha de partir!






Quanto tempo durou o fingimento que te cativou?
Porquê que eu nunca percebi que teria de sair!
Não sei, nem posso deitar-me a adivinhar. Sei, acabou.
Não tenho mais comigo razões para me prostituir!

Como poderia eu ter sido ingrato, se tivesse visto,
Que afinal tudo que vivi, até ali, nunca foi real e meu.
Nunca fui afinal muito mais, que um pequeno imprevisto.
Ingrato, não estou. Hoje eu sei, que afinal, estou ao léu!
Sem qualquer compromisso no coração, e pode ser teu.

Autor: António Benigno
Dedicado do Romeiro para a Rameira.
Meu estômago borbulha náuseas de vazio
uma agonia que nasce das entranhas
as coisas são cada vez mais estranhas
os sorrisos cada dia mais sombrios

Quero chorar
mas a muito meus olhos estão secos
E meus pulmões pretos
não me permitem respirar

Abafado pelo silêncio que outrora pedi
Sentindo a alma das coisas que repudiei
Dentro do meu próprio abismo gritei
E nem sequer o próprio eco ouvi

Oh, majestoso algoz
nunca imaginei que te desejaria
A esse ponto é certo que me jogaria
de ponta ao declínio atroz

Mutilem meu corpo
nada sentirei
de minha mente já me ausentei
sofro tanto que, por mais nada sofro.
O espectro é virtual
por trás do vidro
vive-se uma vida
notícias seguem soltas
e o rio desce

A correnteza leva
levas de burros
que berram bobagens
bradando incongruências
aos seus estilos de vida
e o rio desce

A turba canta
canções de esquecimento
que em dias se esgotarão
pelo cansaço, pela delonga
e o rio desce

Solitárias fotografias
sorrisos que não riem os olhos
e frases bonitas
e ideologias baratas
e batalhas inúteis
e pratos ornados
e opiniões passageiras
reiteradas, reiteradas, reiteradas
e o rio desce

Como corpos despidos
e livros abertos
lê-se por ler
fala-se por falar
mostra-se pra ser
e se é por mostrar
e o rio desce
Victor Marques Nov 2012
Os teus olhos  

Os teus olham de uma maneira,
As coisa simples, pergaminhos,
Sorrisos de criancinhas,
Mágoas tuas e minhas…

Os teus olhos com franqueza,
O odor da mãe natureza.
Desejos e desejos sempre como tesouros,
Horizontes e estendedoiros.
Olhos cheios de espuma,
Que olham para coisa nenhuma…!

Os teus olhos dormem na bruma,
Pois olhar também se esfuma.
Cânticos em sintonia,
Rouxinóis e sua melodia.

Os teus olhos beijam o luar no verão,
Olhar que vem do coração,
Olhos com olhar de solidão,
Olhos que dizem sim e não?

Victor Marques
olhos, natureza, criação, canção
Mariah Tulli May 2017
É incrível pensar que quando você se envolve com alguém e deixa esse alguém entrar em sua vida, sua casa, seu lar, você está deixando a energia dela entrar e integrar seu ser, sua casa, seu lar.
É incrível como nosso cérebro captura diversos momentos e mais tarde torna-os em memórias que ficam presentes nos ambientes que foram compartilhados por essas pessoas. E quando você experimenta dessa memória nesses ambientes, você se vê presente nela mais uma vez, trazendo a tona tudo o que foi vivido, compartilhado.
É incrível, tipo quando eu deito na minha cama (lugar onde acumula muito da nossa energia por ja termos passado variados instantes nela) e revivo cada toque seu, diversos sorrisos involuntários trocados e os seus com essa covinha marcante, carícias em minha pele, relembro aquele famoso cafuné no meu undercut que já cresce um pouco, respiradas profundas seguidas de abraços apertados, imagino e a imagem parece real de novo, retratando aqueles sorrisos que os olhos fazem questão de dar.

É incrível como me vejo nesta cena representada por lembranças e me sinto feliz.
Victor Marques Nov 2014
Amar a vida primeiro
Gratidão para o resto do dia,
dando sorrisos para irem muito longe.
As coisas estão serenas tais como os rios Douro e Tua que esperam pacientemente todas as águas que se deleitam em correr desenfreadamente para seus leitos. Vinhas com folhas que caem coloridas e se assemelham a um horizonte de ouro luzidio.
Os pecadores sem sinos para tocar os remorsos dos seus pecados mais graves. A consciência humana dignifica e purifica ao mesmo tempo tantos seres que com pequenos delitos caminham livremente. Portas e janelas abertas logo de amanhã para espreitarem a  biblioteca do universo. Amando cada ser humano em excesso,  cada folhinha que tem medo de estar ligada. Folhas com o medo de estar no ar. A vida nem sempre é justa para  leõezinhos que na selva com cabras e cordeiros confraternizam no paraíso de um Deus infinito e imparcial. Amar a vida meus queridos amigos porque não se pode amar ninguém senão amarmos a vida primeiro.
. Victor Marques
amor, vida, primeiro
goldenhair Aug 2012
Queria ficar sob os olhares teus,
morar nos abraços teus,
ser a razão dos sorrisos teus
e refletir no brilho dos olhos teus.

Você, mais belo que Adônis,
tão doce e tão amado,
imagina nossos dedos entrelaçados
e o seu corpo junto do meu.
Como é escasso o sorriso
sem brilho e frio
Há alguma coisa ebulindo
uma bomba
Mas não, eles não sairão de lá
nunca explodirão
pois não existem sorrisos
bocas se movem em formatos semelhantes
sem dentes e podres
toxinas exalam-se,
o veneno é o licor divino
o paraíso é logo abaixo da ponte
não se dorme no paraíso
se ao menos conseguissem dormir...
mas os putrefatos corpos que andam parasitando
consumindo restos e ruínas
patifes e loucos bailam a vida
vida que não é vida
O perfume está no ar
as flores são tão belas
as abelhas não tem ferrões
e se tivessem não ferroariam
a jovem virgem caminha exuberante
fotografias da bela matriz
onde a arquitetura supera a fé
mas ao lado, no canto escuro
onde ninguém vê
canta o homem escuro
que a todos observa
observa e observa....
Um broto de rosa
Jovens que se esbarram no calçadão
Um pequeno caule e sua folha
E os batimentos de dois, á um coraçao
Uma pequena muda
Dois meses sem separação
O surgimento de uma delicada e fechada rosa
Dois amantes em procissão
Passam as petalas e se abre a flor
Mais sorrisos e menos dor
E o cheiro doce demais, rosa demais, perfeito demais
Traiçai, desapego, sem paixao
O amor, já acabou, como um fruto que estraga ou como endurece o pão
A rosa, já seca, jogada no chão
eu realmente nao sei escrever
Há em ti uma beleza
Transcendente
Extrafísica
Que extrapola barreiras tridimensionais
Para novas dimensões
Sutis
Suprassensíveis
Extrassensoriais
Que me tocam no âmago
só de olhar para ti

Olhar para ti
é sentir com olhos
é chorar com o coração
é respirar a liberdade em cada sorriso teu
Olhar para ti
é te amar de longe
sem jamais sofrer
Pois estando contigo
amo mais a mim mesmo
amando todas as coisas

Estar contigo
É sentir o som
de todos os teus gestos
Que vibram como a sinfonia
dos teus pensamentos
Através da orquestra
dos teus sorrisos

É esquecer do meu passado
Esquecer do meu nome
arrancar todas as máscaras
É te ver como Eu Sou
E te amar simplesmente por ser
Dominique Sep 2013
-Tudo isto é para mim?
-Sim, tudo.
    As flores...
      As árvores...
        Os oceanos...
          Os sorrisos...
            *Eu.
Dayanne Mendes Sep 2015
Eu escrevo,
Sem saber porque,
Sem nada na alma pra lamentar,
Sem versos pra chorar,
Ou amor pra revelar.
Eu escrevo,
Sem lágrimas
Ou sorrisos,
Um vazio enorme,
Em mim.
Um buraco *****,
Algo que chamam:
Coração.
hi da s Dec 2018
um dia eu descobri que te gostava.
um tempo depois descobri que tu me gostava.
meu gostava era fraco e só esqueci
e segui.
não sei quanto a ti, se o fogo que te habitava
era quente como um fogão aceso no verão
ou
um fósforo que se apaga quando queima a madeira no fim.

te visitei muitas vezes aqui dentro e sempre imaginei como seria
se
te beijasse durante o dia
elogiasse teus dentes de sorrisos geométricos
convidasse prum gole de café
tocasse teu ombro bem devagar com a
ponta dos dedos
encontrasse teus olhos perdidos
te fizesse enxergar que existe coisa além
de solidão


fotografei teu corpo seminu
te beijei em noites bebadas
conheci tuas poesias
te segui sem saber
e me deu nó quando soube do teu
coração preenchido

ouço o que ouves agora
e penso em ti com frequência
senti tua falta
e penso que peco porque meu coração também
preencheu

e se só o que fosse pra ser fosse ser só sem ser a gente
notas sobre ela
Victor Marques Jun 2023
Viemos ao mundo nus,sem nada ,
De dia, de noite sem hora marcada.
Damos os primeiros passos na escuridão,
Metendo na boca o que vem à mão !


Parece que o mundo foi feito para sobreviver,
Procurando conforto e paz na descoberta de novos seres.
Atravessar a vida por vezes sem ninguém  do nosso lado,
Vivendo e morrendo sós com o coração despedaçado!


Tentamos direcionar nossa vida e por vezes não sabemos lidar com ela,
Vivemos e  morremos sem perceber o quanto ela é formosa e bela.
O homem parece querer viver isolado,
Pondo a sua felicidade de lado .

Solidão quem és tu sem sorrisos e compaixão,
Rosário da meditação e oração.
Contemplar tudo que nos aparece com medo e coração partido,
Solidão do mundo,  do desconhecido.


Sociedade em que vivemos  com guerra e sofrimento,
Fruto da falta de amor que nos leva ao isolamento.
Existe  alegria e penosa dor de por vezes estar caminhando sozinho,
Perdendo o odor de todas as rosas que florescem com carinho,
Solidão de um penar sem encanto,
Feita de dor e pranto.

Victor Marques



Solidão, isolamento, seres
João Rebocho Jan 2018
Amemo-nos no ameno da primavera
Devagar como o crescer das plantas,
Vemos o escurecer do céu
E o tempo a passar, efémero,
Perto de mim estás tu,e o sol
Que de manhã levanta.

De manhã a cidade acorda,e os corpos colocam-se em movimento,
Desaparecem no fundo da estrada, estas caras que à pressa se vão.
Nós vamos e voltamos sem sairmos do lugar,
Observamos o sol e o luar,que iluminam esta canção.

Se é tudo tão breve, o que nos vale o cansaço?
É tudo tão breve como as horas de sorrisos.
Acabar-se-á certamente, o nosso amor um dia,
Mas até lá os dias,serão a olhar para os teus olhos felizes.
Mariana Seabra Mar 2022
Deixo de herança todos os pensamentos

Perdidos ao luar,

Escritos na página invisível da vida,

Impossíveis de partilhar.



Deixo de herança todas as garrafas,

Que esvaziei e pousei à beira-mar,

Com uma carta escondida lá dentro,

Incógnita ainda por entregar.



Deixo de herança todo o fumo,

Que compulsivamente inalei

Para tentar matar a doença

Da qual nunca me curei.



Deixo as pegadas na areia,

Que rapidamente se apagaram.

Marcas da efémera passagem dos seres

Que por mim passaram.



Deixo de herança o sol de inverno,

Tão apreciado por toda a gente.

Desejo que aqueça as almas frias,

Que não deixe ninguém indiferente.





Deixo de herança o incenso

Que nunca acendi.

Espalhado pela brisa,

Como qualquer cheiro que senti.



Deixo de herança toda a música

E cada marca que deixou.

Atenciosa companheira,

Que tantas vezes me salvou.



Deixo de herança o rio,

No seu mesmo exato lugar.

Lembrança eterna que existe um sítio seguro

Para onde o desespero nos pode levar.



Deixo de herança a pedra afiada,

Que me esculpiram no lugar do coração.

Memória da crueldade no olhar

De quem a infância me roubou.



Deixo ligadas as luzes da aldeia,

Que me abrigaram no solitário berço.

Agarro o impulso que me levou à procura

De tudo o que ainda desconheço.

  



Deixo de herança em papel amarrotado,

Algum sangue que derramei.

Lágrimas, cicatrizes e o fardo,

De ser tão brutalmente consciente

De tudo aquilo que sei.



Deixo de herança o meu amor,

Sorrisos, abraços e essências,

Partilhadas no pôr-do-sol.

E que nesta viagem de turbulências,

Repares na simplicidade do sentimento

Que achaste saber de cor.



Deixo de herança uma moeda,

Ao pedinte que conheci

E que nunca a chegou a gastar.

Esqueceu-se que para a salvação da vida

Não há dinheiro, nem há fornecedor

Onde ele a possa ir comprar.



Deixo de herança o pássaro branco,

Que ainda não se atreveu a pousar.

Canta mais alto a cada Primavera,

Só para me relembrar,

Que as raízes são uma ilusão

Criadas por quem não as consegue descolar.





Deixo de herança duas mãos quentes,

No peito frágil de uma criança,

Que nasceu órfão de mãe

E cresceu sem esperança.


“Nas noites escuras que te abraçam.

Nos dias cinzentos a que te entregas

Que sintas neste aperto a mensagem

De toda a força que carregas.”




Deixo de herança este poema,

Escrito num sonho que se entranha

E do qual nunca acordei.

Vem…

Traz o mapa que queimei.

E encontra-me para lá da montanha

Onde também eu me encontrei.

— The End —